Quando era novo, queria fazer boa figura perante os outros.
Hoje quero antes de mais fazer boa figura perante mim.
Situação muito mais angustiante, porque corresponde a uma interiorização da responsabilidade: se os outros estiverem a aplaudir, e eu a sentir que o não mereço, ou que os outros estão equivocados, o sentimento de desadequação é múltiplo.
A nossa imagem social começa pela auto-consciência, que é sempre evidentemente produto de um contexto, algo em devir, e sobretudo um desejo que se institui em função de um Outro.
Digamos que esse outro que existia dantes, é agora um-Outro que está espectralmente "dentro de mim".
Hoje quero antes de mais fazer boa figura perante mim.
Situação muito mais angustiante, porque corresponde a uma interiorização da responsabilidade: se os outros estiverem a aplaudir, e eu a sentir que o não mereço, ou que os outros estão equivocados, o sentimento de desadequação é múltiplo.
A nossa imagem social começa pela auto-consciência, que é sempre evidentemente produto de um contexto, algo em devir, e sobretudo um desejo que se institui em função de um Outro.
Digamos que esse outro que existia dantes, é agora um-Outro que está espectralmente "dentro de mim".
2 comentários:
Esse Outro em mim recorda o que Lacan designou como "extimidade". O conceito foi explorado num seminário por Jacques-Alain Miller (ver parte aqui: http://www.lacan.com/symptom/?p=36).
Essa mesma extimidade pode ser relacionada com a excentricidade do sujeito (algo estranho em mim, ainda que no meu mais profundo interior).
Da análise destes termos, podemos compreender melhor, a utilização por Lacan, do modelo da fita de Moebius: quando olhamos para um lado da questão e o percorremos, percebemos subitamente que nos encontramos já num outro lado.
Por exemplo: enquanto arqueólogo, quando é que utilizo o meu discurso (e não o discurso do Outro)?
É isso.
Obrigado pela dica.
Vim da 4ª sessão do curso na FLUP. 20 inscritos...não está mal... mas estou estoirado!
Abraço
Vitor
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