Dos patrimónios naturais
Multiplicam-se as iniciativas camarárias de incitar a população a preservar os hábitos alimentares tradicionais e a procurar no campo aqueles produtos silvestres que faziam as delícias de nossos avós e que, fruto de uma sabedoria ancestral, forneciam ao organismo elementos que o fast food (perdoe-se-me o detestável anglicismo) já não dá.
Recordo que, numa organização do município de S. Brás de Alportel, «perto de uma centena de pessoas percorreram os trilhos da Serra, na manhã fria de domingo, 11 de Janeiro, à descoberta, por entre sobreiros, pinheiros e azinheiros, dos cogumelos escondidos, maravilhosos frutos da terra, cheios de mistério e poder». E que a Câmara Municipal de Portel incitou os seus munícipes «no dia 4 de Abril, vamos pela serra à procura das silarcas, com a bióloga Celeste Silva», iniciativa que a museum anunciou no dia 1; nfelizmente, neste caso, segundo julgo saber, o tempo não estivera de feição, não chovera o bastante e, por isso, as silarcas (apetecíveis cogumelos) não brotaram do solo.
Acabámos de ver ontem, num dos canais da televisão, o elogio dos cogumelos como alimento e, nos tempos de recessão que correm, bom será que, de facto, comecemos a pensar no aproveitamento mais racional dos nossos recursos naturais, nomeadamente no que à nutrição diz respeito.
Por isso saudamos a publicação do livro Tradição e Inovação Alimentar (Dos Recursos Silvestres aos Itinerários Turísticos), organizado pela Doutora Maria Manuel Valagão, que nesse domínio se tem especializado.
Tenho presente a 2ª edição (Dez 2008), de Edições Colibri para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, publicada no âmbito do Projecto «Inovar e valorizar as tradições alimentares enquanto precursoras da conservação da Natureza e do desenvolvimento local em Alcácer do Sal». ISBN: 972-772-655-0.
Assina o prefácio Maria Leal Monteiro, presidente da referida Comissão, que ali tece o elogio da alimentação mediterrânica de que o Alentejo ainda continua a ser paladino, declarando que «Maria Manuel Valagão e a sua equipa souberam entusiasmar-nos ainda muito mais com as qualidades das ervas, deste mundo das ervas, com estes acepipes, que afinal têm vindo a contribuir para a saúde das nossas gentes, nas nossas terras». Uma «abordagem integrada de identificação e reconhecimento da importância do património natural e cultural».
Assinados por diversos investigadores, temos, no livro, os seguintes capítulos: «Plantas da flora local com valor alimentar e aromático»; «Sustentabilidade dos recursos micológicos silvestres», «A secagem, uma forma tradicional de conservação dos alimentos», «As tradições alimentares», «Recursos alimentares e identidades territoriais; uma perspectiva sobre a gastronomia local», «Inovação das tradições alimentares», «Itinerários turísticos. Passeando em torno do ambiente, do património e da gastronomia».
Enfim, 269 páginas, bem ilustradas a cores, que se lêem num regalo!
José d'Encarnação
Multiplicam-se as iniciativas camarárias de incitar a população a preservar os hábitos alimentares tradicionais e a procurar no campo aqueles produtos silvestres que faziam as delícias de nossos avós e que, fruto de uma sabedoria ancestral, forneciam ao organismo elementos que o fast food (perdoe-se-me o detestável anglicismo) já não dá.
Recordo que, numa organização do município de S. Brás de Alportel, «perto de uma centena de pessoas percorreram os trilhos da Serra, na manhã fria de domingo, 11 de Janeiro, à descoberta, por entre sobreiros, pinheiros e azinheiros, dos cogumelos escondidos, maravilhosos frutos da terra, cheios de mistério e poder». E que a Câmara Municipal de Portel incitou os seus munícipes «no dia 4 de Abril, vamos pela serra à procura das silarcas, com a bióloga Celeste Silva», iniciativa que a museum anunciou no dia 1; nfelizmente, neste caso, segundo julgo saber, o tempo não estivera de feição, não chovera o bastante e, por isso, as silarcas (apetecíveis cogumelos) não brotaram do solo.
Acabámos de ver ontem, num dos canais da televisão, o elogio dos cogumelos como alimento e, nos tempos de recessão que correm, bom será que, de facto, comecemos a pensar no aproveitamento mais racional dos nossos recursos naturais, nomeadamente no que à nutrição diz respeito.
Por isso saudamos a publicação do livro Tradição e Inovação Alimentar (Dos Recursos Silvestres aos Itinerários Turísticos), organizado pela Doutora Maria Manuel Valagão, que nesse domínio se tem especializado.
Tenho presente a 2ª edição (Dez 2008), de Edições Colibri para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, publicada no âmbito do Projecto «Inovar e valorizar as tradições alimentares enquanto precursoras da conservação da Natureza e do desenvolvimento local em Alcácer do Sal». ISBN: 972-772-655-0.
Assina o prefácio Maria Leal Monteiro, presidente da referida Comissão, que ali tece o elogio da alimentação mediterrânica de que o Alentejo ainda continua a ser paladino, declarando que «Maria Manuel Valagão e a sua equipa souberam entusiasmar-nos ainda muito mais com as qualidades das ervas, deste mundo das ervas, com estes acepipes, que afinal têm vindo a contribuir para a saúde das nossas gentes, nas nossas terras». Uma «abordagem integrada de identificação e reconhecimento da importância do património natural e cultural».
Assinados por diversos investigadores, temos, no livro, os seguintes capítulos: «Plantas da flora local com valor alimentar e aromático»; «Sustentabilidade dos recursos micológicos silvestres», «A secagem, uma forma tradicional de conservação dos alimentos», «As tradições alimentares», «Recursos alimentares e identidades territoriais; uma perspectiva sobre a gastronomia local», «Inovação das tradições alimentares», «Itinerários turísticos. Passeando em torno do ambiente, do património e da gastronomia».
Enfim, 269 páginas, bem ilustradas a cores, que se lêem num regalo!
José d'Encarnação
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