sábado, 23 de maio de 2009

Europa, a da expressão triste

Transcrevo esta breve passagem do magnífico livro de Slavoj Zizek, "Bem-Vindo ao Deserto do Real" , que estou a reler mais sistematicamente (Lisboa, Relógio d' Água, 2006 - p. 179 - original em inglês de 2002; ainda não leu? Por amor de si, leia com urgência - é um livro magnífico!... por exemplo, definitivo no que diz respeito à "crise" do Médio Oriente, ao problema da antiga Jugoslávia, ou ao Holocausto, ponto último este em que significativamente confirma a pertinente análise de G. Agamben):

"Segundo o antigo mito grego, Europa foi uma princesa fenícia raptada e, depois, violada por Zeus, que tomara a forma de um touro: não admira que o seu nome signifique: "aquela que tem uma expressão triste". Não é uma imagem eloquente da Europa? A Europa (enquanto ideologia) não é o resultado de dois raptos sucessivos de uma pérola oriental por bárbaros ocidentais? Primeiro, o pensamento grego, raptado e vulgarizado pelos Romanos; depois, o cristianismo, raptado e vulgarizado pelos bárbaros do Ocidente no início da Idade Média."


1 comentário:

Anónimo disse...

Fantástico!