Se o homem fosse uma cobra (fosse um corpo que se fosse desenrolando, transformando em cobra à medida que penetrava, com o movimento lento da gibóia entrando na sua toca, no outro corpo) e a mulher esse outro corpo que, afrontando olhos nos olhos a ameaça da cobra, a engolisse e digerisse (transformando-se de algum modo de presa em predadora), qual o resultado de tal cópula?
É para esse ponto de interrogação que caminha o movimento simultâneo dos corpos enroscando-se, devorando-se, digerindo-se -
- ou não?
Um ponto de interrogação
pode ser uma (ironia suprema da imposssível) síntese?
Pode uma cobra confundir a sua toca com a sua sepultura?
Questão (também) zoológica.
2 comentários:
Senti vertigem!
Touché!
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