Estamos em pleno mundo da eventualite, terrível doença, relacionada com a necessidade do espectáculo (quem não aparece, esquece) e com o preenchimento do vazio/desencantamento contemporâneo. De modo que a enxurrada universal de eventos, comemorações, colóquios, encontros, propostas, mensagens, é de molde a matar-nos instantaneamente.
Chatice não haver um deus universal, uma entidade suprema, um pai, uma síntese, a quem eu pudesse interpelar, na esperança de ser ouvido, pedindo-lhe: Senhor, perdoai-lhes, porque estão todos loucos, mas estanca tanta comunicação, evento e aparição... a minha cabeça não aguenta mais tanta organização, tanto objectivo, tanto alvo, tanta intenção. Quero descansar.
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