Acho que cada pessoa, antes de pedir, solicitar, exigir, querer, desejar, etc., etc., deveria perguntar-se a si própria: se morresse hoje, que teria feito por este mundo e por este país em que fui lançado(a)? Que obra acrescentei, que se possa estudar nas escolas, representar num palco, ler num livro, ver numa imagem, presenciar numa rua, experimentar num laboratório, iluminar num rosto inteligente, etc.?
Não se trata dessa treta de plantar árvores, fazer filhos, ou escrever livros. Qualquer pobre diabo faz isso. Digo: que fiz por mim, que se possa ainda ver, apreciar, daqui a umas décadas, que real património acrescentei a este mundo? Eu sei, ninguém é juiz de si próprio, e muito menos pode antecipar o futuro. Mas eu não falo disso. Falo do futuro que é agora, e da voz do outro que me interpela desde já em mim: que fizeste para merecer o que comeste e o que gozaste? Essa voz, por absurda que seja, existe. E exige-me, convoca-me.
3 comentários:
Essa voz parece-se muito com a do super-ego
A MIM PARECE-ME MAIS A VOZ DO DEUS DA CATEQUESE. OS VALORES JUDAICOS-CRISTÂOS NUNCA ME INFLUENCIARAM NO QUE RESPEITA À CULPA. E SOU HEDONISTA POR NATUREZA. SE PUDESSE NÃO TRABALHAVA PARA "PRODUZIR" OU "DEIXAR". TRABALHAVA PARA ME DIVERTIR E SER FELIZ..INDIFERENTE A LEGADOS. SOU ASSIM JÁ ANTES DO "CAPITALISMO TARDIO". SOU MUITO ANTIGA.
E venham mais vozes, para fazer polifonia!
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