Homens saindo de uma mesquita (fomos aliás na altura do Ramadão, em que muitas actividades cessam ou estão sujeitas a regras diferentes e temporalidades diversas das do resto do ano, como é bem conhecido - essas restrições são entendidas como purificação e reafirmação da fé).
Homens sempre juntos: um mundo separado das mulheres, em público.
As crianças olhando de frente; as mulheres sempre que possível tentando desviar ou esconder o rosto.
Vendo os turistas passar... entre Taroudant e Zagoura.
Localidade entre Merzouga e Ourzazat.
Mulheres a vender na rua. Localidade entre Merzouga e Ouarzazat.
Homem dormindo na rua, contra uma parede de argila. Kasbah de Ait Ben Haddou.
Kasbah de Ait Ben Haddou.
Criança. Ait Ben Haddou, entre Ouarzazat e Marraqueche.
Entre Ouarzazat e Marraqueche: mulher e adolescente.
Trio de músicos. Hotel. Marraqueche.
Rua por detrás do bule antigo. Medina. Marraqueche (loja de antiguidades).
Destino dos patos e outras aves.
Doces. Marraqueche.
Marraqueche. Medina.
Marraqueche. Medina. Aqui podia ficar-se para sempre, a recolher imagens, num delírio visual interminável. Como em qualquer medina, para qualquer ocidental, o prospector de novidades, o caçador de ilusões. Obcecado por "apanhar a vida em flagrante". Coitados de nós.
Marraqueche. Medina. O homem das galinhas.
Marraqueche, uma mulher passa na rua.
Marraqueche, jardins da Menara.
Como as notas de um alaúde, seguem-se umas às outras numa (aparente) desconexão. E imediatamente o trabalho da nostalgia as tenta unir por um nexo qualquer...
Há como uma obsessão repetitiva em tudo isto. Essa obsessão, essa contínua variação em torno de um mesmo, perpassa a vida, a arte, a música. Torna-se monótona, mesmo chã e comezinha, para o ocidental, sedento de novidade, sempre. Suplício.
Mas não se pode passar jamais para o lado de lá. E do lado de lá há evidentemente inquietações, incomodidades, horrores, miséria a acotovelar a ostentação e o poder, domínio, frustrações e recalcamentos tremendos. Somos apenas turistas, estamos aqui para fotografar, comer e dormir, e continuar, enquanto as pessoas ficam para trás, na sua vida quotidiana. Perda.
As verdadeiras fotografias de pessoas, são de pessoas que não sabem que foram fotografadas e que nós não conhecemos. Assim, o "shot" da máquina não as atingiu em cheio. Escaparam em parte ao assassinato.
Pessoas apenas (entre)vistas: eis o que procuro, eis o que o olhar à minha frente sequiosamente deseja, arrastando o corpo tantas vezes cansado.
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