domingo, 21 de outubro de 2007

Comunica o poeta Casimiro de Brito

Entre os próximos dias 25 e 28 de Outubro participarei no
FESTIVAL DE POESIA SIDAJA/TRIESTE 2007.
Entre o Programa contam-se tributos a Umberto Saba e Virgilio Giotti
Por vários dos poetas presentes e por outros intelectuais.
Poetas de 8 países lerão poemas de sua autoria.
Haverá Exposições de Pintura de Ugo Perri e de Paolo Cervi Kervischer
e debates sobre Poesia e a sua Difusão.
As leituras de poesia serão multilingues.
Colaboração de Associazione Culturale Trieste,
da Scuola di Musica 55 / Casa della Musica
e da Casa della Letteratura di Trieste, etc.
Comité organizador sob a direcção de Umberto Mangani.
Alguns dos poetas que estarão presentes:
Judi Benson (USA)
Branko Cegec (Croácia)
Casimiro de Brito (Portugal)
Tarek Eltayeb (Sudão/Áustria)
Taja Kramberger (Eslovénia)
Sigurbjorg Thrastardóttir (Islândia)
Rosaria Lo Russo (Italia)
Eugenijus Alisanka (Lituânia)
Domenico Brancale (Itália)
Alberto Princis (Itália)


Um dos poemas que lerei
e uma actriz lerá em italiano
(é um dos fragmentos do Arte de Bem Morrer
a editar ainda este ano):



363

Ascendo à falésia interior do meu corpo
tal uma canção perdida, um ritmo cantando na manhã
que na fonte amada irrompe
mas sou eu quem arde e crepita. O amor
é um lugar cintilante onde, por vezes,
a dor cai; um insecto, sob a luz,
basta; e pedras que foram diamante
desmoronam-se diante dos teus ossos
embaciados. E pesa como chumbo
o que foi água; e resvala como a água
a pedra que em repouso parecia. Ó escola de enredos
o de jogos que precedem a febre do amor,
ó saudade nocturna de quem bebeu o vinho e perdeu
a boca. Nas andanças do corpo a canção
ora vai na onda, ora apodrece
na praia deserta. E esse que foi lume e se funde
com os fungos da terra
já não se deita para o amor mas apenas
no júbilo da morte silenciosa
se deita.




363

Ascendo alla falesia interiore del mio corpo
come una canzone perduta, un ritmo che aleggia nel mattino
che nella fonte amata irrompe
ma son io chi arde e scoppietta. L’amore
è un luogo scintillante dove, a volte,
il dolore cade; un insetto, sotto la luce
basta; e pietre che furono diamanti
si sbriciolano davanti alle tue ossa
appannate. E pesa come piombo
ciò che fu acqua; e scivola come l’acqua
la pietra che ferma sembrava. Oh scuola d’intrecci
e di giochi che precedono la febbre dell’amore,
oh nostalgia notturna di chi ha bevuto il vino e perso
il gusto. Nel movimento del corpo la canzone
ora va nell’onda ora marcisce
sulla spiaggia deserta. E quel che è stato fuoco e si fonde
con i funghi della terra
non giace più per l’amore ma soltanto
nel giubilo della morte silenziosa
giace.







Casimiro de Brito
Presidente do P.E.N. Clube Português.



de canto em canto
vou caindo
no charco do silêncio