Será outro o discurso para a comunidade científica??? O problema está no discurso ou na mediatização do discurso? E se o discurso for diferente já será passível de ser mediatizado?
Um destes dias escrevo sobre mais este "universal" da nossa ideologia corrente que é "a casa". Claro que cientificamente a ideia de "casa" como um universal se liga à ideia de "cultura" como algo humano, acrescentado à natureza, e é a raiz de toda uma cascata de dicotomias e de equívocos. Por uma questão de elegância mínima, não vou personalizar aqui um comentário às declarações deste colega inglês, por quem tenho a maior simpatia,a não ser que, como se viu, tiveram sucesso nos media. Para arranjar promotores, os media, que hoje fazem o espaço público, são muito importantes.Resta saber se devemos dar aos media o que estes vulgarmente nos pedem, na sua pressa de sensacionalismo para vender,ou se devemos antes de tudo negociar um pouco mais de espaço para uma "mediologia científica", como já se nota em tantos jornais em que aparece uma secção de ciência ou de cultura com notícias que traduzem a realidade do conhecimento, não feito de descobertas sensacionais, mas de trabalho aturado.Conciliar a dinâmica lenta da ciência e a dinâmica dos media, long term knowledge e fast food mediático é possível, e é um dos desafios importantes da actualidade.Mesmo incontornável, porque o público pede aos cientistas explicações, e estes têm de lhas dar. Uma das explicações mais importantes consiste em que não há explicações fáceis para nada. As pessoas não são crianças, e mesmo as crianças são já pessoas, não apenas consumidores de sensações.
2 comentários:
Será outro o discurso para a comunidade científica???
O problema está no discurso ou na mediatização do discurso?
E se o discurso for diferente já será passível de ser mediatizado?
Um destes dias escrevo sobre mais este "universal" da nossa ideologia corrente que é "a casa". Claro que cientificamente a ideia de "casa" como um universal se liga à ideia de "cultura" como algo humano, acrescentado à natureza, e é a raiz de toda uma cascata de dicotomias e de equívocos.
Por uma questão de elegância mínima, não vou personalizar aqui um comentário às declarações deste colega inglês, por quem tenho a maior simpatia,a não ser que, como se viu, tiveram sucesso nos media. Para arranjar promotores, os media, que hoje fazem o espaço público, são muito importantes.Resta saber se devemos dar aos media o que estes vulgarmente nos pedem, na sua pressa de sensacionalismo para vender,ou se devemos antes de tudo negociar um pouco mais de espaço para uma "mediologia científica", como já se nota em tantos jornais em que aparece uma secção de ciência ou de cultura com notícias que traduzem a realidade do conhecimento, não feito de descobertas sensacionais, mas de trabalho aturado.Conciliar a dinâmica lenta da ciência e a dinâmica dos media, long term knowledge e fast food mediático é possível, e é um dos desafios importantes da actualidade.Mesmo incontornável, porque o público pede aos cientistas explicações, e estes têm de lhas dar. Uma das explicações mais importantes consiste em que não há explicações fáceis para nada. As pessoas não são crianças, e mesmo as crianças são já pessoas, não apenas consumidores de sensações.
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