Tenho, ao longo de 40 anos, tentado tudo ao meu alcance para federar, para unir, sucessivas vagas de aprendizes de arqueólogos e de investigadores...formando-me a mim próprio ao longo do tempo... GEPP, GEAP, SPAE, ADECAP, e outras instâncias, como sobretudo a do meu próprio local de trabalho, têm sido modos de tentar mudar de mentalidade e de escala, sair deste apertado mundo do "salve-se cada um como puder"...
Reconheço, em balanço de conjunto, que era um idealista ingénuo, e que esse "salve-se quem puder" não só continua como se acentuou profundamente. Não qualifico essa atitude das pessoas, que tem razões estruturais profundas na sociedade em que vivemos, a qual incrementa esse "espírito", nem o censuro. Apenas constato que os meus ideais não correspondem à realidade. E por isso ir-me-ei adaptando, eu também, a este ambiente...sabendo que as pessoas que precisam da minha ajuda continuarão sempre a pedir-me coisas, o que acham muito natural,e que de um modo geral eu continuarei como um lutador sozinho no essencial, o que toda a gente que de mim algum dia dependeu acha muito natural. OK! Capito!
Vivam os fins de semana alargados!
1 comentário:
e, no entanto, a malta do "salve-se quem puder" esquece que, se houver uma frente comum a defender o património, a denunciar os atropelos, as negligências, a incúria, as destruições a que o mesmo está sujeito, haverá tanto e tanto que fazer, para todos, que não chegarão os técnicos do património para tantas encomendas - espanta-me sempre como é que (mesmo dando de barato que muitos arqueólogos nem sequer são "activistas" da defesa do património), falhando o argumento do se tentar transmitir às gerações vindouras aquilo que as que nos antecederam legaram (razão têm os britânicos que o apelidam de "heritage"), não se pega "nisto" pelo ponto de vista económico, do bolso de cada um...
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