Anti-hegelianismo generalizado a que Deleuze se refere logo no prólogo de "Diferença e Repetição" (1968, trad. port. Relógio d' Água, Lisboa, 2000, com prefácio de José Gil, pp. 35 e 36):
"(...) a diferença e a repetição tomaram o lugar do idêntico e do negativo, da identidade e da contradição, pois a diferença só implica o negativo e se deixa levar até à contradição na medida em que se continua a subordiná-la ao idêntico. O primado da identidade, seja qual for a maneira pela qual esta é concebida, define o mundo da representação. Mas o pensamento moderno nasce da falência da representação, assim como da perda das identidades, e da descoberta de todas as forças que agem sob a representação do idêntico. Nele, o homem não sobrevive a Deus, nem a identidade do sujeito sobrevive à identidade da substância. Todas as identidades são apenas simuladas, produzidas como um "efeito" óptico por um jogo mais profundo, que é o da diferença e da repetição. Queremos pensar a diferença em si mesma e a relação do diferente com o diferente, independentemente das formas de representação que as conduzem ao Mesmo e as fazem passar pelo negativo."
Eis todo um programa ambiciosíssimo, mas vital, que tem a ver, por exemplo, com o que ainda ontem se discutia à tarde na conferência e na conversa de café que se lhe seguiu... (ver postagem anterior)
[sublinhados a cor e a itálico de minha "autoria"]
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