Eu tinha um acordo com o Vítor, para regressar ao Trans-ferir assim que possível.
A minha ausência relacionou-se como motivos vários, sobretudo por uma questão de gestão de tempo (participar num blog exige sempre tempo). Contudo uma das questões que também me levou a esta pausa foi sentir que o Trans-ferir era em muito o Vítor, ou seja, era o blog do Vítor.
Durante muito tempo eu tentei convencer o Vítor a ter um blog. Parecia-me (tal como ainda hoje me parece) que o blog possibilitaria a expansão do Vítor. Seria o espaço de vazão para o turbilhão de elementos que ele ousa trans-por para os amigos (e não só). Não conseguia pensar num melhor bloguista do que ele. Isto apesar da reserva inicial que ele mantinha em relação aos blogs. Vencida essa resistência o Trans-ferir tornou-se em muito mais do que esperava (um excesso - sem que com isso entre qualquer elemento pejorativo, antes pelo contrário).
O mano a mano inicial estava ligado aquele momento de criação do blogue, em que ele me convenceu a fazer parte também. Quando aceitei, estava longe de perceber o futuro.
Agora surge um novo desafio. Devo confessar que re-entro com algum medo. Estou acanhado por uma casa que me parece agora estranha, da qual fazem parte vários leitores, mais ou menos assíduos. Há um certo peso de responsabilidade.
Devo confessar também que não sei como é que o Vítor aceitou tão depressa o meu regresso. Não percebo porque é que ele me adicionou logo como contribuidor. Não sei o que ele espera da minha presença por aqui, e isso coloca-me algum receio. Só sei que tenho uma responsabilidade, que se multiplica pela visibilidade que este blog ganhou (não é o mesmo que quando se escrevia para um conjunto muito restrito de conhecidos).
E é por isso que decidi avançar com este post, uma espécie de fuga-para-a-frente em que exponho os meus medos, como táctica de exorcismo. No fundo algo muito próximo do exercício da transferência. O resultado desta ex-timidade terá com certeza as suas consequências (um conjunto de palavras expelidas e endereçadas ao Outro).
Bom, estou de volta ao Trans-ferir. Como se costuma dizer, quando já estamos fora da zona de segurança (fora do lugar-do-costume): Seja o que Deus quiser! Encomendo a alma e aqui vamos. E no entretanto, obrigado Vítor. É bom poder colaborar outra vez. Talvez mais se juntem...
1 comentário:
Bem-vindo a bordo... de onde saíu só porque assim decidiu.
Um blogue também não é a bíblia... descontraídos, prosseguimos!
Abraço, sempre, aos amigos que queiram dialogar, dentro ou fora do barco!
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