dias em que as saias das raparigas
se erguiam no ar e como balões
se dirigiam para as cores
do arco-íris
dias da alegria, das baterias celestes
sobre a foz dos rios, invisíveis
nas pulsações do sol
dias em que os lábios ávidos
comiam os gelados frescos enquanto subiam
na excitação, na atmosfera irisada
dias em que borboletas saíam
dos calções das raparigas,
e as pernas brilhavam todas
dias em que as garças me saíam
dos versos, e era poderoso, e mandava vir
as trombetas vitoriosas
tocava nas cordas, saía electricidade
sobre a foz. as bandeiras esvoaçavam
e as raparigas subiam e desciam
irisadas de cores da alegria
garças altas como elefantes enfeitados
olhos vertendo azul e esperança.
disse: viva este litoral, esta solidão
cheia de imagens coloridas, viva esta paleta
formidável, esta foz aérea onde desaguam
os rios e todas as alegrias
que se avizinham!
o ar polvilhado de raparigas!
o sabor das vitórias, esta precisão
dos versos que escrevem de pés para o ar,
que inscrevem pássaros no céu
voando para as cores da alegria.
que vislumbram as coxas, as ancas
tão jovens, tão apetecíveis,
sob as saias macias das raparigas no ar
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voj set. 2009
aos sons que o mark knopfler milagrosamente consegue extrair da sua guitarra, e a toda a atmosfera que irriga o cérebro ao ouvi-lo
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