Que é o conhecimento?
(Já se vê que não vou aqui responder a tão magna questão, mas deixar só uns apontamentos rudimentares dedicados à Susana, que me atura no meu recolhimento em tardes de leitura em que toda a gente - ? - está a "festejar", seja o que for que isso signifique para cada qual)
Ao contrário do que o senso comum implicitamente assume (é próprio do senso comum considerar natural, e portanto assumir como certo ou errado seja o que for, sem justificar ou explicar porquê, numa tranquilidade que por vezes deixa atónita uma pessoa mais habituada à reflexão), o conhecimento humano não é algo de quantificável, e que tenha evoluído ao longo da história, do zero (ou quase zero, porque se pressupõe que para obter o conhecimento 1 já era preciso ter alguma parte desse 1, um 0 vírgula qualquer coisa) até hoje, em que estamos mais "ricos" ou "cheios" de conhecimento do que no passado.
O conhecimento é histórico, claro, quer dizer, situa-se no espaço/tempo como tudo o que é humano, mas sobretudo é também histórico, a montante, aquilo que determina o que é e o que não é conhecimento, ou seja, o que se pode descartar ou esquecer como inútil. Quer dizer, muito mais importante, ou pelo menos muito mais fundamental para se perceber como o conhecimento humano ocorre e se propaga, ou definha e se extingue, é estudar as condições para um determinado tipo de conhecimento surgir, ou seja, para emergir, a partir sempre de uma CONFIGURAÇÃO anterior, uma nova configuração.
A configuração, algo de muito lato e difícil de definir, é o que determina o horizonte de possíveis de uma determinada época, quer dizer, aquilo que tanto na vida corrente como na da produção artística, científica, filosófica, se vai entender por conhecimento ou contributo pertinente para ampliar, ou redireccionar, o nosso conhecimento anterior.
Sem essas estruturas, sem a definição dessas configurações, regimes discursivos e também pressupostos implícitos de toda a acção prática, a história reduz-se a uma sucessão de histórias sem interesse nem conexão. À erudição oca ou pitoresca em que se perdem tantos "investigadores". E é nesse sentido que a história académica evidentemente não interessa absolutamente para nada, a não ser como entretenimento ou como écrã para esconder/disfarçar/adiar a verdadeira negação sistemática do que importa investigar, do que é estratégico perceber. Daquilo que incomoda ou que é economicamente útil e só deve ser conhecido ou conceptualizado por alguns, porque nem todo o conhecimento é evidentemente de uma grande importância política, económica, estratégica; mas algum dele, obviamente é.
E o que é isso que é estratégico procurar, resistindo ao senso comum, à opinião, ao regime do "parece-me que", ao sistema da conversa ou da pseudo-cultura que se apoia em documentos ou provas como se não soubesse que se pode provar muitas coisas e o seu contrário, que o importante é determinar quais os regimes que LEGALIZAM a prova, isto é, que INVENTAM os elementos e as molduras de um sistema legal, quem os enuncia e quando, e com que objectivos claros ou implícitos (como em toda a economia o segredo é a alma do negócio, mas há também evidentemente uma história do segredo)?
Trata-se de encontrar o nó problemático que pode articular em cada momento (momento esse que decerto pode durar séculos, e por isso os contemporâneos de uma época têm tanta dificuldade em a caracterizar) acção prática e acção teórica, criação de conceitos e manipulação de materiais e de máquinas, regimes de consciência e de imaginação, visões do mundo, enfim, uma economia geral da orientação das consciências, dos desejos, das intencionalidades, das actividades.
Nunca esquecendo que, por muito ampla e abstracta que seja a CONFIGURAÇÃO geral que conseguimos estabelecer - para definir o que foi a consciência clássica (greco-latina), por exemplo, ou a consciência barroca, que permitiu o nascimento da ciência e da arte pós-medievais, ou a consciência moderna - houve sempre na história inúmeras contradições e lutas, confrontos entre maiorias e minorias.
Porém, a conceptualização de uma configuração, de um DISPOSITIVO, é ambiciosa, e visa em última análise dar conta tanto dos fenómenos maioritários, que fizeram vencimento, como daqueles que ficaram submersos ou foram afastados para a margem. Porque a configuração pretende estar aquém, ou para lá, dessas diferenças: ela visa encontrar, na tradição estruturalista e também fenomenológica, entre outras, algo de muito mais essencial, líquido e difícil de desenhar, que é o quadro dos possíveis pensáveis e dos possíveis elementos que eram susceptíveis de formulação/execução, quer dizer, que podiam ser postos em acção (incluindo as utopias, os produtos da imaginação) numa determinada época (uma fracção de tempo e de espaço, está claro, que pode durar várias décadas, séculos, ou milénios).
Evidentemente que qualquer tentativa de circunscrever uma tal estrutura, ou complexo de estruturas, é sempre também ela precária, histórica, sujeita a remodelação, ou seja, é um produto em devir. O maior inimigo do conhecimento potente (quer dizer, com repercussões) é a fossilização das teorias, das descobertas ou invenções, da transformação de uma hiótese em dogma. Porque a fabricação de uma configuração - da teoria geral que configura uma época - é também ela necessariamente precária, como é evidente. A fossilização é o consenso e a coerência, que são os cancros do saber produtivo e produtor, que altera o mundo. Tudo quanto é humano e deste mundo, que saibamos, é precário, e não há anunciado, por mais belo ou comprovado, que seja definitivo ou portador da explicação ou solução final. A solução final é evidentemente a morte.
Por isso as teorias redentoras que tudo explicam e que têm uma coerência perfeita, ou seja, as doutrinas, são a morte do pensamento, porque o confundem com a crença e a convicção, que são outras coisas. O conhecimento tem sempre de se defrontar com conhecimentos alternativos, é político e não pretende salvar a política, o confronto, em qualquer estado salvífico futuro, seja ele na terra ou seja ele no céu, quer dizer, não pretende reduzir ao uno a abertura e espantosa condição da vida que é o devir, o evento, o acontecimento, a multiplicidade, que reduz sempre cada um de nós, por muito "sábio" que seja, à sua insignificância. Por isso as religiões (e em particular as religiões incluídas em regimes não laicos) e em geral todas as ideologias levadas ao ponto de certezas, de sistemas fechados e seguros, são tendencialmente sufocantes e opressoras, mesmo que preguem (e sobretudo quando pregam) precisamente o contrário - a libertação, a revolução, a redenção, a salvação, etc, seja nesta vida ou noutra qualquer imaginada, ou mesmo num futuro mais ou menos longínquo. São sempre teleologias, ou seja, regimes de confiança e de certeza, dirigidos para um fim, um objectivo rígido pré-fixado, e portanto estão radicalmente errados, ou pelo menos servem interesses sectoriais e nunca podem arvorar-se em soluções universais, como infelizmente quase sempre querem fazer.
No livro de Fred Kersten já citado neste blogue, o autor diz-nos que vivemos duas vidas simultaneamente, separadas por um hiato, uma discrepância ("gap"): a vida de todos os dias, a vida comum ("ordinary life") e a vida, se quisermos, do conhecimento, da ciência e da arte.
E logo acrescenta que tanto a ciência moderna como a ópera (que utiliza como símbolo da arte, embora também se refira bastante à pintura, etc.) são fenómenos históricos, inventados na Renascença e no Barroco, por homens como Galileu e Monteverdi (p. 9); mas são correlativos também da ideia de "vida comum", apesar desta ser de certo modo o seu oposto, a outra face da sua moeda. Foi aqui, neste momento da história do Ocidente, que irrompeu a situação de um hiato entre ciência e senso comum (ou "ordinary life") (p. 19).
Senso comum é, digamos, o que se não interroga sobre a razão de ser das convicções em que se (nos) sustém (tem um logos mas não uma archè, um fundamento). Trata-se de uma convicção ôntica (um conceito fundamental nesta obra), que o autor designa, inspirando-se noutro, a "excentricidade" (no sentido de não ter um centro - "eccentricity") de se estar vivo, actuando em conjunto com outros.
Qual a origem desse fosso, eis o que este livro denso, difícil pelo seu requintado estilo, mas fascinante, vai tentar explicar, mostrando como de uma "consciência clássica" (greco-latina) se passou, nos fins da Idade Média, a uma nova forma de consciência (aquilo a que eu atrevidamente chamaria uma configuração ou "episteme"), que por convenção designa "barroca". Aqui não posso senão apontar algumas das ideias que me interessaram, numa primeira leitura ainda em curso...
A "excentricidade" significa quer a capacidade, por parte do indivíduo, de transferir um centro de acção para uma determinada periferia, que passa a ser esse (novo) centro, criando assim novas periferias, quer a situação de nos encontrarmos confinados a um "enclave", ou situação comum cujos limites são definidos por pressupostos e crenças acatados "a priori" (p. 15).
Há um pressuposto ocidental que vem dos gregos segundo o qual o "real" é acessível à experiência, quer dizer, supõe-se que a partir desta é possível "extrapolar uma representação verdadeira" (op. cit., p.21) desse "real". Mas a cosmologia de um Aristóteles não tem nada a ver com a de um Galileu, nem a experiência comum de um, se assemelha à do outro, claro. Em Galileu por exemplo dá-se uma "matematização" das coisas que torna o "real" da experiência de certo modo supérfluo; ele, Galileu, é o símbolo de uma nova formulação da consciência (p. 27).
Em que é que a formulação grega da consciência se apoiava para ter uma determinada visão do mundo, e em que é que ela, finalmente, vem a ser desmontada pela ciência que com Galileu se afirma, ou com a ópera, que um Monteverdi cria? É esse o "ponto" deste livro fascinante, que continuarei a comentar em próximas postagens.
(Já se vê que não vou aqui responder a tão magna questão, mas deixar só uns apontamentos rudimentares dedicados à Susana, que me atura no meu recolhimento em tardes de leitura em que toda a gente - ? - está a "festejar", seja o que for que isso signifique para cada qual)
Ao contrário do que o senso comum implicitamente assume (é próprio do senso comum considerar natural, e portanto assumir como certo ou errado seja o que for, sem justificar ou explicar porquê, numa tranquilidade que por vezes deixa atónita uma pessoa mais habituada à reflexão), o conhecimento humano não é algo de quantificável, e que tenha evoluído ao longo da história, do zero (ou quase zero, porque se pressupõe que para obter o conhecimento 1 já era preciso ter alguma parte desse 1, um 0 vírgula qualquer coisa) até hoje, em que estamos mais "ricos" ou "cheios" de conhecimento do que no passado.
O conhecimento é histórico, claro, quer dizer, situa-se no espaço/tempo como tudo o que é humano, mas sobretudo é também histórico, a montante, aquilo que determina o que é e o que não é conhecimento, ou seja, o que se pode descartar ou esquecer como inútil. Quer dizer, muito mais importante, ou pelo menos muito mais fundamental para se perceber como o conhecimento humano ocorre e se propaga, ou definha e se extingue, é estudar as condições para um determinado tipo de conhecimento surgir, ou seja, para emergir, a partir sempre de uma CONFIGURAÇÃO anterior, uma nova configuração.
A configuração, algo de muito lato e difícil de definir, é o que determina o horizonte de possíveis de uma determinada época, quer dizer, aquilo que tanto na vida corrente como na da produção artística, científica, filosófica, se vai entender por conhecimento ou contributo pertinente para ampliar, ou redireccionar, o nosso conhecimento anterior.
Sem essas estruturas, sem a definição dessas configurações, regimes discursivos e também pressupostos implícitos de toda a acção prática, a história reduz-se a uma sucessão de histórias sem interesse nem conexão. À erudição oca ou pitoresca em que se perdem tantos "investigadores". E é nesse sentido que a história académica evidentemente não interessa absolutamente para nada, a não ser como entretenimento ou como écrã para esconder/disfarçar/adiar a verdadeira negação sistemática do que importa investigar, do que é estratégico perceber. Daquilo que incomoda ou que é economicamente útil e só deve ser conhecido ou conceptualizado por alguns, porque nem todo o conhecimento é evidentemente de uma grande importância política, económica, estratégica; mas algum dele, obviamente é.
E o que é isso que é estratégico procurar, resistindo ao senso comum, à opinião, ao regime do "parece-me que", ao sistema da conversa ou da pseudo-cultura que se apoia em documentos ou provas como se não soubesse que se pode provar muitas coisas e o seu contrário, que o importante é determinar quais os regimes que LEGALIZAM a prova, isto é, que INVENTAM os elementos e as molduras de um sistema legal, quem os enuncia e quando, e com que objectivos claros ou implícitos (como em toda a economia o segredo é a alma do negócio, mas há também evidentemente uma história do segredo)?
Trata-se de encontrar o nó problemático que pode articular em cada momento (momento esse que decerto pode durar séculos, e por isso os contemporâneos de uma época têm tanta dificuldade em a caracterizar) acção prática e acção teórica, criação de conceitos e manipulação de materiais e de máquinas, regimes de consciência e de imaginação, visões do mundo, enfim, uma economia geral da orientação das consciências, dos desejos, das intencionalidades, das actividades.
Nunca esquecendo que, por muito ampla e abstracta que seja a CONFIGURAÇÃO geral que conseguimos estabelecer - para definir o que foi a consciência clássica (greco-latina), por exemplo, ou a consciência barroca, que permitiu o nascimento da ciência e da arte pós-medievais, ou a consciência moderna - houve sempre na história inúmeras contradições e lutas, confrontos entre maiorias e minorias.
Porém, a conceptualização de uma configuração, de um DISPOSITIVO, é ambiciosa, e visa em última análise dar conta tanto dos fenómenos maioritários, que fizeram vencimento, como daqueles que ficaram submersos ou foram afastados para a margem. Porque a configuração pretende estar aquém, ou para lá, dessas diferenças: ela visa encontrar, na tradição estruturalista e também fenomenológica, entre outras, algo de muito mais essencial, líquido e difícil de desenhar, que é o quadro dos possíveis pensáveis e dos possíveis elementos que eram susceptíveis de formulação/execução, quer dizer, que podiam ser postos em acção (incluindo as utopias, os produtos da imaginação) numa determinada época (uma fracção de tempo e de espaço, está claro, que pode durar várias décadas, séculos, ou milénios).
Evidentemente que qualquer tentativa de circunscrever uma tal estrutura, ou complexo de estruturas, é sempre também ela precária, histórica, sujeita a remodelação, ou seja, é um produto em devir. O maior inimigo do conhecimento potente (quer dizer, com repercussões) é a fossilização das teorias, das descobertas ou invenções, da transformação de uma hiótese em dogma. Porque a fabricação de uma configuração - da teoria geral que configura uma época - é também ela necessariamente precária, como é evidente. A fossilização é o consenso e a coerência, que são os cancros do saber produtivo e produtor, que altera o mundo. Tudo quanto é humano e deste mundo, que saibamos, é precário, e não há anunciado, por mais belo ou comprovado, que seja definitivo ou portador da explicação ou solução final. A solução final é evidentemente a morte.
Por isso as teorias redentoras que tudo explicam e que têm uma coerência perfeita, ou seja, as doutrinas, são a morte do pensamento, porque o confundem com a crença e a convicção, que são outras coisas. O conhecimento tem sempre de se defrontar com conhecimentos alternativos, é político e não pretende salvar a política, o confronto, em qualquer estado salvífico futuro, seja ele na terra ou seja ele no céu, quer dizer, não pretende reduzir ao uno a abertura e espantosa condição da vida que é o devir, o evento, o acontecimento, a multiplicidade, que reduz sempre cada um de nós, por muito "sábio" que seja, à sua insignificância. Por isso as religiões (e em particular as religiões incluídas em regimes não laicos) e em geral todas as ideologias levadas ao ponto de certezas, de sistemas fechados e seguros, são tendencialmente sufocantes e opressoras, mesmo que preguem (e sobretudo quando pregam) precisamente o contrário - a libertação, a revolução, a redenção, a salvação, etc, seja nesta vida ou noutra qualquer imaginada, ou mesmo num futuro mais ou menos longínquo. São sempre teleologias, ou seja, regimes de confiança e de certeza, dirigidos para um fim, um objectivo rígido pré-fixado, e portanto estão radicalmente errados, ou pelo menos servem interesses sectoriais e nunca podem arvorar-se em soluções universais, como infelizmente quase sempre querem fazer.
No livro de Fred Kersten já citado neste blogue, o autor diz-nos que vivemos duas vidas simultaneamente, separadas por um hiato, uma discrepância ("gap"): a vida de todos os dias, a vida comum ("ordinary life") e a vida, se quisermos, do conhecimento, da ciência e da arte.
E logo acrescenta que tanto a ciência moderna como a ópera (que utiliza como símbolo da arte, embora também se refira bastante à pintura, etc.) são fenómenos históricos, inventados na Renascença e no Barroco, por homens como Galileu e Monteverdi (p. 9); mas são correlativos também da ideia de "vida comum", apesar desta ser de certo modo o seu oposto, a outra face da sua moeda. Foi aqui, neste momento da história do Ocidente, que irrompeu a situação de um hiato entre ciência e senso comum (ou "ordinary life") (p. 19).
Senso comum é, digamos, o que se não interroga sobre a razão de ser das convicções em que se (nos) sustém (tem um logos mas não uma archè, um fundamento). Trata-se de uma convicção ôntica (um conceito fundamental nesta obra), que o autor designa, inspirando-se noutro, a "excentricidade" (no sentido de não ter um centro - "eccentricity") de se estar vivo, actuando em conjunto com outros.
Qual a origem desse fosso, eis o que este livro denso, difícil pelo seu requintado estilo, mas fascinante, vai tentar explicar, mostrando como de uma "consciência clássica" (greco-latina) se passou, nos fins da Idade Média, a uma nova forma de consciência (aquilo a que eu atrevidamente chamaria uma configuração ou "episteme"), que por convenção designa "barroca". Aqui não posso senão apontar algumas das ideias que me interessaram, numa primeira leitura ainda em curso...
A "excentricidade" significa quer a capacidade, por parte do indivíduo, de transferir um centro de acção para uma determinada periferia, que passa a ser esse (novo) centro, criando assim novas periferias, quer a situação de nos encontrarmos confinados a um "enclave", ou situação comum cujos limites são definidos por pressupostos e crenças acatados "a priori" (p. 15).
Há um pressuposto ocidental que vem dos gregos segundo o qual o "real" é acessível à experiência, quer dizer, supõe-se que a partir desta é possível "extrapolar uma representação verdadeira" (op. cit., p.21) desse "real". Mas a cosmologia de um Aristóteles não tem nada a ver com a de um Galileu, nem a experiência comum de um, se assemelha à do outro, claro. Em Galileu por exemplo dá-se uma "matematização" das coisas que torna o "real" da experiência de certo modo supérfluo; ele, Galileu, é o símbolo de uma nova formulação da consciência (p. 27).
Em que é que a formulação grega da consciência se apoiava para ter uma determinada visão do mundo, e em que é que ela, finalmente, vem a ser desmontada pela ciência que com Galileu se afirma, ou com a ópera, que um Monteverdi cria? É esse o "ponto" deste livro fascinante, que continuarei a comentar em próximas postagens.
1 comentário:
Não foi com Kant que se começou a colocar a questão: o que é possível saber? Acho uma questão geral fascinante. E, creio, muito actual no que se refere à arqueologia pré-histórica.
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