"(...) No cinismo da inovação, esconde-se, seguramente, o desespero de que já nada ocorre. Mas, inovar consiste em fazer como se ocorressem muitas coisas e em provocar o seu acontecimento. A vontade afirma, com ela, a sua hegemonia sobre o tempo. Conforma-se deste modo à metafísica do capital, a qual é uma tecnologia do tempo. A inovação "avança". (...) Com a ocorrência, a vontade é desfeita. A tarefa vanguardista continua a ser a de desfazer a presunção do espírito em relação ao tempo. O sentimento sublime é o nome dessa privação."
Jean-François Lyotard
"O Inumano.Considerações sobre o Tempo", Lisboa, Ed. Estampa, 1989, p. 111.
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