terça-feira, 31 de julho de 2007

Para memória do dia 25 de Julho de 2007, em Foz Côa







Agradeço à Papiro Editora a amabilidade do envio destas fotos da sessão de apresentação do meu livro "Pedras Preciosas", no Centro Cultural de Foz Côa, com a presença do Sr. Presidente da Câmara, Dr. Emílio Mesquita, da directora editorial, Dra Liliana Pereira, e com a colaboração do meu amigo músico Eduardo Soares. Agradeço ainda à FozCôactiva a promoção da iniciativa e a presença de outros amigos, que figuram na assistência.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Proceedings CAA 2005 (Computer Applications in Archaeology)



Proceedings of the XXXIII Computer Applications and Quantitative Methods in Archaeology Conference

Já disponíveis!!

Um único volume com mais de 60 artigos sobre aplicações informáticas à arqueologia, reunindo alguns dos maiores especialistas mundiais na matéria.

Sem dúvida a não perder.

Preço unitário: 50€

Promoção especial de lançamento: 2 cópias por 80€ (40€ cada).

Para encomendas contactar Doutora Alexandra Figueiredo alexfiga@ipt.pt

Castanheiro 2007 - Going Castanheiro (Part1)

terça-feira, 17 de julho de 2007

Ferir - 1

Renata Salecl, jovem filósofa e socióloga eslovena, publicou em 1998 na Verso (Londres-Nova Iorque) um livro que tem sido para mim fundamental: "(Per)versions of Love and Hate". Numa perspectiva lacaniana, trata dos complexos labirintos da afectividade.
Já para Freud, como ela nos lembra (p. 22), a relação amorosa é narcísica: ("o sujeito coloca o objecto do seu amor no lugar do Ego Ideal e depois tenta apresentar-se perante este objecto da maneira mais amorosa possível, como o ser humano mais admirável que existe. Este posicionamento reflecte o desejo do amante de que o(a) amado(a) devolva por sua vez o seu amor e assim se subjectifique também como amado(a)."
A realidade psíquica parece ser, pois, um mundo de espelhos.
Voltarei ao assunto....

sábado, 14 de julho de 2007

Música e poesia em Foz Côa

Dia 25 de Julho às 21:30 no Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa será lançado o livro de poemas "Pedras Preciosas" de Vítor Oliveira Jorge, que acaba de ser publicado pela Papiro Editora (Porto).
A sessão, que conta com o apoio da Câmara Municipal e da Fozcôactiva, incluirá a execução de peças para guitarra interpretadas por Eduardo Baltar Soares.

Curso livre de Arqueologia da FLUP


Abertas Inscrições - Escavação Arqueológica (Vila Nova de Foz Côa)

Práticas de Campo - Castanheiro do Vento

O Gabinete de Formação e Educação Contínua da FLUP informa que estão abertas as inscrições para uma Escavação Arqueológica de um sítio monumental pré-histórico - Castanheiro do Vento (Vila Nova de Foz Côa).

Nº Horas: 40,5 horas por semana
(35h de trabalhos de campo-TP e 5,5h de orientação tutorial-OT)

Horário: 2ª a 6ª feira - 9h00/13h00 - 15h00/18h00 (TP) + 22h00/23h00 (OT)

Calendário:
1ª semana - 1 a 7 Julho 2007
2ª semana - 8 a 14 Julho 2007
3ª semana - 15 a 21 Julho 2007
4ª semana - 22 a 28 Julho 2007


Inscrição: 25 Euros na FLUP

Alojamento, Alimentação e Transportes Locais: 200 Euros (preço/semana/pessoa - a liquidar na ACDR)

Informações

Ficha Inscrição

Castanheiro do Vento - campanha de 2007... infelizmente metade dela já passou...


Graças à adesão de voluntários nacionais e estrangeiros, apesar de todos os constrangimentos, e mais uma vez com a imprescindível colaboração da ACDR de Freixo de Numão, tem sido possível levar a cabo uma curta campanha de escavações de um mês (Julho 2007) no sítio pré-histórico de Castanheiro do Vento, Horta do Douro, Vila Nova de Foz Côa.
A zona mais elevada da colina que este sítio constitui é um "plateau" ainda em parte preservado, apesar de séculos de agricultura.
Ontem (sexta) conseguimos finalmente concretizar um velho sonho:
- perceber melhor as estruturas adjacentes à chamada "torre", designação convencional para uma entidade arquitectónica de grande porte, complexa, situada na área norte do recinto interior. Aqui temos a destacar a colaboração da nossa colega da Universidade de Leicester Lesley McFayden;
- unir a zona sul de escavação deste ano ("bastião" V e outras entidades que estão a aparecer) com a zona anteriormente referida, a norte.
Apesar do "plateau" superior de Castanheiro estar muito erosionado e afectado pela antiga agricultura (os traços de arado ocorrem nas rochas trabalhadas do afloramento xistoso já à vista) nota-se ali, como já esperávamos, uma grande complexidade de estruturas.
Ontem à tarde, um dia de bastante calor, quando estávamos em Castanheiro, várias trocas de impressões se foram dando entre os elementos da equipa.
Estas trocas de impressões são cruciais na abordagem moderna de um sítio destes, em que todos, dirigentes, alunos, trabalhadores manuais participam, afinal, de uma tarefa comum em que é muito importante o empenhamento do conjunto da equipa. Tal empenhamento só se pode dar através precisamente dessa acção conjugada e desse diálogo, vencendo a desmotivação e o cansaço em função de um entusiasmo pela pesquisa. Esse entusiasmo não é tão difícil de comunicar quanto pode parecer, se houver um bom ambiente entre os participantes.
Quem participe num processo destes, que envolve também o esforço físico e as pessoas na sua totalidade (com as suas emoções, problemas, etc.), apercebe-se da especificidade da análise arqueológica e do seu grande valor "educativo". Da importância, mesmo para os não especialistas, de participarem (não apenas visitarem sítios, em curso de escavação ou não) numa acção destas. O que se poderia fazer se as pessoas "cultas", ao menos, se apercebessem isto! Que imenso papel social a arqueologia poderia desempenhar na criação de uma "ecologia de diálogo" e de interacção em tantos planos!
Por isso menorizar ou desprezar esta actividade pode ser considerado, de facto, um "crime". O arqueólogo é aquele "cientista" que mais longa e detalhamente se debruça sobre uma parcela, por ínfima que seja, da superfície da terra. Cada sítio é diferente de outro, cada área de um sítio põe problemas novos, alguns dos quais são evidentemente comparáveis com outros, a diferentes escalas. Esse exercício mental, na sua elasticidade, é comparável ao axercício físico.
Se parar é morrer, para um arqueólogo, deixar de escavar, em termos de investigação, é a sua morte. Por isso continuamos, uns mais animados pelas surpresas da juvenilidade (que incluem, obviamente, o grande peso das relações interpessoais), outros por relações mais densas, com os outros, consigo, com os problemas. Coisas que vêm com a idade e experiência e que dão à nossa interacção com um sítio - recurso cultural público que qualquer um deve poder aproveitar - o mesmo grau de importância que tem a leitura de um bom livro, na formação da pessoa.
Aprender a ler a terra - eis o que falta a muita gente. Como se saboreia um autor, frase a frase, parágrafo a parágrafo, na sua especificidade. Para depois cada um fazer dessa leitura a sua específica experiência.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

terça-feira, 10 de julho de 2007

história... e outras coisas...

A história é desejável, necessária e intencionalmente uma interpretação, uma perspectiva sobre "aquilo que se passou" antes de nós, antes de mim.
Por isso "o passado realmente acontecido" é uma ideia que traduz apenas a vontade, o esforço, de construir essa narrativa retrospectiva segundo padrões aceites colectivamente - um esforço de "objectividade".
A objectividade, a capacidade de atingir uma certa "verdade" em história, como em qualquer outro conhecimento, é apenas (mas este apenas é muito) um conjunto de métodos, de protocolos, para a distinguir da crença comum, da mera convicção baseada no hábito, na irreflexão (de um ponto de vista erudito).
"Subjetivo" e "objectivo" são duas modalidades indissociáveis, duas faces da mesma moeda do conhecimento: sempre contingente, situado, humano, em mutação, e ao mesmo tempo sempre procurando (utopicamente, claro) fugir a essa condição. É nessa "distância de fuga", de afastamento, que se constrói um conhecimento partilhável, ou sobre cada um de nós (a minha auto-biografia, a rememoração de mim próprio, a minha "identidade") ou sobre os outros e o mundo em geral.
A ideia de "reconstituição do passado" traduz uma vontade que é o desejo de toda a ciência: conhecer de uma forma comprovada, baseada, partilhável, para além da crença ou da mera convicção subjectiva. Nesse sentido, aquela ideia tem toda a razão de ser. Mas perde-a, drasticamente, se esse conhecimento quiser imitar a antiga teologia, isto é, ser um conhecimento tendencialmente completo, omnisciente, do passado, presente e futuro.
A nossa cultura tradicional situa-se (situa-nos) cronologicamente entre a Criação e o Juízo Final, ou seja, Deus estabeleceu-se nos seus próprios limites (Agamben).
Ao querer preencher esse espaço deixado vago pela "morte de Deus" com a "ciência" estamos apenas a traduzir um sentimento de perda, da perda irremediável do pai que tinha estabelecido estavelmente a "verdade" das coisas. Não podendo já acreditar no pai (a doxa, as Escrituras, a lei eterna), querendo assumir a nossa própria voz autónoma, vimo-nos a braços com a necessidade de reescrever a história (de reescrever a Bíblia, o livro que continha tudo) e quisemos fazê-lo segundo os mesmos parâmetros de totalidade, de completude.
O pós-modernismo, ou como o queiramos chamar, com o seu relativismo, é apenas a constatação de que tal atitude de recuperação de uma totalidade mitica e utópica é insensata. Nós não podemos nem devemos querer saber tudo o que aconteceu, mas tão somente criar uma possibilidade - aberta a cada indivíduo - de tentar saber o mais e o melhor possível, não como uma enciclopédia vazia de estratégia (mera acumulação), mas como um instrumento, diariamente renovado, de entendimento mais preciso, mais lúcido, mais poderoso.
Conceber o poder de saber desta forma é abrirmo-nos à hipótese da felicidade: a que não quer conhecer tudo (desejo insensato, totalitário, temível), mas tão só o que é útil, isto é, o que do ponto de vista humano nos pode tornar cada vez mais humanos, mais tolerantes, mais seguros de nós próprios também.
A desconstrução é hoje, como em todos os tempos, a forma do saber interrogante: é preciso desconstruir para voltar a construir, para reordenar, em novos edifícios conceptuais, o conhecimento e experiência adquiridos.
Fugindo ao dogma, ao conhecimento como autoridade do pai, ou sua nostalgia.
Mas é certo que muitos prisioneiros, quando saem da prisão, choram e querem voltar para trás, porque ela se tornou entretanto a sua casa, o seu espaço de segurança, a sua realidade. Enfrentar a realidade aberta às possibilidades, a relativização e contingência, é para o prisioneiro a pior das prisões.

domingo, 8 de julho de 2007

falocentrismo - apontamento simples

Toda a nossa cultura (e por certo, a nossa linguagem, a gramática que a informa e a constitui) está imbuída de falocentrismo. O útero, o receptáculo, é de certo modo o lado passivo, que nutre a forma, mas de certo modo também deve constituir-se como uma espécie de "irrepresentável", aquilo onde se geram todas as possíveis formas.
O falo transporta consigo, ao penetrar nesse receptáculo, o gérmen da forma, do que será finalmente expulso do receptáculo e que poderá ter um nome, inscrever-se na ordem simbólica, quer dizer, adquirir uma significação, uma identidade própria. Para Irigaray, se não erro, o feminino é uma espécie de "excluído inominável", algo que recebe e nutre, mas que é omisso do discurso político fálico.

Nós em geral não dizemos, por exemplo, que uma casa acolhe e inclui, modificando-os, os seus visitantes ou moradores, mas sim que entramos na casa, que penetramos nela, para a tornar no nosso espaço convivial ou habitável. Nós - insisto - penetramos na casa, entramos nela; a "casa" (como muitos outros redutos ou cenários) é um receptáculo passivo.
Os salamaleques que as pessoas fazem ao passar uma porta bastariam para nos advertir dessa simbologia dos limites, desses rituais de passagem de que falam van Gennep e Victor Turner, na ordem do espaço, do tempo, etc.
O dentro, o fora, e sempre a acção de fora para dentro, do falo para o útero. Talvez toda uma nova arquitectura feminista - e um discurso para a conceber - precisassem de ser construídos (mas há certamente muita gente a pensar nisso). Eu é que estou aqui no campo sem apoio bibliográfico nem tempo para ir às fontes, pedindo até desculpa pelos erros que possa cometer nestes apontamentos ocasionais.

A revolucionária importância de uma epistemologia feminista é que ela desconstrói (ou tenta há décadas desconstruir) aquela centração fálica que se encontra na ordem simbólica, desde Platão e por certo desde muito antes dele. Também aqui a psicanálise é crucial.
A mulher (mas que pode um homem dizer sobre isso?...) não se sente penetrada, possuída, mas antes assume-se como absorvendo, como usufruindo o prazer de introduzir, de possuir o prazer seu e do outro; o centro passa da ordem solar fálica, geométrica, para a ordem labiríntica e subtil do espaço nocturno, cheio de dobras sobre si mesmo.
A racionalidade já não é linear, funcional, mas barroca e decorativa, prenhe de versatilidade e plasticidade, de inesperado. O próprio discurso pode traduzir isso, fugir pelo seu barroquismo à racionalidade linear, tendencialmente fascista (numa nova modalidade subtil, neo-liberal e acariciadora do ego consumista e individualista).
O jogo poderá adquirir o seu aspecto constitutivo do laço entre os seres: o jogo puro? Mas onde está a política do espaço-tempo que nos liberte para esse jogo? Pelo contrário, o que se impõe cada vez mais (ou julga impor-se...) é a ordem castrante da tecnocracia, da burocracia, tantas vezes conduzida paradoxalmente por "mulheres" (que são de facto "homens" na ordem simbólica).

À dualidade simples do falo (erecto, poderoso, actuante, portador da criatividade, ou, cumprida/falhada a sua missão, em estado de repouso) substitui-se a pluralidade complexa da topografia e da performance feminina, não centrada nem ansiosa pela consecução da penetração (angústia, ansiedade tradicional masculina, acentuada pela medicamentalização da sociedade), pelo cumprimento da missão procriadora, mas antes simbolizando o inominável (ainda...) desse prazer da fruição gratuita, libertada da intenção teleológica em que se baseia toda a nossa filosofia, toda a nossa acção, legitimada pelo mercado, pela ideologia puritana do dinheiro, pela miséria da contabilidade, que destrói a economia libidinal livre, algo de fundamental a inventar, a conceber, rompendo dia a dia pequenas regras, obrigações, ritos, indo contra a corrente do que se deve fazer, a toda a hora e a todo o momento.
Esta formidável revolução - ainda em curso durante séculos, pois há que inventar uma nova gramática, não já feminista, mas simlesmente adaptada à complexidade e variedade do humano - não se poderia compreender, contudo, sem o aparecimento de métodos contraceptivos nem sem a decomposição da família patriarcal tradicional (um mito, claro, mas também uma ordem legal que, ao implodir, levará a um novo direito, espaço tradicional da masculinidade, da tradição, apesar da proliferação das juízas e outras mulheres intervenientes nesse espaço).
A questão feminista não é uma "questão de mulheres" (que é uma mulher, quem aceita tal universal?), é uma problema de inteligência e de cidadania. Uma cidadania onde todos tenham um lugar.
Mas tal é muito difícil, porque é pela linguagem que nos incluímos desde bebés na ordem simbólica e essa linguagem continua a transportar o falocentrismo tradicional. Este é tanto mais dominante quanto mais inconsciente, isto é, ele aparece especularmente como espontâneo, como óbvio. Melhor dizendo: não aparece, e as "pobres pessoas" (les braves gens) não estão preparadas para pressentir essa ausência presente do Grande Outro, da ordem simbólica.

O óbvio é a arquitectura da prisão, o domínio da ideologia consagrada. A des-sacralização do óbvio (a revolução gramatical) passa pela poesia, quando ela sair do texto para se tornar contexto. Quer dizer, quando a poesia deixar de ser decoração, beleza, acrescento ornamental, mas se tornar acção chocante, criadora de fissuras na ordem simbólica, revolução do pensamento contra os seus ligamentos fálicos e castradores. Essa revolução só se pode também fazer ao nível individual, fazendo uma pausa diária, gentil, nas pequenas obrigações que se nos impõem (até como lazeres ou alegrias ritualizadas ou prazeres de que todos devemos usufruir para "uma vida saudável").
Desculpem os simplismos e o tom um pouco profético. Até para enunciar estas pobres intuições uma pessoa se tem de arrimar ao velho bordão fálico que até hoje nos atormenta.
Eu sou um arqueólogo (como podia ter sido um antropólogo) porque quero compreender por que raio é que esta ordem havia de se ter de constituir como tal, isto é, porque é que um horizonte aleatório e castrante nos haveria de aparecer como a moldura do mundo, no próprio acto de enunciação.
Eu não quero sair utopicamente da ordem simbólica que me inscreve, que fala por mim (isso é impossível); mas quero conhecer as modalidades outras do humano que me podem pelo menos relativizar as angústias de ter nascido aqui e agora, viver por segundos a utopia do conceito libertador, onde a verdade, o bem e a beleza do enunciado (fálico, eu sei...) se unem.
Essa é a poesia. Por isso é tão grande a curiosidade por uma escrita no feminino, e não tanto por uma escrita feminista ou por uma escrita de mulheres (que será isso?). O facto de isto ser enunciado por um homem vai ser já objecto de contestação... mas aí, nada a fazer.

Voltarei sempre ao assunto. Há muita gente, incluindo arqueólogos, que ainda não percebeu a importância destas coisas para se ser, e em particular para se ser arqueólogo de uma maneira muito mais interessante do que até aqui.
Ser provocante - mas tanto quanto possível não pedante ~é difícil. Desculpem qualquer coisinha.

Victor Turner - Ritual

Ritual is "a stereotyped sequence of activities involving gestures, words, and objects, performed in a sequestered place, and designed to influence preternatural entities or forces on behalf of the actors' goals and interests" (Turner 1977, 183).

"Not only do symbols reveal crucial social and religious values; they are also (precisely because of their reference to the supernatural) transformative for human attitudes and behavior. The handling of symbols in ritual exposes their powers to act upon and change the persons involved in ritual performance." (Deflem, 1991)

Deflem, Mathieu. (1991) “Ritual, Anti-Structure, and Religion: A Discussion of Victor Turner’s Processual Symbolic Analysis.” Journal for the Scientific Study of Religion 30(1):1-25.

Turner, V. (1977) Symbols in African ritual. In Symbolic anthropology: A reader in the study of symbols and meanings, edited by J. L. Dolgin, D. S. Kemnitzer and D. M. Schneider, 183-194. New York: Columbia University Press.

News from Castanheiro... images of a first week of work

A partial view (taken from the north) of the area where we have been working in the first week. Barbara is drawing in background.
Something is going to happen next week... keep in touch!

Another structure is coming out of the earth to the north and west of "bastion" V.

"Bastion" V seen from the south.


"Bastion" V appearing...
Great people: Gonçalo, João and Lesley.... and
in backgroud: Sérgio Gomes and the student Emanuela.

sábado, 7 de julho de 2007

Castelo Velho July 2007

A "bastion"... seen from the "tower"...
The visitor's reception centre seen from inside the site.

Prehistoric structures and modern passages for the visitors ...


Fabulous landscape to the south.



The core of the site seen from the north.


The "tour" of the reception centre.


The hill of S. Gabriel visually connected to the site.


This site will be available to the public from the 3rd of August... very soon!

Excavations (1989-2003): Susana O. Jorge
Modern architecture: Alves Costa and Sérgio Fernandez

O isolamento tem as suas vantagens

O isolamento, nos momentos de escavação em que passamos os dias de semana rodeados de pessoas e de afazeres, quando é possível, sabe a paraíso.
Esta suspensão do tempo dentro da casa, a própria escassez de comida disponível, o ruído das pessoas a conversarem ao longe, a irrequietude primitiva dos pássaros envolvidos uns nos outros, em bandos, a leitura completa de um livro iluminado - Giorgio Agamben, "Ideia de Prosa" (já referido numa postagem anterior - é daqueles livros em que apetece sublinhar tudo e recomeçar a ler mal se acaba) - o poder dormir e acordar libertado das horas e das prescrições de toda a sorte, o facto de ninguém me enviar qualquer mensagem, este despertar da luz da noite nos múltiplos perfis, ruídos, este afastamento do que inventamos como necessidades... estas pequenas tarefas e passos dentro da casa, esta memória de tantas ausências e esta aceitação do irrecuperável... bem, não digo mais nada, pelo menos agora. Que ridícula nos parece a agitação do mundo, nestes dias; mas ao mesmo tempo sem ela não haveria este contraste, esta completude.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Castanheiro - The 1st Video



Surpresa. Afinal estamos de volta ;)

domingo, 1 de julho de 2007

Despedida... temporária...


powered by ODEO

Confissão (não é poema!)

Desde pequeno que detesto foguetes.
Uma coisa insuportável do verão é a palavra animação.

A animação mete sempre foguetes,
fogo de artifício,
microfones altíssimos que não respeitam ninguém.

E não deixam sequer ouvir
o silêncio do mar à noite,
o sistema sanguíneo do verão.

Não sei por quê, nunca percebi
por que é que as pessoas correm para a animação:
besuntadas de gelado, cheias de suor,

com um certo ar bovíedo,
como que a chupar o tempo com a boca
e as narinas dilatadas pelo álcool.

agitando muito os corpos,
derretendo a própria beleza
que tem a verdadeira obscenidade!

E os casamentos, a cerimónia terrível
dos casamentos, com toda a gente a mostrar-se
para o nada, a ser fotografa pelo nada, pelo seu nada de todos
e de cada um!

Meu deus, leva-me para um sítio
onde possa mergulhar num rio ainda puro
abraçando a minha amada,
entrando lentamente no silêncio
das gotas. a nossa festa.

onde haja muito pouca coisa, que é para poder
aparecer tudo, finalmente!