Portugal é um país de cultura antiga e de imensos atractivos num mundo globalizado, onde o inglês se impõs como a língua de comunicação. A maior parte do conhecimento produz-se e transmite-se hoje em inglês. Até para promover a "cultura portuguesa" é preciso fazê-lo por múltiplas vias, em inglês. Ora, como podem as nossas universidades competir na Europa e no mundo se não fornecerem cursos em inglês, a preços competitivos? Como podem organismos de ensino superior ter páginas web sem versão em inglês, com clara informação sobre os cursos e as suas formas de acesso? Mas as nossas universidades por si nada podem sem a atracção das cidades, porque não se imagina universidades no meio do campo: universidades, cidades, aeroportos são coisas ligadas entre si, e sobretudo são vitais as conexões entre transportes de alta velocidade (as estradas não) e grandes eventos internacionais culturais, que são poderosos atractores. A "cultura" está a mudar, e não necessariamente sempre para pior. Abandonemos a pia lamentação de que tudo se transformou em coisa superficial. Os meios de comunicação e novas cosmovisões são um e o mesmo fenómeno. E é preciso não acompanhá-lo, mas adiantarmo-nos a ele. Como? As nossas cidades ou são centros cosmopolitas, com cultura, arte, ciência, congressos de organismos de ponta, ou são província, ficam fora do mapa. Já era tempo de sermos cada vez mais orgulhosos de Portugal. Promovendo-o em inglês. Acabaram-se os Viriatos da nossa escola primária antiga. O que importa é que venha gente para aqui de todo o mundo criar coisas e que parta gente daqui para em todo o mundo criar coisas. O resto são saudosos de Júlio Dinis. Quem goste dessa paz dos campos leia o autor e/ouça a sinfonia pastoral do Beethoven, magníficas obras, pronto. Mas não fiquemos a ouvir os passarinhos, ou os tecnocratas de vistas a curto prazo. Basta!
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