segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

SOS FILHOZES



Tenho recebido muitos mails e outras mensagens a desejar Boas Festas e Feliz Ano Novo. Dantes era pelo correio, agora é pela net. Agradeço e retribuo, mas é uma avalancha tão grande que não consigo responder a tudo, nem teclando todo o dia como Mozart nunca pensou fazer. Além de que o teclado de um computador nada tem a ver com um dum piano, nem eu com Mozart, mal de mim. É o que têm estas quadras. Todos os anos recebemos todos imensas manifestações de fraternidade particular e universal, etc. Algumas vêm cifradas e são tipo postais a que, para se responder, tem de se ir buscar também um postal, mas primeiro inventar mais uma password, etc. Apetece-me sempre enviar o postal referente a uma coisa diferente, sou um pequeno rebelde.
Enfim, após teclar um dia inteiro manifestações afectivas extremas que nem tonto, aguardo o momento em que use finalmente as mãos para fazer algo de mais interessante, não sei o quê... nem sequer sei fazer as filhoses que o meu pai fazia tradicionalmente, nesta quadra. 
De maneira que se alguém tiver uma filhoz, um bolo maravilhoso feito de abóbora e com canela, que possa enviar pela net, agradeço.
Pelo menos a imagem de uma filhoz, bem rechonchuda, mesmo a pedir uma trincadela. É uma bondade.



4 comentários:

Chinezzinha disse...

Poema de Natal

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos
Por isso precisamos velar,
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai
Mas que essa hora não esqueça
E que por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

[Vinicius de Morais]

Um excelente Natal é o que lhe desejo.
:)
Bjinhos

Virginia Coutinho disse...

Olá, ainda não tenho fotos das filhozes de abóbora, mas tão logo as faça mando-lhas. Até sou capaz de lhe ir levar umas poucas, se calhar em caminho!
Feliz Natal
Virgínia

Vitor Oliveira Jorge disse...

Obrigado. Belo poema. Escreva você um e ofereça a este blogue. Tá?
Citar é bom, mas fazer é melhor.
_____________

Eu digo-lhe onde me pode encontrar! Que saudades de umas filhozes boas.
Obrigado também.

Vitor Oliveira Jorge disse...

Hoje o meu amigo João Candeias surpreendeu-me com uma prenda que recebi em casa, tipo encomenda, logo pela manhã. Sabe bem uma coisa assim. Não são filhozes apenas. É amizade.