quarta-feira, 4 de março de 2009

Etnografia dos espaços públicos urbanos: entre práticas insurgentes de cidadania e expressões da mediação



No âmbito da VIII Reunião de Antropologia do MERCOSUL (RAM), a

realizar-se em *Buenos Aires**, Argentina*, entre *29 de e 2 de Outubro
de 2009, Marluci Menezes (LNEC, Lisboa), Caterine Reginensi (*ENSAT,
Toulouse / FACI / UFRJ, Rio de Janeiro) e Mónica (UBA, Buenos Aires)
convocam para a apresentação de propostas no âmbito do GT 70 -
*Etnografia dos espaços públicos urbanos: entre práticas insurgentes de
cidadania e expressões da mediação **(sinopse da proposta em anexo e
referida no site:
**http://www.ram2009.unsam.edu.ar/paginas/grupos_trabajo.html *)*.*

Dados para a apresentação de propostas (in 4ª circular do VIII RAM -
http://www.ram2009.unsam.edu.ar ):

1. Data limite para envio dos resumos: *30 de Março* de 2009;
2. Forma de apresentação dos resumos: a) Fonte Times New Roman 12; b)
espaço entre linhas simples; c) 300 palavras.
3. Conteúdo do resumo: a) título; b) autoria, pertença institucional
e contactos (morada, telefone e e-mail); c) 3 palavras-chaves.

As propostas deverão ser enviadas por e-mail para as três coordenadoras
do GT 70 e cujo contactos são:

Marluci Menezes - marluci@lnec.pt

Caterine Reginensi - creginensi@gmail.com

Monica Beatriz Lacarrieu - mobla@uolsinectis.com.ar

https://lepus.lnec.pt/webmail/src/compose.php?send_to=mobla%40uolsinectis.com.ar


Abaixo segue a sinopse da proposta do GT 70 proposto no âmbito da VIII
Reunião de Antropologia do MERCOSUL - RAM - *Buenos Aires, Argentina** -
**29 de septiembre al 2 de octubre de 2009*

1. _Título do Grupo de Trabalho (GT)_

*Etnografia dos espaços públicos urbanos: entre práticas insurgentes de
cidadania e expressões da mediação***

2. _Justificação do Tema_

A iminência de contextos que evocam práticas diversificadas - umas
formais, outras informais, umas vísiveis, outras nem tanto - e que
inferem usos e contra-usos plurais dos espaços públicos urbanos (EPU),
evoca a necessidade de questionar ou pelo menos de complexificar as
abordagens que tendem a anunciar a /morte /desses espaços. Em causa
parece estar a premente necessidade de melhor observar, descrever e
analisar o presente etnográfico que enforma tais contextos. Uma primeira justificação para essa necessidade assenta na aparente circunstância de que as abordagens que evocam o fim dos EPU - nomeadamente através do sublinhar da sua situação de crise, decadência, abandono e de privatização da esfera pública - tendem, conforme assinalou Magnani (2002), a ocultar determinados tipos de actores sociais (ex. moradores, utentes), sobrepondo alguns outros tipos de actores e lógicas – (ex. as elites, as forças económicas, especulativas e políticas). Não obstante a importância que lógicas hegemónicas possam ter na análise dos contextos urbanos, a necessidade de melhor conhecer o presente etnográfico é, cada vez mais, importante para se compreender as múltiplas lógicas - e que podem estar em conflito, ser paralelas ou justapostas - que definem a experiência/vivência como o papel dos espaços públicos urbanos na urbe contemporânea. Isto é, importa conhecer melhor a diversidade das práticas de uso e apropriação destes contextos sociais, de modo a articular sincronia e diacronia, práticas formais e informais, como as relações entre espaço, indivíduos e/ou grupos, assim introduzindo lógicas dissonantes, multidimensionais e plurais no âmbito do registo, análise e compreensão das práticas. Parte-se aqui do princípio de que os EPU são contextos de mediação através do qual as identidades sociais, práticas e imagens socio-espaciais podem ser criadas e contestadas. Na verdade, considera-se tais espaços contextos privilegiados de observação, análise e conhecimento de práticas insurgentes de cidadania (Holston, 1996). O objectivo deste GT é construir uma arena de discussão que, através da captação de etnografias, nomeadamente aquelas que de algum modo expressem dinâmicas associadas às expressões latino-americanas (contextos locais, nacionais ou transnacionais, destacando-se as manifestações associadas aos (i)migrantes) que, ao salientar a diversidade de práticas, usos e contra-usos de espaços públicos urbanos contemporâneos, contribua para uma melhor elucidação dos aspectos e dinâmicas que permitam actualizar a ideia de que esses espaços são contextos privilegiados de cidadania insurgente. Parte-se aqui do pressuposto de que estes espaços simbolizam a comunidade como a sociedade e a cultura mais abrangente na qual se integram, fazendo parte do conhecimento que se tem da cidade, contribuindo desse modo para se pensar a relação entre espaço, cultura e sociedade. Pelo que, no sentido de estimular a discussão, questionamo-nos sobre: qual o significado do espaço público para os seus distintos utilizadores? De que modo as práticas se manifestam e interferem na paisagem urbana? Como se expressa a relação entre actores sociais, práticas, espaço e tempo? Qual é o papel dos EPU como espaços de mediação e confronto; como contextos que propiciam o lazer e o trabalho; como contextos de inclusão e exclusão, mas também de conflito e de protesto? De que maneira o espaço público se torna significante no processo de construção social da cidade, da cidadania?

Este GT procura reunir trabalhos que, a partir da etnografia de espaços
públicos metropolitanos, abordem lógicas formais e informais de
apropriação do espaço público por parte de diferentes actores sociais -
comerciantes, vendedores ambulantes, turistas, sem tetos, meninos de
rua, prostitutas, moradores, frequentadores usuais, etc. -, que
potenciem situações de conflito e sugiram expressões de resistência que,
entretanto, possam ser discutidas a partir da noção de “cidadania
insurgente”. Interessará também trabalhos que foquem as situações de
protesto em espaço público que, identificados com dinâmicas de repetição ao longo do tempo, pudessem viabilizar uma discussão sobre a ideia de “movimentos de cidadania insurgente na(s) metrópole(s)” estudada(s).
Nesta óptica, será também de interesse angariar trabalhos resultantes de
etnografias de cunho comparativo que, por exemplo, foquem dois ou mais contextos em uma mesma metrópole; ou abordem dois (ou mais) espaços em metrópoles distintas.

3. _Coordenação_

Marluci Menezes - Doutora em Antropologia, Investigadora do Núcleo de
Ecologia Social (NESO) do Laboratório Nacional de Engenharia Civil
(LNEC); Endereço: LNEC, Av. do Brasil, n.º 101, 1700-066 Lisboa,
Portugal; Tel.: (351) 21 84437587, Fax: (351) 318443027, e-mail:
marluci@lnec.pt

Caterine Reginensi - Doutora em Antropologia, Docente na Escola de
Arquitectura de Toulouse / França (ENSAT), Investigadora do GRECAU
(Groupe de Recherche Conception Environnement Architectural et Urbain) do ENSAT e do FACI (Núcleo de Pesquisa Favela e Cidadania) da Escola de Serviço Social da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro);
Endereço: GRECAU, 83, Rue Aristide Maillol-BP 1062931106, Toulouse
Cedex1 França, tel.: Fone +33 562114904, Fax: +33562115049, email:*
*creginensi@gmail.com

Monica Beatriz Lacarrieu - Doutora en Antropologia Social, Profesora Universidad Buenos de Aires (UBA), Investigadora Conicet; Enereço: Carlos Calvo 711 (1102) Capital, Buenos Aires, Argentina; Tel: 4300-5663, email: mobla@uolsinectis.com.ar
https://lepus.lnec.pt/webmail/src/compose.php?send_to=mobla%40uolsinectis.com.ar


4. _Palavras-chave:_

Cidadania insurgente, presente etnográfico, espaço público urbano

5. _Bibliografia citada:_

Holston, J. “Espaços de cidadania insurgente” in: /Revista do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional/ nº 24, Rio de Janeiro, IPHAN, 1996, p.
243-253.

Magnani, José Guilherme Cantor (2002) /–/* “*Insider and a close-up
view: notes on urban ethnography”./ //Revista Brasileira de Ciências
Socais/; Vol. 17, N.º.49, p.11-29.

Fonte: geografia-pt@yahoogroups.com


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