Já tinha ouvido extractos no site de Bob Dylan, mas hoje lá tirei uma horita à vida de escravo que levo, e fui comprá-lo.É mais um grande disco deste artista maior da arte pop do nosso tempo. Um grande poeta pop, seja o que for que isso signifique!
O papel das cidades no século XXI é o tema do ciclo de conferências organizado pela Parque EXPO, que se realiza em Novembro, no Pavilhão de Portugal, integrado nas celebrações do 10.º aniversário da EXPO'98. Subordinados ao tema " A Cidade no Século XXI: Reflexões, Desafios e Estratégias", os debates incidem sobre a requalificação urbana e ambiental, o planeamento e ordenamento do território e a qualidade de vida urbana.
O ciclo de conferências abre no dia 6 com a apresentação de Sir Peter Hall sobre o futuro das cidades europeias no século XXI. No dia 11, o arquitecto Luís Vassalo Rosa comenta o tema "Cidades, Comunidades e Invenções do Futuro – Realidades e Utopias", e a 13 o professor Guy Burgel apresenta a conferência "A Vingança das Cidades: Um Desafio para o século XXI".
No dia 18 o arquitecto Manuel Graça Dias lança o tema "Da Cidade que deixará de ser viária" e a 20 o professor Christian Matthiessen retrata "The European Metropolitan Competition Perspective: Challenges and Strategies in a cross-border region: Copenhagen – Malmö.". O evento encerra a 25 com uma reflexão de António Mega Ferreira subordinada ao tema "A Condição Urbana".
Em discussão estão os diversos futuros possíveis das cidades, face à necessidade de responder às alterações climáticas e à capacidade de promover processos de regeneração, da recuperação demográfica à inovação, tecnológica, organizativa e cultural.
O Pavilhão de Portugal foi eleito para a realização do ciclo de conferências por representar um dos marcos da EXPO'98, a exposição que transformou o panorama urbano na cidade de Lisboa e que afirmou a notoriedade de Portugal a nível internacional. Dez anos depois, a Parque EXPO, na qualidade de impulsionadora da EXPO'98, promotora da operação de revitalização urbana e gestora do espaço público, convida urbanistas portugueses e estrangeiros a reflectir sobre os desafios das cidades actuais e as estratégias para as cidades do futuro.
Para o professor Jorge Gaspar, comissário do ciclo de conferências, "Numa história milenar, as cidades têm evidenciado destinos diversos, mas a grande maioria tem mostrado uma enorme capacidade de adaptação aos tempos, reciclando não só a infra-estrutura mas também as funções e as vocações. A cidade é a forma superior de organização territorial, económica, social e política da espécie humana.
A grande maioria das cidades fundadas/edificadas nos últimos dois mil anos resistiram a catástrofes naturais e humanas, sobreviveram a diferentes formas de organização política, acomodaram-se a diferentes religiões, culturas e posicionamentos geo estratégicos, ainda que para isso tenham passado por períodos de declínio de que renasceram.
As cidades são hoje, de novo, detentoras da esperança dos povos, respondendo às grandes ambições do mundo global: resposta para as alterações climáticas, capacidades para promoverem processos de regeneração, que vão da recuperação demográfica à inovação, tecnológica, organizativa e cultural."
As conferências têm entrada livre limitada à assistência da sala.
Ciclo de Conferências:
Sir Peter Hall – "O futuro das cidades europeias no século XXI"
Data: 6 de Novembro, às 18h
Arq. Luís Vassalo Rosa – "Cidades, Comunidades e Invenções do Futuro – Realidades e Utopias"
Data: 11 de Novembro, às 18h
Prof. Guy Burgel - "A Vingança das Cidades: Um Desafio para o século XXI"
Data: 13 de Novembro, às 18h
Arq. Manuel Graça Dias – "Da Cidade que deixará de ser viária"
Data: 18 de Novembro, às 18h
Prof. Christian Wichmann Matthiessen – "The European Metropolitan Competition Perspective: Challenges and Strategies in a cross-border region: Copenhagen – Malmö."
estamos rodeados de, embebidos em, presos dentro de, tudo quanto é inócuo.a maior parte das coisas que nos preenchem os dias são infindamente chatas e banais.há momentos em que parece que a arte nos salva, em que nos sentimos fonte de beleza, seres que pegam numa pena alta, e por ela sobem as criaturas.uma fonte jorrando água invisível no meio de um deserto só entrevisto. muito fugazmente.e persistimos nessa visão, nessa vontade de visão,permanentemente atravessada por caravanas de inutilidades, pela proliferação de tudo quanto não nos deixa ouvir o nada, este som que fica nos ouvidos, que vem de dentro do universo para dentro dos ouvidos, e de dentro dos ouvidos para a consciência.esta beleza não vê já nada senão hipóteses de coisas, vultos, aparições.configurações do espaço/tempo.explosões/implosões de tudo quanto nos enche o dia, desse lixo horrível, desse calvário interminável, dessa miséria que nos assola de todos os lados, de todas as direcções. um clamor imenso de queixa, um estertor de mortos-vivos.como é difícil isolar uma coisa, pô-la no centro da atenção, e fixá-la, intransigentemente.uma coisa enigmática: uma profecia, uma anunciação.meu deus, por que criaste tantas coisas belas e nos estás permanentemente a retirar, a distrair, arrastando-nos para a banalidade dos dias? eu sei que não queres saber de mim para nada, eu sei que tu és apenas um desdobramento de mim, o meu fantasma.mas se nem o meu fantasma posso interpelar, a quem recorrerei para me lavar,para me limpar da sujidade dos dias, da intrusão?
mar. sem atrito. música que se desenvolve interminavelmente.
e em que cada fim é sempre uma dobra, um recomeço.
mãe. mão. macia. carícia não apenas de tudo o que rodeia o ser;
mas sobretudo carícia que vem de dentro do ser, que o funde consigo mesmo.
pele que se estende pelas dunas, num abraço sempre desdobrado noutro braço, noutro ventre, noutro sulco
onde se deita algo de muito fundo, de muito essencial.
mar, de cujas bermas se abre sempre outro mar, e outro.
onde nunca se cansam oa lampejos da exaltação, a doçura desdobrada noutra ainda maior, e inesperada, e reconfortante
tacto de todo o mundo como corpo de todo o corpo como mundo
felicidade antes da palavra, da sensação, do sentimento.
acontecimento antes da sua inscrição. uma simples ondulação de areia, e já é demais.
uma erva. uma forma de mamilo saindo da cor. um estilhaçamento dos órgãos no espaço, planetas, estrelas, cometas, santuário.
regresso. regresso a algo há tanto, tanto tempo esquecido, a algo antes da memória possível, e impossível. atravessamento sob o lintel para um dentro que é fora, exposto,
exposto por excelência!
cosmos, a palavra redobra-se sobre si mesma, faz-se nódulo, e este desvanece-se
na pureza total. na explosão dos brilhos. nas longas, infinitas línguas esticadas, com todas as suas papilas flutuando como ervas aquáticas.
mar! mãe. mesa, tão macia, cama que estende a sua colcha e a estica nos quatro pontos cardeais.
finalmente!
fotos (merzouga, marrocos, setembro 2008) e texto (porto, outubro 2008) VOJ
Na casa nunca se sabe que horas são. Talvez o xadrez do chão. Talvez as caneluras das paredes. Talvez os caixilhos das janelas. Talvez os varões das escadas.
Mas o conjunto, não. Os aparadores não sabem. Os candeeiros não acendem Nem apagam. Os quadros desapareceram.
E quem desce ou sobe Não se decide a continuar, Suspende-se No local de todas as possibilidades.
É assim que pode entrar a luz, O seu véu de noiva tonta, louca, Arrojada pelo chão,
Journal of Iberian Archaeology, new issue, 2008 published by ADECAP, Porto edited by the author of this blog vol. 11 to be launched in Porto (Centro Unesco, 3 pm) next 6th December
(clique na imagem para ampliar e ver na contra-capa os temas abordados pelos autores)
O autor (p. 11) trata de 5 paradoxos da modernidade: - a superstição do novo - a religião do futuro - a mania teorizante - o apelo à cultura de massas - a paixão pelo renegar
Encontra-se em linha os vários artigos (em formato pdf) que compõem a revista colombiana APUNTES, vol 20 - nº 2, que é uma publicação semestral da Facultad de Arquitectura y Deseño da Pontificia Universidad Javeriana, desta vez inteiramente dedicada à Arquitectura de Terra. Boa leitura.
Decorreu ontem, quarta, à noite, a terceira sessão do meu curso em Serralves, "Vida e Arquivo".Eis a sala da biblioteca onde se passam as sessões. Estou a gostar muito da experiência! Estas lâmpadas parece que nos inspiram, e ao mesmo fazem superar o cansaço de um dia de trabalho. Sensação de poder continuar pela noite fora... estranha energia! O que o ser humano é capaz de fazer quando tem um (mesmo que seja relativamente pequeno) estímulo!
Peço que as pessoas que estão a participar me enviem um mail com sugestões! Obrigado!
as manhãs às vezes começam ao contrário, como se fossem noites atrasadas./ a cama é então um lugar de conforto e de martírio, confundidos no mesmo corpo,/ na mesma penumbra. há um desalinho no passado e no futuro. e no presente as pernas cruzam-se sem se encontrarem./ os lençóis suam. um peso cai das roupas estendidas, dos dias anteriores, da opacidade das janelas, onde não se roçam pombas, nem abrem candeeiros.
apenas fragmentos se erguem acima do colchão à procura.
mas o dia também por vezes limpa, faz brilhar as roupas interiores, o seu négligé, à medida que vai crescendo.
algo vem para a frente. há uma nitidez mesmo por detrás das telas. e as próprias sombras são promessas, travejamentos do que vem aí.
Agradeço a este e outros grandes fotógrafos a possibilidade que me têm dado de enriquecer este blogue e a minha imaginação com as suas imagens, criando a atmosfera necessária à produção poética, sem que esta pretenda ser uma ilustração das imagens, ou as imagens uma "legenda" do texto. Trata-se, sim, de tentar dialogar entre fantasias, ilusões, sonhos - hipóteses de imaginário(s).
A apresentação do Journal of Iberian Archaeology de 2008 (vol. 11), seguida de uma conferência sobre tema de arqueologia pelas Dras Lídia Baptista e Maria de Lurdes Oliveira (mestres em Arqueologia, doutorandas da FLUP) (ver abaixo) será realizada no Centro Unesco do Porto, R. José Falcão, 100 (perto da Liv. Leitura) no dia 6 de Dezembro às 15 horas.
A Associação para o Desenvolvimento da Cooperação em Arqueologia Peninsular (ADECAP) agradece ao Centro Unesco e à Fundação Engenheiro António de Almeida mais esta amável cedência daquela sala, entre as 15 e as 18 horas desse sábado. A entrada é livre, aberta tanto a sócios como a não sócios da ADECAP, chamando-se a atenção para o interesse do evento, nomeadamente em relação a arqueólogos e estudantes de arqueologia.
___________ Título da conferência:
Os sítios de fossas do III.º e II.º milénios a.C. das bacias hidrográficas das Ribeiras do Pisão e do Álamo (Beja, Portugal). Considerações preliminares sobre os trabalhos arqueológicos.
Resumo:
Os sítios intervencionados inserem-se nas bacias hidrográficas das Ribeiras do Pisão e do Álamo localizadas na margem esquerda da Ribeira da Tramagueira, articulando-se assim com a Bacia Hidrográfica do Rio Sado, próximo do limite com a Bacia Hidrográfica do Rio Guadiana. Esta área localiza-se na peneplanície do Baixo Alentejo, tratando-se por excelência de terrenos férteis para a agricultura e pastorícia. Com esta comunicação pretende-se apresentar os dados dos sítios por nós intervencionados, sítios de fossas, enquadráveis no III e II milénios a. C., que se encontram ainda em fase de estudo. Esta apresentação contempla a enumeração dos distintos contextos arqueológicos identificados e uma sumária articulação com a pré-história da região. Pretende-se com este exercício, abordar, fundamentalmente, a funcionalidade destes sítios e o modo como se integram na organização de um território;
Cuando en el año 717 a.C. Sargón II se hizo con el trono asirio, mandó edificar una nueva capital, Dur Sharrukin -fortaleza de Sargón-, a 15 km al norte de la antigua capital, Nínive. Según sus propios grabados, "Sargón II construyó la ciudad a los pies del monte Musri, más allá de Nínive, con la ayuda de esclavos capturados y con sus propias manos (...) Dedicó día y noche a proyectar la ciudad para hacerla habitable, para construir sus grandes santuarios, las sedes de los grandes dioses y los palacios de su real residencia". El monumento principal en Dur Sharrukin -ahora llamada Khorsabad- así como en Asiria no era el templo sino el palacio. El monarca era el gran dominador de pueblos y caudillo de expediciones guerreras, y para su goce y señal de omnipotencia se levanta el palacio, símbolo de su poder. El mejor conocido de todos los palacios es el de Dur Sharrukin. Estaba edificado sobre una enorme plataforma con varias rampas de acceso y se encuentra dentro de un recinto amurallado reforzado por torres. La muralla tiene varias puertas monumentales defendidas por gruesos torreones, flanqueadas por gigantescas estatuas de toros alados de ocho patas. Las dependencias se organizan alrededor de diversos patios. El principal tiene al fondo el gran salón del trono. A la izquierda se levantan el zigurat y, dispuestos alrededor de sendos patios, los tres templos al dios visible. En el lado opuesto y teniendo también como eje un gran patio se encontrarían las dependencias administrativas y las habitaciones de la servidumbre. Sobre la meseta, separado del palacio, se levanta el hilani, pequeño templete con columnas de influencia hitita. Los relieves que decoran el palacio hacen referencia a la vida del rey Sargón, destacando las parejas de toros antropocéfalos alados.
Entre los milenios V y IV a.C. tiene lugar en Mesopotamia una etapa denominada Obeid, caracterizada porque por primera vez nos encontramos con una especie de producción en serie de cerámica. Ésta ha sido hallada por toda Mesopotamia, Asia Menor, Irán y Siria, lo que indica un comercio floreciente. Las obesas figurillas de terracota anteriores son ahora desplazadas por esbeltas figuras femeninas, que parecen sostenerse sobre la punta de los pies. Pero además de por la cerámica, el periodo Obeid es característico por sus singulares viviendas. Uno de los lugares mejor estudiados es el de Tell Madhhur, en Irak, un asentamiento que debió medir unos 90 m de diámetro. Las excavaciones arqueológicas sacaron a la luz una vivienda, la casa de Usaid. El edificio sufrió un incendio y los cuartos fueron rellenados con escombros, lo que permitió que las paredes se sostuvieran en pie, hasta 2 m de altura, quedando intactas algunas puertas y ventanas. La vivienda fue construida con paredes hechas de ladrillos de adobe. Constaba de una larga habitación central, flanqueada por una serie de cuartos de menor tamaño. Parece que no tenía planta alta, aunque una rampa conducía al tejado. La vivienda contaba con zonas de almacén y cocina, así como cuartos de habitación. Pero lo más interesante de todo fue que en el lugar se hallaron restos de la vida cotidiana, como vasijas para comer, beber, cocinar o almacenar alimentos, azadas de piedra, piedras de moler, etc. Tell Madhhur proporcionó a los arqueólogos valiosa información sobre la vida de estas gentes protohistóricas.
Hacia el 10.000 a.C. comienza un periodo que se puede calificar de revolucionario en la evolución cultural del ser humano: el Neolítico. Durante este largo proceso, de miles de años, surgen características básicas como la sedentarización, la domesticación de plantas y animales o la invención de la cerámica, entre otros rasgos. Uno de los focos neolíticos más importantes es la península de Anatolia, en Turquía, con yacimientos como los de Cayönü, Cafer Hüyük o Hacilar. Pero el más interesante y uno de los más llamativos a escala mundial es el de Çatal Hüyük. Se trata de una gran superficie urbana que tuvo su fase culminante de ocupación hacia el VII milenio a.C., integrando cerca de 13 ha pobladas por varios miles de personas. Los investigadores piensan que, dadas sus características, algunas estructuras servían como viviendas, mientras que otras pudieron ser santuarios. Entre las casas había espacios abiertos, a modo de patios. Muy bien conservadas, dada su antigüedad, las viviendas eran rectangulares, hechas de adobe y madera, pegadas entre sí, sin apenas calles o plazas intermedias, debiendo usarse las azoteas para circular por el poblado. Con una superficie de unos 25 metros cuadrados, las casas estaban por dentro divididas en varias estancias, una de ellas una despensa adosada, teniendo en su interior hornos y hogares para calentarse y cocinar, plataformas para dormir y repisas en las paredes. Algunas estructuras poseían además pinturas en las paredes -escenas de caza, volcanes en erupción, buitres despedazando cadáveres- y relieves en yeso, con cráneos de animales pegados a los muros y estrados. Estos lugares, llamados "santuarios" por su descubridor, así como las numerosas evidencias de enterramiento bajo el suelo de las casas, o el hallazgo de estatuillas representando animales o mujeres permite creer que la población de Çatal Hüyük estaba fuertemente ritualizada, sustentando un complejo sistema de creencias en el que la mujer y el toro parecen ocupar un lugar central.
A finales del IV Milenio a.C., durante el periodo predinástico, las poblaciones del Valle del Nilo se aglomeran alrededor de dos entidades políticas de carácter monárquico: un reino establecido en el norte, el Bajo Egipto, con capital en Buto, y otro en el sur, el Alto Egipto, cuya capital es Hieracómpolis. El último rey del periodo, Narmer, conquista el Bajo Egipto y unifica el país. Hacia el 2900 a.C. se funda la I Dinastía y se establece una segunda capital en Menfis, para poder controlar mejor el país recién unificado, que ahora abarca desde el Delta del Nilo, en el Mediterráneo, hasta la primera catarata. Los reyes de las primeras dinastías eran de Tinis, un lugar que debía estar localizado en la región de Abidos. En estos momentos de la I Dinastía empieza la penetración hacia Nubia, aun como expediciones aisladas. Un buen número de importantes ciudades comienzan a surgir, configurándose los diferentes nomos en los que estaría dividido el reino. La mayoría de estos faraones se entierran en las ciudades del Delta, destacando las necrópolis y pirámides de Gizeh, Abusir, Saqarah y Dashur. Entre el 2150 y el 2100 a.C. tiene lugar el Primer Periodo Intermedio, una época de decadencia. Heracleópolis se convierte en la capital de los faraones de las dinastías IX y X, mientras que el declive del poder central se manifiesta en el surgimiento de capitales de nomos prácticamente independientes.
En la zona noroccidental del subcontinente indio, entre las actuales India y Pakistán, se desarrolló a partir del III milenio a.C., en torno a los cinco afluentes del río Indo, una de las primeras civilizaciones del mundo. Esta cultura, llamada del valle del Indo, se dispersaba a lo largo de 1500 km por la frontera con Pakistán y en los actuales estados indios de Gujarat, Rajasthan, Haryana y Pundjab Actualmente se han localizado más de cuarenta yacimientos arqueológicos, como los de Lothal, Chanhu-Daro, Kalibalgan o Rupar. Pero sus centros más importantes son Mohen-jo Daro y Harappa, que también da nombre a esta civilización. Las excavaciones de la monumental Mohen-jo Daro han sacado a la luz una ciudad con un alto desarrollo urbanístico, así como numerosas piezas de artesanía, con las que sin duda debió comerciar con la vecina Sumeria.
La forma de las casas tradicionales africanas varía a lo largo del continente. Generalmente cada casa integra un conjunto de edificios o habitaciones, rodeados por una cerca. Las viviendas de los nupe, de Nigeria, son conjuntos de edificios de barro, de planta redonda, encerrados en murallas de barro. Las casas comprendían normalmente una habitación para cada esposa, así como para hijos solteros y visitantes. Las viviendas más pequeñas solían apoyarse en unas piedras de soporte. También un esquema circular siguen los pueblos zulúes del sur de Africa. Las viviendas se situaban en el interior de dos vallas concéntricas. El círculo interior servía para guardar el ganado. Las casas consistían en un armazón de aros recubierto con esteras y hierba seca. Los pueblos nuba, del Sudán, construyen agrupaciones de viviendas siguiendo un esquema anular. Las edificaciones estaban conectadas por medio de murallas. Las casas eran de arcilla roja, apoyadas en grandes piedras. Los yoruba nigerianos construyen sus casas, hechas de barro y grava, alrededor de uno o varios patios. Los laterales de las habitaciones que daban a los patios solían ser abiertos, y se disponían entre postes ricamente tallados. Las viviendas de los somolo de Burkina Faso son más complejas, aglutinando varios edificios circulares. Con varios pisos y paredes de barro y grava, los tejados son de hoja de palma. En estas casas podía haber hasta 20 habitaciones. Por último, las viviendas de los ashanti de Ghana presentan una mayor riqueza ornamental. Sus casas, con tejados de palma a dos aguas, estaban dispuestas alrededor de un patio, rodeado por cuatro habitaciones unidas entre sí por un tabique. Las paredes y los pilares solían estar recubiertas por complicados relieves geométricos.
El punto de interés religioso de Babilonia era el zigurat llamado Etemenanki -la casa fundamento del cielo y de la tierra-. Hoy sólo subsisten algunos ladrillos de sus cimientos y una ancha fosa cuadrangular en donde crecen las cañas. Gracias a una tablilla podemos conocer las medidas reales de la majestuosa edificación: 91 metros en cada uno de sus cuatro lados de base y 91 metros de altura. La inmensa mole se alzaba sobre un gigantesco terraplén, en forma rectangular, de 456 por 412 metros, cerrado por una muralla con doce puertas. Se ignora el número exacto de plantas que tuvo y la disposición de las escaleras, pero los diferentes especialistas han realizado diversas reconstrucciones ideales. Koldewey considera que sólo tendría tres alturas mientras que Busink eleva a siete el número de plantas. Según Unger también eran siete las plantas, pero la base sería más monumental, con una empinada escalera que da acceso directo a la tercera planta. Andrae sugiere seis alturas con una escalera directa de acceso al templete final. Para Martiny la escalera sólo accedía a la segunda planta de las cinco existentes. Bombart considera la existencia de dos amplios cubos a los que se accede por la monumental escalera, situando cuatro pisos por encima, rematados por el templete. Según Moberg la gran escalera de acceso llegaba directamente al templete que según los textos "Nabucodonosor II hizo centellear con ladrillos esmaltados de azul claro". Parrot sigue un esquema similar a Bombart, llevando la escalera hasta la segunda planta, opinión no compartida por Von Soden que lleva la escalera hasta la quinta y última planta. Wiseman recupera la opinión general de seis plantas rematadas por el templete, sugiriendo dos tramos de escaleras.
Entre el 3.200 y 2.500 antes de Cristo se desarrolla el llamado periodo Calcolítico, del que hallamos yacimientos en buena parte de Europa y el Levante mediterráneo. El principal rasgo de esta etapa es el uso del cobre, metal empleado para la fabricación de objetos suntuarios.
Entre el 5.000 y el 3.200 antes de Cristo se desarrolla en la cuenca mediterránea el periodo neolítico. En Oriente Próximo se generarán algunos rasgos culturales que se extenderán hacia Occidente a lo largo de los milenios siguientes. Las principales características del Neolítico se pueden resumir en el surgimiento de la agricultura, la domesticación de animales, el cambio a un modo de vida en poblados permanentes y la invención de la cerámica. No obstante, estos cambios surgen a lo largo de un proceso de miles de años. En la Península ibérica, las primeras comunidades a las que se puede adjudicar una forma de vida neolítica se hallan en la costa mediterránea, ocupando generalmente cuevas elevadas y abrigos naturales. Su medio de subsistencia alternaba la caza y la recolección con el cultivo de cereales y leguminosas, además de la cría de ovejas, cabras y cerdos. La cerámica es uno de los grandes avances, pues permite almacenar y transportar los alimentos. También se puede percibir un desarrollo de las herramientas y las técnicas agrícolas, como la hoz para la siega y el vareo de los frutos. Por último, cabe citar una mayor complejidad en las estructuras sociales y simbólicas, siendo muy frecuentes los asentamientos sedentarios y los enterramientos con ajuar, como el de la Cueva de los Murciélagos de Albuñol, en Granada.
Nota: este e outros videos de arqueologia aqui postados podem ser úteis aos meus alunos, no sentido de uma primeira iniciação às questões, devendo ser ouvidos/vistos como documentos muito simples e sujeitos a larga discussão, como todos os assuntos científicos, nomeadamente se apresentados sob forma de divulgação para um "grande público".
The contributions of the Sumerians, Semites, Babylonians and Assyrians are depicted against authentic locales, including the cities of Babylon, Ur and Nineveh
El corazón del Oriente Medio es Mesopotamia, país entre ríos, una extensa área geográfica, estimada en casi 80.000 km2, que ocupa buena parte de la actual Irak. De hecho, es una gran fosa tectónica, orienta de norte a sureste, recorrida por los ríos Tigris y Eúfrates, nacidos en Anatolia. Esta zona, donde se ubica una de las cunas de la civilización, está limitada al norte y al nordeste por las montañas del Kurdistán, al este por los Montes Zagros y al sur por el golfo Pérsico. En su parte occidental queda separada del desierto sirio-arábigo por el río Eúfrates que, junto con el Tigris, fueron los que posibilitaron la vida en estas condiciones extremas, con altas temperaturas y escasas lluvias. Geográficamente, en Mesopotamia pueden distinguirse tres zonas. En el norte, la Alta Mesopotamia está cruzada por subafluentes del Tigris y el Eúfrates, y en sus tierras evolucionaron ciudades como Assur, la capital asiria, Nínive, Kalahk y Dur-Sharrukin. La segunda zona, por debajo de la anterior y de menor extensión, Acad, es un territorio encuadrado por el Eúfrates y el Tigris. En este ámbito surgieron las antiguas Babilonia, Kish, Sippar, Dur-Kurigalzu y Agadé. Por último, la tercera zona, Sumer, es un extenso paisaje de llanuras aluviales, donde se levantaron Eridu, la antigua capital sumeria, Ur, Uruk, Larsa, Lagash y Nippur. En distintos periodos, el poder de diversos reinos mesopotámicos se extendió mucho más allá de sus llanuras, estableciendo contacto con gentes vecinas, que también contribuyeron significativamente a la civilización de esa zona. Hititas, en el norte, o persas, en el este, entre otros muchos, se relacionaron con los pueblos mesopotámicos, relación que favoreció el desarrollo de nuevas pautas culturales.
El zigurat era uno de los elementos más característicos de Mesopotamia. Muchas ciudades incluían, junto al templo de su dios tutelar, un zigurat que constaba de varias plataformas superpuestas, sobre las cuales había un templo. Los primeros zigurats los construyó Ur-Nammu, hacia el 2100 a.C., primer rey de la III dinastía de Ur. Estos zigurats fueron edificados en Ur, Eridu, Uruk y Nippur. En toda Mesopotamia, se han encontrado zigurats en 16 yacimientos, aunque otros se conocen sólo por los textos. El zigurat de Ur, uno de los mejor conocidos y cuya reconstrucción hipotética observamos, era llamado Etemenniguru (Casa cuya alta terraza inspira terror), siendo dedicado al dios Luna (Nanna o Sin). Contaba con planta rectangular, de 62 metros de lado, y tres pisos, hasta una altura total de 43 metros. Tres largas escalinatas se cruzaban en ángulo recto y conducían al templo alto. El zigurat fue construido con adobe secado al sol, así como una gruesa capa externa de ladrillo cocido. Se desconoce la naturaleza exacta de las ceremonias que se celebraban en el alto santuario. El historiador griego Herodoto, al hablar del zigurat de Babilonia, dice que allí se celebraban las nupcias sagradas de una sacerdotisa con el dios, un ritual cuya finalidad era asegurar la prosperidad del país.
El Antiguo Oriente Medio y Mesopotamia conforman una vasta región y una de las cunas de la civilización. Es en esta extensa zona donde se produjo la transición fundamental desde las formas de vida basadas en la caza y la recolección hacia la agricultura. Es aquí donde por primera vez fueron levantados templos y ciudades, donde primero se trabajó el metal, donde apareció la escritura y donde surgieron grandes reinos e imperios. El corazón del Oriente Medio es Mesopotamia, "país entre ríos", como la llamaron los historiadores griegos. Esta inmensa área geográfica, de casi 80.000 km2, comprende el actual Irak y zonas de Irán y Siria. Fueron los ríos Tigris y Eufrates quienes, gracias a irrigar las fértiles llanuras por las que discurren, posibilitaron la vida en esta región de condiciones extremas, con temperaturas actuales por encima de los 50º en verano y muy escasas lluvias anuales.
Hacia el año 2900 a.C., la Mesopotamia meridional estaba dividida en dos regiones: Akkad, al N, desde Abu Salabikh hasta el límite norte de las llanuras aluviales, y Sumer, al S, desde Eridu hasta Nippur. Las primeras tablillas en barro traducidas por los arqueólogos descubrieron que los escribas llamaban Sumer a la tierra situada entre los ríos Tigris y Eúfrates. Con el paso del tiempo, esa misma región sería llamada Babilonia y, hoy en día, Irak. Sumer no era un país propiamente dicho, sino un territorio formado por varias ciudades-estado, cada una de ellas con su propio soberano. Éste era también el representante de la deidad y quien controlaba los recursos del templo, la institución más rica y el principal terrateniente de la ciudad. Uno de los templos sumerios más monumentales fue construido en Khafadye en los últimos tiempos del Dinástico Arcaico Sumerio -entre los años 2700-2400 antes de Cristo-. Templo oval consagrado a un dios desconocido, presenta la novedad de estar rodeado por una doble muralla que cerraba un recinto de 103 metros de longitud por 74 de anchura. El templo está edificado sobre una alta plataforma de tres niveles y aislado del resto urbano por potentes defensas de perímetro ovalado. En su interior, además de las instalaciones propias del culto, existían almacenes, cocinas, talleres y otras dependencias administrativas.
Convidam-se todos os interessados a participar na sessão do Projecto "Segredo e Memória na Era da Informação" que se realiza no dia 31 de Outubro de 2008, às 15 horas na Sala de Reuniões da FLUP.
Na «era da informação» a memória e o conhecimento parecem estar disponíveis a tudo e a todos mas, paradoxalmente, essa abertura cria e amplifica zonas de segredo, de inacessibilidade e restrição à informação. Diferentes olhares disciplinares questionam a natureza da memória e o lugar, as funções e as modalidades do segredo na construção e preservação da memória (literária, histórica, social, comunicacional). Segredo e memória podem ser instrumentos de construção mas também de desconstrução das relações de poder, do exercício da política, do jogo diplomático, da fixação de identidades, das tramas narrativas. Daí algumas das áreas já em discussão: o Conhecimento e conspiração (filosofia) o Informação e segredo (ciência da informação) o Media, memória e segredo (ciências da comunicação) o Memória, segredo e identidade (história) o O realismo do passado (filosofia) o Segredo, memória e poder (sociologia) o Segredo e literatura (literatura) o Epistemologias das ciências sociais
A apresentação e debate em torno do Projecto será feita pelos institutos de investigação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto intervenientes: o Apresentação geral: José Meirinhos o Centro de Estudos das Tecnologias e Ciências da Comunicação: Fernanda Ribeiro o Centro Interuniversitário de História da Espiritualidade: Zulmira Santos o Instituto de Filosofia: Tommaso Piazza o Instituto de Historia Moderna: Inês Amorim o Instituto de Sociologia da Faculdade: João Miguel Teixeira Lopes
Convidam-se todos os interessados (professores, investigadores e estudantes) a participar ou colaborar neste projecto interdisciplinar.
O Projecto terá a participação de estudantes de licenciatura do programa de Bolsas de Integração na Investigação.
às vezes, pela noite, uma grande jarra de onde brotam jarros altos, brancos, brota-me da cabeça.
às vezes, um céu muito azul claro abre-se diante de mim pela noite, e por ele começa a subir a fachada do duomo de pisa, numa espécie de ascensão rosada, espantosa.
vejo o rodado das saias das raparigas sobre a sua inocência verde: não tardarão a subir-lhes as raízes pelo ventre, essa aptidão de caules, o ardor da inocência, a extensão verde.
e tudo isto me aparece a meio da noite como um crucifixo erecto, impúdico, como um lagarto trepando pela parede parado nos olhos muito abertos.
teia das imagens. grande cesto que levo à cabeça, que me cresce a meio da noite, e enterra os vimes no meu crânio.
e vejo subir os anjos ao longo das fachadas do baptistério de pisa, ruborescidos, na sua ambiguidade.
por que razão aparecem estas figuras a impedir o repouso, a pedir que as escreva tão compulsivamente, como se eu fosse morrer pela alvorada?
Acabam de tentar telefonar-me aqui para casa, não sei quem, não atendi. Um telefone fixo que toca em vários lados, alertando tudo, o sossego da casa, mas me obriga a sair do sítio onde estou. Quando não é de empresas a quererem vender-me qualquer coisa, das duas uma: ou é alguém que não me conhece (e que portanto desconhece que detesto que me incomodem, sobretudo para o telefone fixo, de longe preferindo o mail e o telemóvel, este se possível em sms, que não faz barulho) ou então é um(a) valente sádico(a). Talvez venha a ler esta postagem e da próxima vez me envie um mail. O tempo é a coisa mais sagrada que temos, o tempo para estar connosco.Isto não é ensimesmamento, adoro falar e conviver, é necessidade absoluta de reflectir, de me dar tempo, ao menos à noite tarde, ao menos aos fins de semana onde anda tudo numa correria, para, sentado numa espécie de praia cega, de onde se não vê ainda o mar, esperar até que acabe por escorregar, eventualmente, uma pequena primeira onda, que venha molhar os pés. Essa chamada, sim, é bem-vinda, reconforta, mesmo quando a água queima ou gela. É uma espécie de telefonema surpreendente, que não espera nada de mim: uma carícia grátis, sem pedir retorno.
Tenho-me perguntado muita vez: se fosse fotógrafo o que fotografaria? Já vi todo o tipo de fotografias, de todas as escalas, enquadramentos, preparações prévias, trabalho posterior à fixação da imagem, tudo isso, como toda a gente. Passo horas a ver sites com fotos.Pergunto-me muitas vezes se fotografaria a mulher, esse modelo eterno, ao lado da natureza, das paisagens, das naturezas-mortas, das pequenas e grandes coisas. Se fotografaria os jardins, a textura pequena dos objectos e dos seres em geral. A fotografia aí seria como uma agulha, ou mesmo uma ecografia: para ver através. Não sei, creio que tudo isso está esgotado. A internet tem milhares de coisas kitsch. Pergunto-me se tiraria fotos eróticas, se seria capaz de captar esse momento. E de repente acordo para o meu logro. Uma foto é tudo quanto há de mais construído, claro, tudo quanto há de mais abstracto, óbvio, mas ela pressupõe uma relação. Uma relação a quatro. Duas pessoas, pelo menos, se se tratar de tomar alguém como pretexto; a própria câmara fotográfica, e - o mais essencial de tudo - uma espécie de "entente" entre esses elementos todos, um invisível, um ponto de fuga que desse sentido a isso tudo em conjunto e que permitisse fotografar o infotografável, tal como em poesia queremos escrever o inescrevível, ou em música queremos meter som sobre o som que já há, quer dizer, sobre os sons todos que nos sobrevoam, abafando-os. e chego à conclusão de que teria de partir para outra vida, mesmo aqui, tal como na leitura, porque é um logro bem conhecido sair, e aqui mesmo fazer fotografia como quem escreve, ou pinta, ou faz qualquer outra peça de artesanato, depois de preparado o corpo, os instrumentos, os materiais. Porque já todas as fotografias foram feitas e ao mesmo tempo estão todas por fazer. Ainda um dia, cansado de raramente me espantar em tantos sites que visito, me dedico a isso. Como quando escrevo: escrevo porque já não suporto só ler a escrita dos outros. Isso fatiga. É preciso fazer também. Não deve haver pior condenação do que a daquele que é leitor. Há que fazer, experimentar os materiais, agarrar os corpos das lentes, das máquinas, das pessoas, dos bichos, seja o que for que sirva de pretexto a qualquer coisa que não está feita, que terá de ir sendo feita, que nunca estará completa, acabada, pronta, um borrão medonho, eis o que é preciso fazer. Desalinhar tudo, mas de um modo mesmo radical; não como quem vai ao caroço de um fruto apenas por uma questão de eficácia: mas como quem deita o fruto fora, e com as mãos cheias de polpa come o almejado caroço redondo e enorme como um seixo duro, sabendo que pode asfixiar nessa experiência. Por já não poder ver mais fotografias, acho que me vou tornar fotógrafo, entre outras coisas, um destes dias. Estou farto de consumir, quero fazer. ____________ Foto: Aya and Ned
L'invention dans les techniques : Cours et conférences de Gilbert Simondon (Auteur), Jean-Yves Chateau (Auteur)
"La pensée de Simondon, dont Canguilhem ou Deleuze reconnurent l'importance voire l'influence, suscite depuis quelques années un regain d'intérêt. Le célèbre Cours de 1968, L'Invention et le Développement des techniques, que nous publions ici, ainsi que d'autres qui le complètent, enrichit considérablement par des illustrations et des perspectives historiques larges les analyses de l'ouvrage de 1958, Du mode d'existence des objets techniques. Il étudie l'objet technique à la fois du point de vue de sa structure et de sa fonction et du point de vue de sa genèse et de son invention. Il est possible ainsi de situer la technique par rapport au développement et à l'histoire de l'humanité et, en même temps, de faire apparaître son autonomie de principe par rapport à ses causes socio-économiques " extrinsèques ", voire son indépendance, à certaines époques, à l'égard de la science : ce n'est pas une simple application de la science. C'est l'invention qui assure l'autonomie de l'objet technique : " Les réalisations techniques apparaissent par invention " (1971). Cet énoncé est à prendre comme une thèse forte, qui exige notamment que l'on ne confonde pas l'invention avec la créativité ni la découverte, et qu'on l'étudie comme une résolution de problème. L'étude de cette " fonction du nouveau " est décisive pour comprendre le développement et l'histoire des techniques.
Biographie de l'auteur Gilbert Simondon (1924-1989) est surtout connu pour ses deux thèses soutenues en 1958. Sa thèse complémentaire : Du mode d'existence des objets techniques (Aubier, 1958). Sa thèse principale est parue en deux fois : L'Individu et sa genèse physico-biologique (PUF, 1964) ; L'Individuation psychique et collective (Aubier, 1989). "
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa – Sala 5.2
PROGRAMA APRESENTAÇÃO DO PROJECTO - Adriana Veríssimo Serrão (Departamento de Filosofia da FLUL, Coordenadora do Projecto) TEORIA E PRÁTICA DA ARQUITECTURA PAISAGISTA - Luís Paulo Ribeiro (Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, Secção Autónoma de Arquitectura Paisagista) A PAISAGEM SEGUNDO PIERRE GRIMALDI - Paulo Frazão Roberto (Departamento de Filosofia da FLUL, Investigador do Projecto) A PAISAGEM EM AUGUSTIN BERQUE - Andreia Saavedra Cardoso (Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, Investigadora do Projecto) A PAISAGEM NA GEOFILOSOFIA - Pedro Sargento (Universidade de Roma Tor Vergata, Investigador do Projecto) A PAISAGEM EM YURIKO SAITO - Luis Sá (Departamento de Filosofia da FLUL, Investigador do Projecto)
todos temos essa figura, a sombra incómoda. o homem chato que nos persegue. e leva muitos anos até nos apercebermos da sua presença, como a da mosca que entrou pela frincha. está obcecado pela nossa pessoa, e nem sequer é um diamante, mulher ou cavalo. é possivelmente um simples pobre homem, que de vez em quando pousa. sobre os braços, sobre a mesa, sobre a nossa própria comida, entre as almofadas. não tem rigorosamente nada para dizer, ou fazer. e por isso chega, acerca-se, invade, como puro vazio, sem pretexto. é o interruptor, o que de facto interrompe, muda o sentido da nossa atenção, deixa um muco sobre a superfície lisa da consciência. e tal como a mosca, escapa sempre ao nosso movimento súbito de o atingir com um pedaço de jornal já lido. ou então fica de pernas para o ar, em aparente agonia. mas reaparece passadas semanas, ou meses, ou anos, ou mesmo apenas alguns minutos, numa insistência sem limites. parece repetir: ainda estou aqui. ainda estou aqui. não quero nada, quero apenas interromper, aparecer, como a figura de que te não libertas, o Grande Maçador. e explode então numa gargalhada que nos dá a ver o seu crânio morto. descomposto, como um animal de talho pendurado, uma figura de francis bacon. e recompõe-se, metamorfoseia-se, muda constantemente de figura para parecer igual, para se repetir a si mesmo. é um cavalo vazio, um guerreiro de plástico, um tigre morto, um placard apunhalado, um tronco alto seco, mas mesmo assim pousa sempre. interrompe. desafiando as figuras do desencanto e da miséria, desafiando mesmo os vivos e os mortos. está entre, é uma entretela que mói. e assim, mesmo quando não aparece, está sempre aqui.