quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Marco na sociologia do "turismo"

Esta obra, uma tese de doutoramento de um "discípulo" de John Urry - uma das maiores figuras que passaram pelo Porto nos últimos anos - foi-me recomendada pelo mestre, quando lhe disse que uma das coisas que me interessa muito é a sociologia dos "sítios de limiar", de que as praias são, por exemplo, caso paradigmático.

A invenção da "praia" integra-se numa gama de outras invenções de "lugares de margem" que a modernidade criou.
Sobre tal assunto há uma abundante literatura, como seria de esperar.

Este é um livro precioso, que já está aqui graças à milagrosa Amazon.
Data de 1991, e, claro, é editado pela Routledge.
Aconselho.

Há tantos cursos de turismo em Portugal e nunca neles (que eu saiba - adoraria ser corrigido !! ...) se reflecte detidamente sobre o que este fenómeno significa - como verdadeiro coração ideológico e práxico da modernidade.

Para um arqueólogo e pessoa que pensa o chamado "património" (conceito tão abrangente que na verdade já quase se esfumou), a reflexão sobre este incrível fenómeno que é o turismo, particularmente a partir da expansão do comboio, é incontornável.
O turismo incrustou-se de tal modo em todos nós que, mesmo quando entramos no nosso lugar de trabalho, ou na nossa própria casa, já o fazemos com um certo "tom" de turista. Entendem-me?... vogamos nesta corrente.





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