quinta-feira, 1 de março de 2007

Ta ir Riga



Foto: Evita Alle

Olhando da janela do troley contempla-se Riga. Como todos os dias cruzamos a margem, para trabalhar do outro lado. A senhora de chapéu vermelho contempla o vazio de costas para a cidade. O rio gelou e a neve está por todo o lado. O troley faz o seu caminho anunciando as paragens: "Nakama Pietura...". Estamos a chegar. A realidade do dia-a-dia não se conforma com os mitos. O vodka é para os Russos (algo que em Letão é pouco abonativo, pois os russos são os mal-educados, espalhafatosos, excessivos, algo que condiz mal com o modo de ser recatado da Letónia). Está frio e em Celsius estão graus negativos. Mas no interior do café, ao sabor dos crepes, está sempre quente. É sempre assim no interior das casas. Está sempre quente e as pessoas usam sorrisos nos lábios. Por vezes devem correr-lhes lágrimas, mas essas tendem a guardá-las num baú qualquer (chamam-lhe intimidade). Os dramas e as comédias são coisas do cinema. A vida não é assim. Não é dura nem fácil, é.
É a vida...


(este post foi despertado por um post do Vítor que está mais abaixo e de uma imagem que ele lá constrói em que fala de um autocarro e que me despertou a memória desta foto).

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