Fundação de Serralves
VIDA E ARQUIVO: SENTIDOS POSSÍVEIS DE UM “PATRIMÓNIO CULTURAL”
15 OUT - 03 DEZ 2008 -
DAS 21:30 ÀS 23:30 - QUARTAS -
BIBLIOTECA
15 OUT - 03 DEZ 2008 -
DAS 21:30 ÀS 23:30 - QUARTAS -
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A nossa “cultura” tem características próprias, que se têm vindo a tornar mais nítidas à medida que os estudos antropológicos, históricos, sociológicos, e, em geral, as ciências sociais e a filosofia, nos “descobrem”, literalmente, como seres exóticos, no conjunto dos seres humanos, passados e presentes. Ficamos assim totalmente descentrados, num processo que a modernidade (a partir dos sécs. XVIII e XIX) acentuou, mas que como é evidente vem da nossa tradição greco-latina, passando pela Renascença e pelo racionalismo cartesiano, até à actual “globalização” em todas as suas “nuances”. Se esta “exótica” maneira de proceder e de pensar, obcecada pela “fixação” e pelos binarismos (matéria e espírito, natureza e cultura, texto e performance, criação cultural e “património”, etc.) nos “abriu o mundo” – e nos permitiu, aparentemente e até mais ver, dominá-lo -, é capaz de “se ver” ao espelho, de que situação mais geral é essa atitude sintoma? Como se tem revelado em “actividades”/esferas tão variadas como a musealização do mundo, as artes performativas, as imagens que já não só nos olham mas nos incluem, o turismo como uma forma de estar, como o modo supremo de consumo e de afirmação do indivíduo, o esbatimento das fronteiras entre “real” e “virtual”? Este seminário procurará esboçar linhas de conexão entre todas estas “tendências”, sabendo que não há um “fora do sistema” de onde obter um ponto de vista ideal ou “olhar de Deus” sobre o conjunto dele, mas antes um processo de desvelamento constante na vida de cada um e de todos. Desguarnecidos de dogmas, olhando com alguma ironia e inquietude para a aceleração do mundo e exasperação dos seres, nele vamos tentando criar, improvisando no fluxo da vida, um princípio de estabilidade e de reequilíbrio, forçosamente tensional, mas não necessariamente sofredor. Podemos hoje usufruir, apesar de tudo, de um imenso “património” para a felicidade; e esperar que o futuro não elitize essas oportunidades, mas as vá generalizando.
Concepção e Orientação: Vítor Oliveira Jorge
Concepção e Orientação: Vítor Oliveira Jorge
Ver (inscrições on line) :
http://www.serralves.com/actividades/detalhes.php?id=1444
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