(fonte: http://www.correiodamanha.pt/
noticia.asp?id=230874&idselect=9&idCanal=9&p=200) permito-me transcrever, sobre o Referendo à IVG - Interrupção Voluntária da Gravidez - ontem realizado, e em que 2,2 milhões de portugueses votaram SIM:
"O ‘sim’ ao aborto até às dez semanas teve uma vitória clara no referendo que se realizou ontem em Portugal e, apesar de tecnicamente o resultado não ser vinculativo – porque não votaram mais de metade dos eleitores –, o primeiro-ministro, José Sócrates, e o líder do PSD, Marques Mendes, declararam que o seu resultado deve ser respeitado e a lei alterada.
"O ‘sim’ à interrupção voluntária da gravidez recolheu praticamente 59,2 por cento dos votos, contra 40,8 do ‘não’, enquanto a abstenção foi de 56,4 por cento. Foram mais de 2,2 milhões de votos para o ‘sim’ e mais de milhão e meio para o ‘não’. No referendo de 1998, a abstenção fora de 70 por cento e o ‘não’ ganhara por uma diferença de cerca de 60 mil votos.
(...)
"O processo legislativo seguirá com a aprovação de nova lei na Assembleia da República (...)
Os votantes do ‘sim’ foram maioritários em todos os distritos a sul, com um pico em Beja, onde chegaram aos 83 por cento. O ‘sim’ ganhou também nos maiores centros urbanos – Lisboa, Coimbra e Porto (distrito onde tinha perdido em 1998, mudança que também se deu em Leiria). O ‘sim’ ganhou em Braga, Viana, Guarda, Bragança, Viseu, Aveiro, na Madeira e nos Açores (onde atingiu 69%). Vila Real, com 73%, deu ontem a maior vitória percentual ao ‘não’.
Pequeno comentário meu: muito interessante a distribuição geográfica dos votos. Sem falar nas regiões autónomas, não há dúvida de que há um "Norte" (com excepção do distrito do Porto) e "um Sul".
Entretanto do ICS (Lisboa) recebo a seguinte notícia:
Mesa-Redonda: o referendo sobre a
despenalização do aborto e os seus resultados
Um debate aberto ao público, com a participação de
Ana Nunes de Almeida, Anne Cova, Filipe Carreira da Silva, José Barreto,
Marina Costa Lobo, Manuel Villaverde Cabral e Pedro Magalhães.
13 Fevereiro 2007
15h
Auditório ICS
Em discussão vão estar os resultados do Referendo Nacional e os seus efeitos na sociedade portuguesa bem como as conclusões a retirar do período de campanha, os movimentos cívicos que se geraram e as consequências que produziram no pensamento dos cidadãos.
Palco privilegiado para a discussão das mudanças que acontecem na sociedade portuguesa, o ICS irá promover uma mesa-redonda que reúne especialistas nas áreas da Sociologia, História, Teoria Política e Ciência Política como é o caso dos investigadores Ana Nunes de Almeida, Anne Cova, Filipe Carreira da Silva, Manuel Villaverde Cabral, Marina Costa Lobo e Pedro Magalhães.
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Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa
Av. Prof. Aníbal de Bettencourt, 9, 1600-189 LISBOA
Tel: 351-21-7804700 Fax: 351-21-7940274
http://www.ics.ul.pt
1 comentário:
Arrisco afirmar que esta tendência "procastinante" que se observa nos portugueses enquanto povo, é o maior obstáculo ao seu avanço. Enredamo-nos em dúvidas, vacilamos demoramos a empreender acções até que seja demasiado tarde. A interrupção voluntária da gravidez é mais um exemplo disso. Era tempo!!!!Parabéns aos que não duvidaram e afirmaram a sua vontade de acção.
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