Source: http://www.youtube.com/watch?v=EfJO6_lk-lM
"Girl of the North Country
Well, if you' re travelin' in the north country fair
Where the winds hit heavy on the borderline
Remember me to one who lives there
She once was a true love of mine
Well, if you go when the snowflakes storm
When the rivers freeze and summer ends
Please see if she's wearing a coat so warm
To keep her front from the howlin' winds
Please see for me if her hair hangs long
If it rolls and flows all down her breast
Please see for me if her hair hangs long
That' s the way I remember her best
I' m a-wondering if she remembers me at all
Many times I' ve been prayed
In the darkness of my night
In the brightness of my day
So if you' re travelin' in the north country fair
Where the winds hit heavy on the borderline
Remember me to one who lives there
She once was a true love of mine"
Bob Dylan
álbum “The Freewheelin' Bob Dylan” (1963)
Considero esta uma das mais belas e nostálgicas canções que já ouvi.
O narrador estabelece constantemente uma distância, multiplicada, com o objecto amado: geográfica (presente), temporal (uma rapariga que conheceu no passado), e mesmo em termos de interpelação, que é feita por interposta pessoa: alguém que viaje para essa fronteira e possa (r)estabelecer a conexão, uma conexão irónica e trágica na sua improbabilidade.
Toda a referência à contingência e efemeridade da feira, onde as pessoas só se encontram por acaso, e à própria figura tornada imagem, com o seu longo cabelo atemporal, é uma assunção do ícone, do que é inalcançável como objecto de amor.
A aparente displicência com que a mensagem é dada, com que o "pedido" é feito, contrasta fortemente com a intensidade do sentimento de carinho que o objecto amado evoca. Como se este pudesse voltar do passado, não através do encontro do intermediário, mas do apelo irrecusável da canção.
É esse o mito, o desejo insano (e assumido) que percorre todo o grande artista - e Bob Dylan foi uma dos maiores artistas "pop" do séc. XX - a procura da plenitude no próprio absurdo, o paradoxo, da sua enunciação.
voj
O narrador estabelece constantemente uma distância, multiplicada, com o objecto amado: geográfica (presente), temporal (uma rapariga que conheceu no passado), e mesmo em termos de interpelação, que é feita por interposta pessoa: alguém que viaje para essa fronteira e possa (r)estabelecer a conexão, uma conexão irónica e trágica na sua improbabilidade.
Toda a referência à contingência e efemeridade da feira, onde as pessoas só se encontram por acaso, e à própria figura tornada imagem, com o seu longo cabelo atemporal, é uma assunção do ícone, do que é inalcançável como objecto de amor.
A aparente displicência com que a mensagem é dada, com que o "pedido" é feito, contrasta fortemente com a intensidade do sentimento de carinho que o objecto amado evoca. Como se este pudesse voltar do passado, não através do encontro do intermediário, mas do apelo irrecusável da canção.
É esse o mito, o desejo insano (e assumido) que percorre todo o grande artista - e Bob Dylan foi uma dos maiores artistas "pop" do séc. XX - a procura da plenitude no próprio absurdo, o paradoxo, da sua enunciação.
3 comentários:
Porque é que está a dar à canção uma representação e um significado? Isso é falso, não é?
Bruno R.
A escuridao da noite
A claridade do dia
...
A escuridao do dia
A calridade da noite
Realmente uma cançao linda!!!!
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