Esta é a entrevista que referi em comentário ontem:
São 3 partes, com legendas em italiano. Chamo a atenção para a parte em que ele fala da preparação dos filmes (o tempo que leva, o facto de começar com uma ideia, depois desistir, depois tentar outra vez, falhar, voltar... o drama de autor, do trabalhar algo.... conhecer, entender...).
Já agora um link para um texto interessante do Ranciere (de que já tinha falado anteriormente), em que é abordado "O Quarto de Vanda": Aesthetic Separation, Aesthetic Community: Scenes from the Aesthetic Regime of Art
Nesse texto é dito a certa altura que :"The archaeology of the aesthetic regime of art is not a matter of romantic nostalgia. Instead I think that it can help us to set up in a more accurate way the issue of what art can be and can do today.". Grande parte da Arqueologia segue imbuída de um regime de nostalgia, ao qual não é alheia a ideia do "homem natural". Ontem, depois de uma pré-historiadora me ter dito que não consegue ler filosofia porque a aborrece, preferindo antes um bom romance (salvam-se as escolhas: Bulgakov, Saramago...), fiquei com a ideia de que existe uma "tecnização" do passado, que graças a pensamentos deste tipo, fica refém dos seus caminhos. Como se tudo pudesse ser reduzido a uma especialidade, uma técnica, uma arqueologia.... com o seu pé assente na ideia da mistificação do "primitivo". Este livro do Adam Kuper deveria ser distribuído como manual obrigatório no ensino da Arqueologia.
Sem comentários:
Enviar um comentário