sábado, 9 de maio de 2009

ser




Ser gerado - e desde logo gerido - por um sistema que nos classifica mesmo antes do nascimento através de um acto performativo (Austin): "é rapaz", é "rapariga" diz o médico ao ver a ecografia, é qualquer coisa de violentamente absurdo.
Uma pessoa encontra-se de repente na sua situação de pessoa, que vai tentando entender até morrer, através de mais ou menos estudos, e quando finalmente deixa de ser, após uma vida mais ou menos longa, mais ou menos preenchida com prazeres e dores, ainda o seu corpo e memória têm de ser geridos por familiares, antes de tudo ser olvidado ou eventualmente "recordado" em qualquer arquivo.
Mas que raio de sucessão de absurdos é esta?!

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Austin, J. L. (1955; 1962), "How to do Things With Words", Cambridge, Mass., Harvard University Press.


1 comentário:

maria josé quintela disse...

ser. para des.ser...

pois... parece absurdo. mas quero crer que só pareça.


um abraço vítor.