As noivas postam-se à porta de casa
À espera do carteiro.
Cheias de plumas.
As noivas encontram-se è entrada
Das famílias.
À espera do Grande Fecundador.
Toda a noiva espera. Uma carta.
Um anúncio urgente. Um automóvel.
Um telemóvel cheio de plumas.
Um par de sapatos altos,
Os bicos acerados do acontecimento.
O evento da sua permanente desvirginação.
A noiva engalana-se em sentido
E as tropas passam na rua, e cacarejam
Para escolher o seu par, a sua casa, o seu relvado.
As noivas cortaram a relva do corpo,
Estão prontas. Estão preparadas.
Com os objectos todos em volta, à espera.
E nunca mais chega.
Passam os gaiteiros. E cada um toca a música
Do seu país natal, mas não repara
Neste desespero
Que arruina a nossa civilização:
A noiva de tanto esperar descrê.
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Foto: Alexander Bergström (rep. aut.)
Site: http://www.alexanderbergstrom.com/Texto: voj porto junho 2009
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