quinta-feira, 28 de maio de 2009

tourada


Estuda pré-história para perceber quem foste e portanto quem és.

Mas a pré-história é apenas um capítulo da história.
Estuda filosofia para perceberes como apareceu a ideia de história.
Mas a filosofia é apenas uma coisa dos últimos milénios. E antes?
Estuda a pré-história da nossa filosofia para perceberes como começámos a inventar há milénios os problemas que nos embaraçam.
Mas, e os outros, os que pensam de modo diferente de nós, e se estão marimbando para a nossa filosofia?
Estuda antropologia e logo verás o que fazem e dizem.

Mas a antropologia foi inventada por nós para representarmos os outros...
Pois é, não consegues sair da arena em que estás. Tu queres é fazer um número e ter aplausos.

E isso é solução?
É, até chegar o touro que te há-de dar o triunfo e a morte. No mesmo acto.

Que pouca sorte ter nascido... e ainda me pedem para venerar os progenitores... e o progenitor mestre disto tudo.
Está calado e continua sempre a agradecer as palmas. Faz assim com o braço e com o chapéu de três bicos. O espectáculo continua, e as pessoas pagaram bilhete não para verem tipos aqui parados a um canto em traje de luzes a debaterem estas questões, mas para verem sangue, emoção, espectáculo, para poderem abrir as gargantas muito e gritar até ficarem roucas. Querem acontecimento, que é o que nos resta.
Ok. Mas nós somos acontecimento?
Desde que consigamos convencer os outros e convencer-nos a nós, somos. É preciso é atrair a atenção. Andam para aí uns a dizer que os acontecimentos fizeram greve, mas esses são uma minoria e são chatos.
Ah, então é bom acontecer. Toca a acontecer.

1 comentário:

Bruno Gouveia Azeredo disse...

Concordo, afinal fazer coisas acontecer, nomeadamente boas coisas, é para aquilo que servimos.