e ergo bem altas as varetas
com que a percuto
tenho a luz à minha frente
e ergo bem altas as lâminas do estore
com que a fatio
tenho a imagem mesmo
à minha frente,
e ergo com força
bem altas
as forças abertas da ascensão
sagrado momento
em que a viola toca eléctrica
deserto da presença branca
da sedução ajoelhada
os tornozelos vergam-se
até ao meio da presença
os dedos entram pelo umbigo,
pela sombra que vem
já de um outro lado
e o olhar concentra-se aterrado
nas torrentes, nos fluidos
que desfazem o ser,
maravilhado
cabelo totalmente encadeado
no momento mesmo em que se iam
erguer altas as varetas da ausência
bater com força
no rosto indecente
traçar com luz
os lábios os olhos
reduzir tudo
a riscos e lampejos,
dispersar de novo os beijos
que te juntaram absurdamente
aqui
nesta fonte que de dentro
nesta fonte que de dentro
de si mesma
se vem
continuamente
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Foto (rep. aut.): Katarzyna Widmanska
Site: http://www.widmanska.com/show/index.php?x=browse&pagenum=1
texto: voj jan. 2009 porto
3 comentários:
Obrigado!
vitor,
muito sensível e com construção que dá a oportunidade para respirar entre um momento e outro...
bonito!
grande abraço!
outro. obrigado.
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