terça-feira, 29 de julho de 2014

Archaeology and Museology of the Napoleonic Wars in Portugal


1rst Meeting on the Archaeology and Museology of the Napoleonic Wars in Portugal




18 and 19 September 2014
Municipality of Loures
Auditorium of the Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, Loures, Portugal

This meeting intends to be the beginning of a series of events on diversified themes that may give impulse to the investigation, mediation and dissemination of this unique heritage; as a first step in a national context, but having gradually an international renown. Actually, the subject of the Napoleonic Wars is extremely vast, diversified, rich and complex, its implications and connections involving the nineteenth-century Europe as a whole, with obvious repercussions today.

Contacts:
phone: (00351) 211 150 664
Organization: Municipality of Loures 
and Association for the Development of the Tourism and Heritage of the Lines of Torres
Registration:
Participation is free, but previous registration is required (registration conditioned to the number of places available in the auditorium)



sexta-feira, 25 de julho de 2014

I Encontro sobre Arqueologia e Museologia das Guerras Napoleónicas em Portugal - Loures, Setembro 2014






18 e 19 de Setembro 2014

"Pretende-se que este encontro seja o início de um conjunto de muitos outros eventos com diversificado tipo de temáticas que dinamizem a investigação, a mediação e a divulgação deste património, numa primeira fase num contexto nacional, mas que gradualmente permitam que se consiga também uma projeção internacional, pois a temática das Guerra Napoleónicas é muitíssimo abrangente, rica e complexa, envolvendo toda a Europa do século XIX, com repercussões na atualidade."




"Este encontro visa apresentar e discutir publicamente:
·Os trabalhos de investigação arqueológica desenvolvidos nas várias fortificações militares que fazem parte do Sistema Defensivo das Linhas de Torres;
·Os projetos de conservação, valorização e de musealização que estiveram na génese da RHLT;
·Outros projetos similares de investigação em edificações militares que também estiveram envolvidas nas Guerras Napoleónicas (exemplo: a fortificação de Almeida).
·Edição das atas em formato pdf de modo a serem disponibilizadas em formato digital e também on-line.
Contactos
gabinete_arqueologia@cm-loures.pt
telefone: (00351) 211 150 664
Organização:
Câmara Municipal de Loures
Associação para o Desenvolvimento Turístico e Patrimonial das Linhas de Torres
Inscrições:
Participação gratuita mas condicionada a inscrição prévia (circunscrita à capacidade do auditório)"

domingo, 13 de julho de 2014

O TEMPO E OS SEUS MODOS - CICLO DE DEBATES NO PORTO






Cartaz José Paiva



O TEMPO E OS SEUS MODOS
Ciclo de debates interdisciplinares 
Setembro a Dezembro 2014
Coordenação geral: Vítor Oliveira Jorge (Professor da FLUP, aposentado) e Catarina Martins (Professora da FBAUP)
Organização da associação Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia (SPAE) em colaboração com o i2ADS – Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade (FBAUP)
Colaboração da FPCEUP

Porto, Auditório da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto

Rua Alfredo Allen
4200-135 Porto
(dispõe de parque de estacionamento; metro estação do Pólo Universitário)

Todas as sessões começam às 15 horas

Este primeiro ciclo de debates (cada um ocupará uma tarde de sábado), incidirá sobre uma temática que tem a ver com as vivências do tempo, com a aceleração contemporânea do modo de vida, profundamente impregnado de tecnologia, e também com esta espécie de fuga em frente que leva – aqueles que ainda o podem fazer - à mobilidade constante, à viagem. Enquanto, paralelamente, os habita o sonho ou a fantasia do repouso, da retenção, da paragem, da contemplação, da meditação, da fuga ao tempo, do descanso.
De forma que a ideia de história (e de causalidade, com a qual obviamente se conecta), sempre controversa, tal como as suas associadas, a memória, o arquivo, o museu, o património, a identidade, se articulam com a ideia de viagem e de tudo o que ela também tem de paradoxal.
Temos cada vez mais consciência de que a tecnologia nos controla totalmente, e não é uma coisa exterior, uma prótese, mas algo que já está implantado em nós, na nossa intimidade e no nosso desejo. De modo que as antigas formas de equilíbrio psíquico, de economia libidinal, de subjetividade, se transformaram, e o sujeito atual é um indivíduo, no mínimo, inquieto, e normalmente não pelas melhores razões.  O stress tomou conta de nós e desgasta-nos a vida e a saúde, com a intensificação do medo da perda, definida ou indefinida. Cada um de nós é um pessoa muitas vezes só, des-subjetivada, tendencialmente deprimida, desmotivada e desencantada.
Para além do ideal de vida de cada um(a), que uso ou usos queremos propor para uma ocupação mais feliz, em comum e não solitária, mas antes em equipa solidária, dos nossos tempos?



1 – HISTÓRIA  - 27 de Setembro 2014

A história linear que nos ensinaram e ensinam não corresponde aos nossos anseios. Há que revisitar, que repensar, outras maneiras de pensar a história e a temporalidade, que divirjam do tempo homogéneo e cronológico. Longe de escatologias e de vontades de “colonizar o futuro”, há que inventar formas novas de pensar a temporalidade e a causalidade.

Moderadores: Armando Malheiro (FLUP), Gonçalo Velho (IPT-Tomar), Orfeu Bertolami (FCUP).

2 – MEMÓRIA – 4 de Outubro de 2014

Memória individual, memória colectiva... formas de constituição da subjetividade individual e partilhada, matérias subtis e sensíveis...Memória, testemunho/a, verdade, mnemónica, técnica e memória, perda, luto, nostalgia, melancolia... e, de novo, formas de pensar o tempo.

Moderadores: Álvaro Campelo  (Univ. F. Pessoa), Fernando José Pereira (FBAUP), Gonçalo Velho (IPT-Tomar), Joaquim Luís Coimbra (FPCEUP), Maria José Barbosa (doutoranda em Filosofia – U. S. C., Espanha), Stella Azevedo (doutoranda em Filosofia -FLUP).

3 – ARQUIVO – 11 de Outubro de 2014

Obsessão contemporânea, a de guardar, conservar, a de indexar, febril atitude de se contrapor ao tempo, ou seja, à morte. Uma sociedade que convive mal com a obsolescência e com a contingência, ou seja, uma angústia e ao mesmo tempo uma atração mórbida, fetichista, pelo olhar vazio da múmia: a nossa morte vista. Fantasia de eternidade, da totalidade recuperada e afinal sempre incompleta.

Moderadores: Catarina Alves Costa (FCSH-UNL), Fernanda Ribeiro (FLUP), Jorge Ramos do Ó (Inst. Ed. U.L.), Stella Azevedo (doutoranda em Filosofia - FLUP)

4 – MUSEU – 25 de Outubro de 2014

Mausoléu de tudo o que perdemos, como o arquivo, mas aqui se expõe numa montra, num caixão de vidro. O museu é o lugar da canonização do quotidiano, seja ele de ar livre ou fechado, seja ele dirigido a objetos ou a pessoas. Museu do gesto, museu da pessoa, museu do imaterial, depois de ser gabinete de antiguidades e coleção de raridades. Museu, sintoma da nossa incurável insatisfação de consumidores, de colecionistas e de turistas. Turistas de nós mesmos.
Moderadores: Alice Semedo (FLUP), Álvaro Campelo  (Univ. F. Pessoa), Florbela Estêvão (C. M. Loures)

5 – PATRIMÓNIO – 15 de Novembro de 2014

Valor colectivo, em permanente estado de perda, porque vive da própria ferida que pretende cobrir, tapar, compensar. O património é também e sobretudo uma política, ligada ao Estado moderno e à vontade de lacar o tempo e de fixar uma imagem da história, quer dizer, de naturalizar uma série de narrativas, de mitos fundadores, de heróis, de lugares sagrados da laicidade.
Moderadores: Álvaro Campelo  (Univ. F. Pessoa), Armando Malheiro (FLUP), Augusto Santos Silva (FEP), Cláudio Torres (CAM), João Pedro Cunha-Ribeiro (FLUL).

6 – IDENTIDADE –  22 de Novembro de 2014

De novo a vontade de identificação, que é sempre uma indexação, uma atitude de ligar a um código de referência, que me diga o que eu sou, o que nós somos, e aquilo que não sou ou que não somos: atitude de marcação de uma fronteira, de um limite, de uma adopção de uma tipologia. Medo do outro, da aproximação excessiva do outro e do que ela pode conter de contaminação. Não se pode abordar este problema sem passar por exemplo pela psicanálise, mas por muitas outras perspectivas também.

Moderadores: Álvaro Campelo  (Univ. F. Pessoa), José Alberto Correia (FPCEUP), Maria José Barbosa (doutoranda em Filosofia – U. S. C. – Espanha), Paulo C. Seixas (ISCSP),

7 – VIAGEM – 13 de Dezembro de 2014

Interminável movimento, que começa bem antes do início, com o sonho e o planeamento do ato de mobilidade, de arrastar o corpo e o olhar para paisagens ainda não fruídas, e acaba bem depois do fim, na rememoração, na reconstrução do vivido, do visto, na imaginação que se narra. A viagem e a narrativa do tempo contínuo, da história como nos foi ensinada, e a necessidade, de novo, de repensar o sentido da viagem como algo que está sempre a acontecer e que, paradoxalmente, nunca se deu. O turismo e a compra de um bem imaterial: poder olhar durante um certo tempo para uma paisagem do despaisamento.

Moderadores: Arnaldo Saraiva (FLUP- jubilado), Mariana Correia (Escola Sup. Gallaecia), Paulo C. Seixas (ISCSP), Vítor Martins (FBAUP).


Modo de funcionamento: em cada sessão algumas pessoas (os/as moderadores/as) “darão o mote” da problemática em questão,  cada um(a) do seu ponto de vista, seguindo-se um debate com todos os presentes que desejem intervir.

terça-feira, 1 de julho de 2014

privacidade




Há pessoas que não querem aderir ao facebook em nome da manutenção da sua privacidade. Estão no seu pleno direito, até porque o facebook é uma máquina de fazer dinheiro à custa de nós, seus utentes e seus “trabalhadores” voluntários e gratuitos. Um dispositivo algo obsceno. Certo.
Mas que é a privacidade, de facto, nas sociedades de controlo, em que todos os meus movimentos podem ser monitorizados, e cada vez mais, através da rede informática onde, quer queiramos quer não, todos estamos inseridos?
Que é a privacidade nas sociedades do biopoder em que logo à nascença se tem um cartão de cidadão, que é um número, e mesmo depois de morto é atribuído ao falecido (por causa da herança) um novo número fiscal? Em que o nosso corpo é esquadrinhado em todas as direções, nomeadamente quando em pânico desconfiamos que podemos ter alguma doença grave, ou o seu prenúncio?... sociedades do desassossego, da vigilância, da autovigilância, do narcisismo doentio e em que todos nos sentimos permanentemente frágeis, expostos totalmente ao acaso. Angústia, ansiedade, fechamento de cada um no seu casulo pessoal e familiar, retração da sociabilidade.
Deus? Para quem acredita, serve de pai protetor, de segurança última.
Estado? Para quem acredita na boa fé dos que o comandam, serve de encantadora ilusão securizante.
Natureza? Para quem tem esse mito, numa época em que o ambiente continua a sofrer todas as tropelias, enfim, que goze muito no seu maternal seio.
Dinheiro? Ah sim, dinheiro, deus e sexo devem ser três daquelas coisas que, depois do futebol, são das mais sagradas para muitos. Mas, claro, o dinheiro é o grande motor deste mundo, é o deus do capitalismo e o capitalismo é o nome que é herético pronunciar, como dantes não se podia dizer o nome de Deus em vão.
Amanhãs que cantam? Camaradas, o povo unido jamais será vencido. Sob a liderança de um chefe, iremos lá um dia. Boa caminhada, pode ser que aconteça o milagre!
Mas, privacidade? Receio de se expor? Oh amigo, oh amiga, tu já estás nu(a) perante o biopoder que nos controla!
Nunca entraste num hospital, internado? Nunca tocaram mãos alheias no teu corpo como se fosse uma máquina, quando tu, deitado numa cama e ligado a um tubo de soro, te não podias furtar a tal profanação? Nunca te expuseste nu perante uma equipa de recrutamento militar? Nunca te expuseste nu(a) a alguém a cujas carícias te entregaste, pouco sabendo desse alguém, pouco sentindo por esse alguém, apenas porque seguiste aquela malvada ordem do teu superego para gozares?... e, finalmente, nunca chegaste, às vezes passado tanto tempo, à conclusão de que o ser perante o qual tinhas desnudado o teu corpo e a tua vida, afinal, não correspondia à tua fantasia, ao teu desejo, ao mínimo de decência que pudesse manter essa relação?
Privacidade? Não me fales disso com essa ligeireza. Se não gostas do facebook, se não tens e-mail, se não usas telemóvel, se te julgas dono e senhor do que te acontece, pelo menos parcialmente, está descansado, que um dia o Real há de bater-te com força na cara. Se isso não te aconteceu ainda, vai criando as tuas defesas, se quiseres sobreviver. Boas férias, o mundo está para os simples que não se interrogam demais; deles será o reino da terra no seu dia a dia chão, como dantes lhes estava prometido o reino dos céus.


voj julho 2014