Se os olhos se fecham
Ao mesmo tempo
Que os lábios se apartem:
Ao máximo;
Se esse movimento coincide
Com o escurecer dos troncos,
E a floresta engrossa - e se abre:
Ao máximo;
E se a floresta parte
A toda a velocidade para cima -
E ao mesmo tempo se desdobra,
Se vira em todas as direcções,
Ao máximo;
E se a rotação das pernas
Atinge os êmbolos eléctricos,
Os motores das violas nos músculos,
Fazendo ondular o ruído dos lençóis:
Ao máximo;
E se então um fio negro se atravessa,
E liga, faz contacto no fundo para além do fundo,
Cola mais o que já parece estar colado,
Ao máximo;
E se um grito pode ainda evocar
Esta explosão, este assassínio,
Esta insistência, essa violência
Máxima;
Estraçalhar com fúria todo o escrito
Todo o dito, todo o ansiado,
Numa agonia prolongada
Ao máximo.
Quase coincidência.
Quase perfeito
Ajustamento,
Que volta sempre em onda,
Numa nova tentativa,
Arrastando energia, a cor negra
Em atrito e furor;
Se os troncos entram suados
Pela floresta dentro, e a sua humidade
Estraçalha, rompe ao máximo,
Espalhando seios em todos os sentidos,
E se ouve
A coincidência do grito,
A intenção das gargantas
Viradas para cima,
A direcção das luzes voltaicas
Saindo em rompante.
Para quando, diz-me,
verso seguinte,
Esse quase-tudo
Levado ao máximo,
Esse apaziguamento
Dos corpos derrotados pela luz,
pela sua própria corrente,
E essas gotas de sauna
Pingando lentamente
Na floresta negra
toda
tombada.
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