Já fui, há muitos anos, mais "adepto" deste autor do que sou. Mas não deixa de ser pertinente o que vem noticiado sobre ele. Um homem que com 88 anos ainda tem lucidez que falta a muitos mais novos. Transcrevo abaixo.
VOJ
Edgar Morin defende «reforma radical» nas universidades e escolas
É preciso ensinar «os enganos, ilusões e erros que partem do próprio conhecimento»
2009-05-22
O filósofo e sociólogo Edgar Morin, que hoje participa em Viseu num colóquio sobre Educação promovido pelo Instituto Piaget, defende uma "reforma radical" do modelo de ensino nas universidades e escolas, salientando a necessidade de acabar com a 'hiperespecialização'. "Temos a necessidade de reformar radicalmente o actual modelo de ensino nas universidades e escolas secundárias. Porquê? Porque actualmente o conhecimento está desintegrado em fragmentos disjuntos no interior das disciplinas, que não estão interligadas entre si e entre as quais não existe diálogo", sublinha, em entrevista à Lusa.
O filósofo francês considera que o modelo actual leva a "negligenciar a formação integral e não prepara os alunos para mais tarde enfrentarem o imprevisto e a mudança".
Edgar Morin, de 88 anos, critica, por exemplo, que nas escolas e universidades "não exista um ensino sobre o próprio saber", ou seja, sobre "os enganos, ilusões e erros que partem do próprio conhecimento", defendendo a necessidade de criar "cursos de conhecimento sobre o próprio conhecimento".
Lamenta, igualmente, que a "condição humana esteja totalmente ausente" do ensino: "Perguntas como 'o que significa ser humano?' não são ensinadas", critica.
Por outro lado, acredita que a "excessiva especialização" no ensino e nas profissões produz "um conhecimento incapaz de gerar uma visão global da realidade", uma ‘inteligência cega’".
"Conhecer apenas fragmentos desagregados da realidade faz de nós cegos e impede-nos de enfrentar e compreender problemas fundamentais do nosso mundo enquanto humanos e cidadãos, e isto é uma ameaça para a nossa sobrevivência", defende.
"Está demonstrado que a capacidade de tratar bem os problemas gerais favorece a resolução de problemas específicos", garante Morin, lembrando que a maioria dos grandes cientistas do século XX, como Einstein ou Eisenberg, "além de especialistas, tinham uma grande cultura filosófica e literária".
"Um bom cientista é alguém que procura ideias de outros campos do conhecimento para fecundar a sua disciplina", afirma, sublinhando que "todos os grandes descobrimentos se fazem nas fronteiras das disciplinas".
Garante também que "apesar de em muitas universidades norte-americanas existir maior flexibilidade no que toca ao modelo de ensino", nos Estados Unidos existe o "mesmo problema que na Europa".
VOJ
Edgar Morin defende «reforma radical» nas universidades e escolas
É preciso ensinar «os enganos, ilusões e erros que partem do próprio conhecimento»
2009-05-22
O filósofo e sociólogo Edgar Morin, que hoje participa em Viseu num colóquio sobre Educação promovido pelo Instituto Piaget, defende uma "reforma radical" do modelo de ensino nas universidades e escolas, salientando a necessidade de acabar com a 'hiperespecialização'. "Temos a necessidade de reformar radicalmente o actual modelo de ensino nas universidades e escolas secundárias. Porquê? Porque actualmente o conhecimento está desintegrado em fragmentos disjuntos no interior das disciplinas, que não estão interligadas entre si e entre as quais não existe diálogo", sublinha, em entrevista à Lusa.
O filósofo francês considera que o modelo actual leva a "negligenciar a formação integral e não prepara os alunos para mais tarde enfrentarem o imprevisto e a mudança".
Edgar Morin, de 88 anos, critica, por exemplo, que nas escolas e universidades "não exista um ensino sobre o próprio saber", ou seja, sobre "os enganos, ilusões e erros que partem do próprio conhecimento", defendendo a necessidade de criar "cursos de conhecimento sobre o próprio conhecimento".
Lamenta, igualmente, que a "condição humana esteja totalmente ausente" do ensino: "Perguntas como 'o que significa ser humano?' não são ensinadas", critica.
Por outro lado, acredita que a "excessiva especialização" no ensino e nas profissões produz "um conhecimento incapaz de gerar uma visão global da realidade", uma ‘inteligência cega’".
"Conhecer apenas fragmentos desagregados da realidade faz de nós cegos e impede-nos de enfrentar e compreender problemas fundamentais do nosso mundo enquanto humanos e cidadãos, e isto é uma ameaça para a nossa sobrevivência", defende.
"Está demonstrado que a capacidade de tratar bem os problemas gerais favorece a resolução de problemas específicos", garante Morin, lembrando que a maioria dos grandes cientistas do século XX, como Einstein ou Eisenberg, "além de especialistas, tinham uma grande cultura filosófica e literária".
"Um bom cientista é alguém que procura ideias de outros campos do conhecimento para fecundar a sua disciplina", afirma, sublinhando que "todos os grandes descobrimentos se fazem nas fronteiras das disciplinas".
Garante também que "apesar de em muitas universidades norte-americanas existir maior flexibilidade no que toca ao modelo de ensino", nos Estados Unidos existe o "mesmo problema que na Europa".
Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=31878&op=all
2 comentários:
Desconhecia as suas ideias e fiquei muito interessada em conhecê-lo melhor. Elas vêm de encontro à minha ânsia de procurar fora do meu domínio o que realmente me interessa. A hiper-especialização aborrece-me e impede-me de falar do que gosto com pessoas fora do meu domínio.
Procurar as afinidades com o Outro (o estranho)fascina-me mais do que salientar (preguiçosamente) as suas diferenças.
Tvv
Estou totalmente consigo... quando quiser beber um café, diga...
abraço
Vitor
vojorge@clix.pt
Enviar um comentário