Durante décadas, fui treinado para estudar, pensar, apresentar resultados desse conteúdo. Até as pessoas mais conservadoras respeitavam esse valor.
Mas o mundo mudou.
O sistema meritocrático em que assentou todo o meu projecto de vida está ultrapassado (substituído por algo que é de uma natureza totalmente diferente - poderíamos caracterizar sucintamente como o delirio gestionário - e que, estruturalmente, odeia o pensamento, substituído por burocracia, informação e comunicação; noutras palavras, por vazio, gesticulação e lucro).
Por vezes sinto-me um resistente e um náufrago. Mas nem quero dar de mim uma imagem heroicizada, nem quero pensar que estou sozinho, longe disso.
Sobrevivem ainda muitas pessoas que estão a tentar fazer coisas que não são nem para ontem, nem para hoje, nem para amanhã ou para o próximo ano (a lufa-lufa do novo proletariado totalmente sedado pelo consumo e pela imagem, pelos rituais repetitivos e sem conteúdo).
Esses foram desde sempre os meus modelos. Não tenho outros. Nem quereria ter.
No meio da confusão, das urgências, do barulho, da anarquia subjacente ao mundo em que vivemos, refugio-me naquilo (pouco) que sei fazer, tentando fazer melhor, todos os dias lutando pela manutenção desse nicho.
Questão de sobrevivência.
Refugio-me a estudar as pessoas que admiro. Não me importa a visibilidade social para nada. Apenas cumprir com o que me pedem e tentar no espaço que me resta fazer sobreviver um pouco de pensamento. Sem cair na ansiedade, na angústia, na depressão.
Este trabalho assim é mesmo extremamente difícil.
Mas o mundo mudou.
O sistema meritocrático em que assentou todo o meu projecto de vida está ultrapassado (substituído por algo que é de uma natureza totalmente diferente - poderíamos caracterizar sucintamente como o delirio gestionário - e que, estruturalmente, odeia o pensamento, substituído por burocracia, informação e comunicação; noutras palavras, por vazio, gesticulação e lucro).
Por vezes sinto-me um resistente e um náufrago. Mas nem quero dar de mim uma imagem heroicizada, nem quero pensar que estou sozinho, longe disso.
Sobrevivem ainda muitas pessoas que estão a tentar fazer coisas que não são nem para ontem, nem para hoje, nem para amanhã ou para o próximo ano (a lufa-lufa do novo proletariado totalmente sedado pelo consumo e pela imagem, pelos rituais repetitivos e sem conteúdo).
Esses foram desde sempre os meus modelos. Não tenho outros. Nem quereria ter.
No meio da confusão, das urgências, do barulho, da anarquia subjacente ao mundo em que vivemos, refugio-me naquilo (pouco) que sei fazer, tentando fazer melhor, todos os dias lutando pela manutenção desse nicho.
Questão de sobrevivência.
Refugio-me a estudar as pessoas que admiro. Não me importa a visibilidade social para nada. Apenas cumprir com o que me pedem e tentar no espaço que me resta fazer sobreviver um pouco de pensamento. Sem cair na ansiedade, na angústia, na depressão.
Este trabalho assim é mesmo extremamente difícil.
1 comentário:
é. é muito difícil.
mas se cada um fizesse assim a sua parte... talvez o mundo fosse um lugar melhor.
abraço.
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