Sinais dos tempos. Há criaturas que telefonam para o meu número fixo de casa para me tentar vender os mais diferentes produtos. Normalmente isso stressa-me, porque me interrompe, e não me interessa nada, como é óbvio.
Hoje telefona-me uma senhora, interrompo a leitura, vou atender, e pergunto: "desculpe, o que deseja?" E ela, "Olhe, primeiro boa tarde, com educação, que foi o que os meus pais me ensinaram". Com nervoso acrescido, respondo: "não recebo lições de educação ao telefone. Desculpe,estou muito ocupado, sou professor e estou a trabalhar." E acto contínuo, desligou-me o telefone.
Este tipo de telefonemas devia ser considerado invasão de privacidade. Com que direito se arrogam de telefonar para casa de cada um, a qualquer hora, sem ter o mínimo de respeito pela privacidade das pessoas, sobretudo numa época como a que vivemos, em que cada minuto é precioso?!
Enfim, é o preço que pagamos pelas facilidades de "comunicação" e, também,e sobretudo, por uma realidade nova, sintomática,de aplanamento de valores de referência, que se nota na maneira como as pessoas nos tratam, sem qualquer respeito pelas diferenças de cada um. Já tenho dito: "desculpe, estou muito cansado, estou a ler ou dar aulas há horas..." e as pessoas, achatando todo o tipo de trabalhos: "olhe, cansado (a) estou eu também." Admito, não é culpa minha, mas o que as pessoas não sabem é que para quem está a ler um livro difícil, às vezes uma hora ou duas para três páginas, uma desconcentração destas é mesmo atentatória de um direito fundamental à privacidade, a uma certa clausura que a investigação pressupõe. Hoje, na loucura da comunicação, as pessoas não pensam, nem respeitam a especificidade dos outros: comunicam freneticamente e, se uma pessoa não embarca no jogo, neste pingue-pongue diário em vários tabuleiros ao mesmo tempo, ainda são agressivas!
ELAS NÃO SABEM, NEM SONHAM, O QUE É O MEU (NOSSO) TIPO DE TRABALHO. É TRISTE, VIVER-SE ACHATADO, a incomodar cada um e cada qual pelo telefone. Por mim, só telefono às pessoas mesmo em SOS. Quem me conhece sabe isso. Uso o mail ou o sms, são silenciosos e o destinatário vê quando pode. Tenho pena de quem tem de fazer diferente para (sobre)viver. Que mundo.
Hoje telefona-me uma senhora, interrompo a leitura, vou atender, e pergunto: "desculpe, o que deseja?" E ela, "Olhe, primeiro boa tarde, com educação, que foi o que os meus pais me ensinaram". Com nervoso acrescido, respondo: "não recebo lições de educação ao telefone. Desculpe,estou muito ocupado, sou professor e estou a trabalhar." E acto contínuo, desligou-me o telefone.
Este tipo de telefonemas devia ser considerado invasão de privacidade. Com que direito se arrogam de telefonar para casa de cada um, a qualquer hora, sem ter o mínimo de respeito pela privacidade das pessoas, sobretudo numa época como a que vivemos, em que cada minuto é precioso?!
Enfim, é o preço que pagamos pelas facilidades de "comunicação" e, também,e sobretudo, por uma realidade nova, sintomática,de aplanamento de valores de referência, que se nota na maneira como as pessoas nos tratam, sem qualquer respeito pelas diferenças de cada um. Já tenho dito: "desculpe, estou muito cansado, estou a ler ou dar aulas há horas..." e as pessoas, achatando todo o tipo de trabalhos: "olhe, cansado (a) estou eu também." Admito, não é culpa minha, mas o que as pessoas não sabem é que para quem está a ler um livro difícil, às vezes uma hora ou duas para três páginas, uma desconcentração destas é mesmo atentatória de um direito fundamental à privacidade, a uma certa clausura que a investigação pressupõe. Hoje, na loucura da comunicação, as pessoas não pensam, nem respeitam a especificidade dos outros: comunicam freneticamente e, se uma pessoa não embarca no jogo, neste pingue-pongue diário em vários tabuleiros ao mesmo tempo, ainda são agressivas!
ELAS NÃO SABEM, NEM SONHAM, O QUE É O MEU (NOSSO) TIPO DE TRABALHO. É TRISTE, VIVER-SE ACHATADO, a incomodar cada um e cada qual pelo telefone. Por mim, só telefono às pessoas mesmo em SOS. Quem me conhece sabe isso. Uso o mail ou o sms, são silenciosos e o destinatário vê quando pode. Tenho pena de quem tem de fazer diferente para (sobre)viver. Que mundo.
1 comentário:
O silêncio só faz favorecer a continuação, pois, em prol do imediatismo, os valores legítimos da alma, tais como as virtudes e as conquistas intelectuais, estão ficando esquecidas.
Bem, eis o vazio que estão a conquistar!
Que bom encontrar alguma expressão que apresenta com clareza: “Eu respeito para ser respeitado!”. E a que se compreender que algo assim é bem fácil: RESPEITO X RESPEITO.
Maravilhosa publicação!
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