sábado, 20 de setembro de 2008

manual básico de sobrevivência


Chegados a um determinado momento do nosso percurso, ganhamos a consciência de que nada é de facto absolutamente urgente, nem importante. 
Instados por mil solicitações, pedidos, convites, receios, inquietações, etc., apercebemo-nos de que é vital o controlo da ansiedade, e a conjugação de uma acção distanciada com a assunção de que nada de definitivo, ou de muito bom, ou de perfeito, nos é possível. Conciliamo-nos assim com algo que é essencial. A vida não tem sentido. Cada um de nós é um grão de poeira. Os outros precisam muito de nós enquanto estamos vivos. Vivamos assim o melhor que pudermos o dia a dia, enquanto tanta gente sofre e, oh escândalo, partidos neo-nazis são permitidos em países democráticos, em nome da liberdade de expressão que procurariam asfixiar no próprio momento em que, se pudessem, chegassem ao poder.
Perante este absurdo, perante o pavor e a fome de tantos seres humanos, recolhamo-nos um pouco na nossa insignificância. Que é ainda uma maneira última, está claro, de preservar o eu de estragos maiores, perante a extrema agressividade do meio.
Há imensos psicóticos à nossa volta.
E neuróticos estamos já todos.
Corrijam-me se acharem que vale a pena.

CONTROLO DA ANSIEDADE - eis o segredo, simples, que todos conhecemos.


2 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

não não corrijo.

seria impossível.

desabafo extremamente assertivo e lúcido.


como sempre Prof.


beijo.

Vitor Oliveira Jorge disse...

Não me elogie tanto por favor, senão sinto-me guru, e não quero...
beijo também.