quando achamos que a nossa carreira está estabilizada, que a nossa saúde não é excessivamente preocupante, que a nossa estabilidade afectiva está mais ou menos "resolvida" (o que só raros privilegiados chegam a sentir ao longo de toda uma vida), então é que se põe o problema principal, que ficou como resto:
e eu, qual é o sentido daquilo que a partir de tudo isto eu faço?
e é aí que cada um desses privilegiados se debruça no abismo infinito da tragédia da vida, da sua solidão irremediável, congénita
alguns ( e muitas algumas) sonham com o que chamam felicidade, amor, etc. E não percebem esta coisa básica: aquilo que procuramos é incolmatável, é o motor do desejo de viver. A morte (a nossa condenação solitária) e a vida são de facto indissociáveis. Freud e outros pensadores do séc. XX foram insuperáveis nisso, no encontro dessa vertigem da nossa irremediável perda de sentido, porque constitutiva do próprio sentido...
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