Livro e CD (este contém alguns Ragas, composições ou interpretações do próprio autor inspirado em Debussy e Satie, e solos de tabla de Edgar Bueno
Autor: Alberto Marsicano
Licenciado em filosofia, poeta, músico, discípulo de Ravi Shankar e de Krishna Chakravarty, da Universidade de Benares.
São Paulo, Ed. Perspectiva, 2006
www.editoraperspectiva.com.br
Raga provém do termo sânscrito "ranja" que significa cor. Raga é aquilo que dá cor ao espírito (da pág. 15). A música é ciência e arte, distinções que não têm qualquer sentido para o pensamento clássico indiano.
Como sabemos, a Índia é um continente imenso, com inúmeras tradições diversificadas e mais ou menos permeável a muitas "influência externas", sobretudo no Norte.Existem basicamente na Índia duas grandes tradições musicais, a carnática a sul, e a hindustani a norte (da pág. 16).
O grande poeta Rabindranath Tagore (1861-1941) escreveu (transcrito no livro, p. 21), referindo-se à tradição musical que impregna o seu país:
"O mundo da noite é o nosso mundo
(...)
um Raga puro e profundo."
(...)
um Raga puro e profundo."
Livros como este, músicas como esta ajudam-nos na nossa solidão e fazem-nos sentir fora desta miséria que são os dias, as suas notícias, os seus acontecimentos. Como podem coexistir nesta vida coisas tão chãs, e outras de tão profundo e comovente apelo?
Nunca fui à Índia. Um dia ouvi alguém dizer que ir lá é viciante. Quem lá vai fica como que embriagado, apanhado por algo de diáfano. Tem de voltar. Talvez à procura do rio que corre sob o rio Ganges (J. L. Borges, citado na pág. 23). Talvez à procura da mulher mítica que dança, mas não para ser vista pelo público, num palco ocidental, transformada em produto exótico de consumo. Tão só uma mulher que dança uma Odissi sobre a parede de um templo, entre muitas outras e outros, uma Raga Bhairavi (faixa 4 deste CD), magnífico hino à manhã e ao nascer do sol.
É uma obra que recomendo vivamente!
Um dos melhores discos que tenho.
Nunca fui à Índia. Um dia ouvi alguém dizer que ir lá é viciante. Quem lá vai fica como que embriagado, apanhado por algo de diáfano. Tem de voltar. Talvez à procura do rio que corre sob o rio Ganges (J. L. Borges, citado na pág. 23). Talvez à procura da mulher mítica que dança, mas não para ser vista pelo público, num palco ocidental, transformada em produto exótico de consumo. Tão só uma mulher que dança uma Odissi sobre a parede de um templo, entre muitas outras e outros, uma Raga Bhairavi (faixa 4 deste CD), magnífico hino à manhã e ao nascer do sol.
É uma obra que recomendo vivamente!
Um dos melhores discos que tenho.
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