...eu tenho muito medo de passar de investigador a uma espécie de gestor em que não penso mais (por falta de tempo) em “conteúdos”, para me confinar a “processos”.
É o pior erro em que pode cair um universitário, um verdadeiro investigador, lançando-se à aventura angustiante mas ao mesmo tempo fascinante da interdisciplinaridade (não há tantos como eu pensava quando era inocente e abracei esta carreira...).
Perder a alma para arranjar o dinheiro que (julgaria esse candidato a investigador, no começo do seu calvário) lhe permitiria os meios de satisfazer a alma (a sua curiosidade e prazer de pesquisar).
É tanto bloqueante não ter meios como ter muitos meios, ou querer tê-los. O meio torna-se um fim, um jogo infernal.
A ganância mata tudo o que de melhor há no ser humano.
Por isso fui, sou e serei sempre um socialista, independentemente do que isso queira exactamente dizer, em toda a sua complexidade conceptual e variabilidade histórica: é uma opção sentida, de fundo.
É o pior erro em que pode cair um universitário, um verdadeiro investigador, lançando-se à aventura angustiante mas ao mesmo tempo fascinante da interdisciplinaridade (não há tantos como eu pensava quando era inocente e abracei esta carreira...).
Perder a alma para arranjar o dinheiro que (julgaria esse candidato a investigador, no começo do seu calvário) lhe permitiria os meios de satisfazer a alma (a sua curiosidade e prazer de pesquisar).
É tanto bloqueante não ter meios como ter muitos meios, ou querer tê-los. O meio torna-se um fim, um jogo infernal.
A ganância mata tudo o que de melhor há no ser humano.
Por isso fui, sou e serei sempre um socialista, independentemente do que isso queira exactamente dizer, em toda a sua complexidade conceptual e variabilidade histórica: é uma opção sentida, de fundo.
Um dia há-de ser diferente, não estarmos sujeitos à miserável lógica de querer ter mais, mais, mais, sendo cada vez menos, menos, menos...
É uma crença!
É uma crença!
E, já agora, um outro ponto muito importante: cada um de nós quer ter prestígio, realizar-se, encontrar a sua quota-parte de prazer e felicidade: pois claro. E competir com outros, medir-se com outros. Por que não? Mas consegui-lo-á muito melhor (se é que não é a única maneira de o conseguir) quanto mais disseminar o que tem de melhor pelos outros. Quanto mais repartir. É a lógica certa para obter ele(a) próprio(a) a mais-valia que ambiciona. A riqueza (seja de que natureza for) cria-se em grupo, não por uma solidariedade piedosa, mas por uma economia básica de partilha. Ninguém sozinho vai a lado nenhum. Ninguém sem esforço faz nada de jeito. Ninguém sem respeito pelos contributos dos outros, mesmo que invisíveis, consegue de facto ser digno de respeito.
Por isso, a ambição individual, mais que legítima em seres mortais que só têm uma vida para viver, e a motivação de grupo, a lógica de grupo, não são contraditórias. Claro que o velho problema da troca, da dádiva, é muito complexo. Mauss e outros abriram caminhos, mas a coisa é mais complexa, como mostrou por exemplo Derrida. Fica para outra postagem...
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