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Equilibra-te. É o mais importante.
Às vezes tudo o que dissemos fugiu para o fundo.
E as piscinas ficaram vazias, com as suas superfícies
Azuis, de água luzente, reflectindo as lâmpadas.
Não está ninguém nos mármores. Nem uma inscrição.
Mas um passo teu basta-me. Vou ao fundo
Da sombra, aí onde tudo começou, e recomeço.
E as piscinas iluminam-se de nadadoras vibráteis.
Começa a grande dança de lâmpadas nos tectos.
E as multidões avançam às arrecuas para o passado.
Ninguém nos virá ajudar, apenas o equilíbrio
Entre um passo e outro, a sabedoria dos pés nus.
É certo que a febre tolda a testa, esmaga as imagens
Que como loucas lutam para entrarem em cada verso,
Em cada estrofe. As bocas de água estão secas.
Mas as imagens de nadadoras estão quase a chegar à meta.
Em toda a sua energia de luzes, de lâmpadas, de reflexos,
De fatos de água luzente. Vê as gotas caiando do tecto.
Dá o passo. Tudo vai recomeçar. Do fundo da sombra
Caminhamos de novo jovens para nos fundirmos aqui.
Vê a efusão das torrentes. Como as togas se avermelham.
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texto: voj porto out. 2009
FOTO: ERNESTO TIMOR
Site: http://www.ernestotimor.com/
2 comentários:
Caminhamos de novo jovens,com a sabedoria dos pés nus...O mais importante;equilibrar a sabedoria com esta juventude que nos assola,no momento do verso.
Continuo encantada.
Passe ao acto... e escreva também!
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