É um maravilhoso desenho que o grande artista João Machado para ela fez. Tempos em que se fazia muita coisa pelo prazer de fazer, graciosamente.
Foi publicado em 1980, altura em que iniciei a redacção definitiva da minha tese de doutoramento, por uma pequena editora/livraria, hoje encerrada, existente perto da Igreja da Lapa e da Câmara do Porto. No seu conjunto, é dedicado "aos jovens que se reuniram na serra da aboboreira no verão de 1979".
Esse verão de 1979 foi muito marcante para mim. Apesar de estar já com licença de serviço docente por causa da tese, tinha sido "chamado para a tropa" (Força Aérea) na primavera desse ano. Consegui adiar a incorporação para Outubro, o que me permitiu escavar ininterruptamente no conjunto de Outeiro de Gregos, naquela "serra" (Baião, distrito do Porto) durante 3 meses seguidos: Julho, Agosto e Setembro. Foi uma experiência de convívio inolvidável, mas onde também pela segunda vez a sensação de radical solidão me bateu na cara com força (a primeira tinha sido quando fiquei sozinho em Angola em 1974, durante uns 15 dias, no meio de uma casa vazia). De facto, à beira de ter de interromper a minha carreira universitária por dois anos, sem carro, no que era então uma pequena "aldeia", e no meio de descampados, alojado numa escola primária ... enfim, as condições não podiam ser mais adversas, profundamente dolorosas.
Mesmo assim, tinha na escola uma máquina de escrever e, nela, passava a limpo poemas, alguns dos quais tiveram o seu primeiro rabisco feito na própria "serra", nos cadernos de campo, sobretudo no intervalo de almoço, à vista do Marão.
Após a "recruta" na Ota, e devido a problemas oftalmológicos, deixaram-me de novo vir para casa. A partir do início de 1980, recuperei o meu futuro, a minha arqueologia, e a minha poesia.
Foi publicado em 1980, altura em que iniciei a redacção definitiva da minha tese de doutoramento, por uma pequena editora/livraria, hoje encerrada, existente perto da Igreja da Lapa e da Câmara do Porto. No seu conjunto, é dedicado "aos jovens que se reuniram na serra da aboboreira no verão de 1979".
Esse verão de 1979 foi muito marcante para mim. Apesar de estar já com licença de serviço docente por causa da tese, tinha sido "chamado para a tropa" (Força Aérea) na primavera desse ano. Consegui adiar a incorporação para Outubro, o que me permitiu escavar ininterruptamente no conjunto de Outeiro de Gregos, naquela "serra" (Baião, distrito do Porto) durante 3 meses seguidos: Julho, Agosto e Setembro. Foi uma experiência de convívio inolvidável, mas onde também pela segunda vez a sensação de radical solidão me bateu na cara com força (a primeira tinha sido quando fiquei sozinho em Angola em 1974, durante uns 15 dias, no meio de uma casa vazia). De facto, à beira de ter de interromper a minha carreira universitária por dois anos, sem carro, no que era então uma pequena "aldeia", e no meio de descampados, alojado numa escola primária ... enfim, as condições não podiam ser mais adversas, profundamente dolorosas.
Mesmo assim, tinha na escola uma máquina de escrever e, nela, passava a limpo poemas, alguns dos quais tiveram o seu primeiro rabisco feito na própria "serra", nos cadernos de campo, sobretudo no intervalo de almoço, à vista do Marão.
Após a "recruta" na Ota, e devido a problemas oftalmológicos, deixaram-me de novo vir para casa. A partir do início de 1980, recuperei o meu futuro, a minha arqueologia, e a minha poesia.
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