Hoje acordei e pensei: vou ter um pensamento.
O pensamento do dia para pôr no blog.
Mas para o que me havia ultimamente de dar, que vício!
Ainda acabo por aparecer plagiado num destes livros que têm mais separadores artísticos do que texto, incluindo entre cada separador uma douta recomendação, ou a sua versão mais recente: uma dica para curtir melhor.
Então pensei: hoje vou contrariar isso, não vou pôr nada, não vou pensar nada, ou então vou pensar uma coisa tão importante que não dê para um mero blogue.
Vou pensar um livro, vou pensar numa ode, numa ópera, nas obras completas, em qualquer coisa mesmo em grande.
Mas tal como o fumador que carbura os pulmões e sente aquela necessidade, não resisti.
Tenho os pensamentos na ponta dos dedos, o meu pensamento é o meu teclado, o meu interlocutor o meu écrã, o seu aspecto lácteo o meu copo de pequeno-almoço.
Mau, já estou a deslizar.
Isto já não é pensamento nenhum.
Vou pensar um pensamento para amanhã, e para os dias seguintes - deixo feito, depois é só meter aqui, como quem aquece no micro-ondas. Nunca mais apreendo como se vive bem.
2 comentários:
quando penso que penso um pensamento de um pensar, ao pensar só penso que penso que pensar será. Mas neste pensamento fica o pensou, pois o pensar já antes pensava quando antes pensei: que pensar será?
Talvez seja um penso!
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