Estando na China, não deixo de pensar sobre o que separa a Europa deste lado do mundo. Argumentar que não há remédio, que os europeus têm de se habituar a perder direitos, para que possam ser competitivos, equivale a dizer que nunca poderíamos ter saído do esclavagismo. Sobretudo quando vimos o cada vez maior fosso em termos de desigualdades, num sistema que uns têm deveres e os outros têm direitos (nacionalizam-se os prejuízos, privatizam-se os lucros).
Se isto é normal e justo...
Não sei porquê isto faz-me lembrar as condições que levaram à Revolução Francesa. Era Marx que dizia que a história se repetia primeiro como tragédia e depois como farsa (é o tema do novo livro do Zizek).
O que acho curioso é o modo como para estas pessoas a passagem ao acto foi o suicídio. Será que a próxima revolução tomará a forma de um suicídio colectivo? Uma espécie de Bartelby "eu preferia não" levado ao limite (será o suicídio um "preferia não" à vida, ou... ?)
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