em Lisboa, na casa dos meus pais, o meu quarto dava para uma varanda.
Muitas vezes ia para lá ler.
Por cima, a malta era rica. Tinha duas empregadas domésticas, internas, jovens, desejosas de qualquer coisa, deviam ser recentemente chegadinhas à capital de algum ponto do Portugal profundo, como uma outra que a certa altura havia lá em casa, que era uma potra fabulosa.
Eu a querer ler e estudar, estiraçado numa cadeira de repouso, e elas na varanda de cima aos risinhos e aos dichotes.
Acabou-se temporariamente a festa uma vez que uma mulher-a-dias frustrada, que lá teve de ir à varanda pelo quarto ao lado (um dia conto algo sobre esta divisão), as viu naqueles propósitos resolutos.
E vai de gritar, à moda do pobo: "suas malucas, suas vacas tourinas, suas quadrilheiras!! "
Ai que vergonha prà vizinhança. Ai que raiva tudo ser assim...
Mas elas voltaram à carga. Resolutas, incapazes de se conter.
4 comentários:
Gostei de te ler nesta memória.
Beijos.
Beijos também... e mais memórias em breve...
E...gosto do teu sentido de humor. Beijos.
memórias, lembranças!!um dia, quando eu souber escrever prosa, se eu souber um dia, vou me aventurar!
e também gostei do título!
besos
líria
ah - selvagem e perigosa?? risos
nem tanto, um pouco é fantasia.
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