sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Quando eu era muito novo...

em Lisboa, na casa dos meus pais, o meu quarto dava para uma varanda.
Muitas vezes ia para lá ler.
Por cima, a malta era rica. Tinha duas empregadas domésticas, internas, jovens, desejosas de qualquer coisa, deviam ser recentemente chegadinhas à capital de algum ponto do Portugal profundo, como uma outra que a certa altura havia lá em casa, que era uma potra fabulosa.
Eu a querer ler e estudar, estiraçado numa cadeira de repouso, e elas na varanda de cima aos risinhos e aos dichotes.
Acabou-se temporariamente a festa uma vez que uma mulher-a-dias frustrada, que lá teve de ir à varanda pelo quarto ao lado (um dia conto algo sobre esta divisão), as viu naqueles propósitos resolutos.
E vai de gritar, à moda do pobo: "suas malucas, suas vacas tourinas, suas quadrilheiras!! "
Ai que vergonha prà vizinhança. Ai que raiva tudo ser assim...
Mas elas voltaram à carga. Resolutas, incapazes de se conter.


4 comentários:

Paula Raposo disse...

Gostei de te ler nesta memória.
Beijos.

Vitor Oliveira Jorge disse...

Beijos também... e mais memórias em breve...

Paula Raposo disse...

E...gosto do teu sentido de humor. Beijos.

líria porto disse...

memórias, lembranças!!um dia, quando eu souber escrever prosa, se eu souber um dia, vou me aventurar!

e também gostei do título!
besos
líria

ah - selvagem e perigosa?? risos
nem tanto, um pouco é fantasia.

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