sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

nobreza a posteriori


A única "nobreza" não é a obtida por descendência, por herança, mas a conquistada pela acção de cada indivíduo. Essa acção (com frequência) só vem a ser reconhecida passados alguns, ou mesmo passados muitos anos depois da sua morte, quando se vai fazendo o balanço daquilo que deixou.
Por isso a herança de um indivíduo realmente "nobre" (quer dizer, um criador) é sempre póstuma.
É para constituir essa herança, essa postura, que o artista trabalha, que o cientista trabalha, que o pensador trabalha. Afanosamente.
Ao contrário do nobre, que se julga impudicamente superior por nascimento seu, ele nem sequer sabe qual vai ser o veredicto dos outros sobre si (sobre o que fez, o que deixou) por morte sua, quando de facto se inicia a sua obra. 
Toda a obra é póstuma, é uma construção dos outros sobre a herança do trabalho que algumas pessoas, tocadas pelo génio, deixaram.


7 comentários:

Anónimo disse...

Concordo,é essa a única nobreza.:-)

Alma disse...

O que não deixa de ser curioso é que, actualmente, o termo "nobreza" evoca a de carácter, em detrimento da social...

Bom augúrio dos nossos tempos?

Alma disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Vitor Oliveira Jorge disse...

A mensagem eliminada era repetida.

SGC - ainda bem! Bjs

Suzanna - quantas Susanas neste blogue...o seu perfil é um pouco opaco... nem com uma fotografiazinha nos quer brindar?... Hoje o dia está-me a correr tão bem, e faço anos amanhã...

Anónimo disse...

Acho que se nasce nobre. Às vezes, não se nasce e tornamo-nos. Mas é raro.

Oberon disse...

Em alguns momentos somos todos génios...
Parabéns já que é dia deles.

Anónimo disse...

Nasce-se ou não um "nobre". Ninguém muda ninguém. A maioria das pessoas é inenarrável.

Quanto aos méritos do trabalho..para fazer as pessoas melhores....são fantasias de classe.