domingo, 13 de setembro de 2009

PPN2 - segundo sítio neolítico visitado na Jordânia, cujo nome ainda não consegui apurar ****





O enquadramento do sítio na paisagem (vedação à direita da foto), hoje um meandro da estrada asfaltada que, de Litle Petra, conduz ao Mar Morto... trata-se de uma descida acentuada, sabendo-se como o Mar Morto se encontra a várias centenas de metros abaixo do nível do mar.







Todo o sítio assenta numa plataforma sobre o vale à direita, devendo existir nessa periferia em declive uma estrutura de talude como já aparecia em Beidha.
























Parece haver aqui níveis muito escuros (com matérias carbonizadas?) a que se soprepõem lajes horizontais... tenho rapidamente de descobrir de que estação arqueológica se trata e qual a bibliografia pertinente...
















Se estes degraus forem contemporâneos da estrutura, como tudo indica, então esta é um exemplo de construção parcialmente "subterrânea", tão típica do Próximo Oriente, e todo o "murete" à vista é um embasamento de uma super-estrutura de terra e materiais vegetais.


















Todas estas esruturas eram revestidas a argila: vê-se aqui restos, passados tantos milénios...




Impressionante grau de conservação... e até de ausência de vandalismo, num sítio que está abandonado e cuja vedação permite a entrada, pois foi cortada num canto... claro que as atenções dos turistas e dos seus "fornecedores" estão viradas para coisas que "enchem mais o olho"... felizmente...





Estrutura completamente lajeada!






Terreno juncado de ossos... quase de certeza de animais...





Pequenos compartimnentos feitos com pedras, como temos nas estações que estudamos cá...





Se isto não é uma estela, o que é?...
















Estelas?...





Solo juncado de ossos, artefactos, etc.







































Aspecto de uma área da estação de que só foi retirada a camada superior, como fazemos por exemplo em Castanheiro, vendo-se o caos de pedras que resulta, antes da escavação em profundidade; mas é assim que deve ser, claro.










Esta estrutura lembra as de Beidha.















Níveis contendo ossos carbonizados.



































Estrutura toda lajeada interiormente.




Parece tratar-se de lareiras, estas depressões rodeadas de um "aro" de argila cozida pelo foogo, mas só os escavadores nos poderiam elucidar. De relembrar que estas fotos foram feitas durante uma visita de, um máximo, um quarto de hora, não prevista no programa e sob um sol escaldante, só possível por irmos em carro de turismo com um guia particular, que se interessou pela nossa interpretação, porque percebeu que esta era a matéria, genericamente falando, em que estamos a trabalhar em Portugal.



A existência de uma espécie de "estelas" parece ser uma constante nestes sítios.








Esta imagem mostra algo que nos suscitou dúvidas de interpretação... aparentemente é um derrube dentro de uma estrutura circular, ainda não totalmente escavada. Mas para percebermos o que está aqui em causa (derrube de quê, a sê-lo?) precisávamos de uma explicação do(s) escavador(es), claro. Os próprios pregos da quadriculagem, embora já ferrugentos, ainda estão implementados na argila do chão, pelo que a última intervenção deve ter sido feita há apenas alguns anos. Esse chão está juncados de ossos de animais (?) e de materiais líticos, entre outros. É daqueles sítios onde apetece, de imediato, escavar, para perceber o que ali se passa, e deve ser complexo. Mas são claras as suas afinidades com Beidha.

































Fotos VOJ Set. 2009

Publico aqui estas fotos porque me parecem de grande importância como documentos visuais. apesar da sua descontextualização...
Parece impossível que os nossos especialistas de Neolítico (no sentido geral da palavra... não falo de sociedades camponesas porque essa expressão é muito vaga e ambígua, além de provavelmente anacrónica se aplicada à pré-história) se não desloquem mais ao Próximo Oriente e Europa oriental, para verem e estudarem estes sítios... estamos todos ainda muito virados para o nosso "pequeno jardim" e, mesmo nesse, muitas vezes (todos nós) cultivamos mal... sem abrir os olhos à realidade internacional a nossa arqueologia não vai a lado nenhum. Realizamos uma investigação empírica (não empirista) que exige comparação, contraste, desconstrução constante (para construir, claro).


**** É Shukarit Emsaid, acaba de me informar o meu amigo Hasan Amro, nosso guia, por sms
15.9.09 22 h.

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