terça-feira, 15 de setembro de 2009

Curso em Serralves...

A SISMOGRAFIA DA CULTURA


16 OUT - 18 DEZ 2009 - DAS 19:00 ÀS 21:00 - SEXTAS - BIBLIOTECA DE SERRALVES
(Passagens por Walter Benjamin e Aby Warburg)

Nas duas primeiras décadas do século passado, os “diagnósticos da cultura”, motivados quase sempre por um profundo pessimismo cultural, tornaram-se quase um género autónomo. A metáfora do sismógrafo (ou outra metáfora da mesma família) é então usada por uma constelação de autores. Por exemplo: Aby Warburg, Hugo von Hofmannsthal, Karl Kraus e Walter Benjamin.
Fazendo, muito embora, um breve percurso por este universo, deter-nos-emos em Aby Warburg (1866-1929) e Walter Benjamim (1892-1940), duas figuras maiores do século XX que contribuíram decisivamente para as configurações conceptuais do tempo em que vivemos (e, se Benjamin é um dos autores mais lidos e influentes nas áreas da teoria da cultura, da arte e da história, já Warburg permaneceu até há pouco tempo num certo desconhecimento, do qual emergiu em grande força na última década). A aproximar estes dois autores está uma concepção da história e da cultura que encontra na questão da imagem um dispositivo fundamental. A ideia de «imagem dialéctica» em Walter Benjamin pode ser posta a par da visão warburguiana da imagem como «fórmula de pathos», como energia onde se polariza a memória cultural e as leis da sua transmissão trans-histórica. Tentando construir um “Atlas das imagens», Warburg chega à ideia de uma esquizofrenia da cultura ocidental, sempre dividida entre o pólo racional e o pólo mágico-demoníaco; e é na «imagem dialéctica» que Benjamin concentra a sua ideia de que os fenómenos históricos só chegam ao «momento da sua cognoscibilidade» quando são postos em sincronia (ou em constelação) com momentos anteriores e posteriores da história.

Concepção e orientação: António Guerreiro


Fonte: http://www.serralves.com/actividades/detalhes.php?id=1679&pai=5&tipo=futuras

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