Vítor Oliveira Jorge
Conjunto de 10 poemas para o livro
ELECTRI-CIDADE
(a publicar em 2009)
1
finalmente
mar.
sem atrito.
música que se desenvolve
interminavelmente.
e em que cada fim
é sempre uma dobra,
um recomeço.
mãe. mão. macia.
carícia não apenas
de tudo o que rodeia
o ser;
mas sobretudo
carícia que vem de dentro do ser,
que o funde consigo mesmo.
pele que se estende
pelas dunas,
num abraço sempre desdobrado
noutro braço, noutro ventre,
noutro sulco
onde se deita algo
de muito fundo,
de muito essencial.
mar, de cujas bermas
se abre sempre outro mar, e
outro.
onde nunca se cansam
oa lampejos da exaltação,
a doçura desdobrada noutra
ainda maior, e inesperada,
e reconfortante
tacto
de todo o mundo como corpo
de todo o corpo como mundo
felicidade antes
da palavra, da sensação,
do sentimento.
acontecimento antes
da sua inscrição.
uma simples ondulação de areia,
e já é demais.
uma erva. uma forma de mamilo
saindo da cor. um estilhaçamento
dos órgãos no espaço,
planetas, estrelas, cometas,
santuário.
regresso. regresso a algo
há tanto, tanto tempo esquecido,
a algo antes da memória possível,
e impossível.
atravessamento sob o lintel
para um dentro que é fora, exposto,
exposto por excelência!
cosmos,
a palavra redobra-se sobre si mesma,
faz-se nódulo,
e este desvanece-se
na pureza total.
na explosão dos brilhos.
nas longas, infinitas
línguas esticadas,
com todas as suas papilas
flutuando como ervas
aquáticas.
mar!
mãe. mesa, tão macia,
cama que estende a sua colcha
e a estica nos quatro pontos
cardeais.
finalmente!
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2
intrusão
Na casa nunca se sabe que horas são.
Talvez o xadrez do chão.
Talvez as caneluras das paredes.
Talvez os caixilhos das janelas.
Talvez os varões das escadas.
Mas o conjunto, não.
Os aparadores não sabem.
Os candeeiros não acendem
Nem apagam.
Os quadros desapareceram.
E quem desce ou sobe
Não se decide a continuar,
Suspende-se
No local de todas as possibilidades.
É assim que pode entrar a luz,
O seu véu de noiva tonta, louca,
Arrojada pelo chão,
Irrompendo para onde
não foi sequer convidada.
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3
a força das horas
as manhãs às vezes começam ao contrário, como se fossem noites atrasadas.
a cama é então um lugar de conforto e de martírio, confundidos no mesmo corpo,
na mesma penumbra.
há um desalinho no passado e no futuro.
e no presente as pernas cruzam-se sem se encontrarem.
os lençóis suam.
um peso cai das roupas estendidas,
dos dias anteriores,
da opacidade das janelas,
onde
não se roçam pombas,
nem abrem candeeiros.
apenas fragmentos se erguem acima do colchão
à procura.
mas o dia também por vezes limpa,
faz brilhar as roupas interiores,
o seu négligé,
à medida que vai crescendo.
algo vem para a frente.
há uma nitidez
mesmo por detrás das telas.
e as próprias sombras
são promessas, travejamentos
do que vem aí.
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4
como se em breve
às vezes, pela noite,
uma grande jarra de onde brotam
jarros altos, brancos,
brota-me da cabeça.
às vezes, um céu muito azul claro
abre-se diante de mim
pela noite, e por ele começa a subir
a fachada do duomo de pisa,
numa espécie de ascensão rosada,
espantosa.
vejo o rodado das saias
das raparigas sobre a sua
inocência verde: não tardarão
a subir-lhes as raízes
pelo ventre, essa aptidão de caules,
o ardor da inocência,
a extensão verde.
e tudo isto me aparece
a meio da noite
como um crucifixo erecto,
impúdico,
como um lagarto
trepando pela parede parado
nos olhos muito abertos.
teia das imagens.
grande cesto que levo
à cabeça, que me cresce
a meio da noite, e enterra
os vimes no meu crânio.
e vejo subir os anjos
ao longo das fachadas
do baptistério de pisa,
ruborescidos, na sua ambiguidade.
por que razão aparecem
estas figuras a impedir o repouso,
a pedir que as escreva
tão compulsivamente,
como se eu fosse morrer
pela alvorada?
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5
Eu procuro dizer como tudo é outra coisa. *
Eu procuro dizer como tudo é outra coisa.
Eu procuro ver o cão recém-chegado.
A sua boca, a espuma da sua
Proximidade.
Eu procuro as costas da tarde
Nos seios expostos da luz.
A curva que a casa faz
Ao dobrar-se sobre a colina: esse
Movimento.
O espanto do cão.
A sua mordedura no sofá. Sentir
A mesma sensação nos Dentes.
A exposição dos candeeiros.
Os globos rolados da colina.
A tentativa do cão os apanhar com a boca,
Apesar de serem muitos, e intermináveis.
Eu sou o cão recém-chegado.
O cão Espantado.
Acerco-me da hiprocrisia dos sofás
Da sua falsa exposição e disponiblidade.
E neles espeto as facas
À procura de algo escondido dentro
Como o dentista se debruça sobre a boca e cai
Entre as amígdalas.
O médico frio que se aproxima
Com o estojo dos estiletes.
Eu procuro as jarras, as pinças
Que decoram os apartamentos das pessoas,
Essa Consensualidade.
Com as facas. Com as fauces.
Com a raiva contraída.
Porque eu vejo que tudo é outra coisa.
Que toda a coisa está um milímetro
Ao lado de si mesma.
E em vez de as querer fazer coincidir, ou sobrepor,
Eu gozo com essa fenda.
Eu sou um um cão em fato completo
E gravata
Que se aproxima com olhos dilatados
Dos sofás.
Da sua espantosa ontologia.
(* verso de Herberto Helder, de Poemacto, recolhido em A Faca Não Corta o Fogo, Lisboa, Assírio & Alvim, 2008, p. 12. )
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6
ler
No meio do verão, ler.
Sobre o sofá fresco do verão, ler.
Com borboletas atravessando as paredes da casa,
Com o verão de beira a beira.
Ler. Estender o corpo, os crisântemos
E as margaridas da imaginação,
Percorrer o soalho dos teus passos
Dirigindo-se de um verão futuro a um verão passado.
Estender a pele. Deixar subir os poros
Entre os pólens das horas, suspensas acima do telhado,
Lá em cima.
Esticar os músculos até aos horizontes do verão,
Acender as lâmpadas do leite fresco.
Fresco e sadio, leite sobre leite.
Espreguiçar a lactose do verão,
Ouvindo ao longe as abelhas a fabricar o mel,
E as avós a fazerem as compotas na cozinha,
Sem jamais virem interromper o livro,
Sem discernirem o presente nos seus óculos redondos,
Inócuas e bondosas como globos.
Atravessar o verão como uma nave,
Uma nave leitora, nua como nuvens brancas e sedosas,
E ouvindo os sons dos anjos cantores
Nas catedrais ao longe, suficientemente longe
Para não interromperem o que se passa,
Este transbordar de papoilas, este esvoaçar de linhas.
Os perfumes do cabelo. Ler no couro cabeludo,
Ler na cintura, nas espáduas, atravessando paredes,
No meio da frescura, erguer os bolbos da mais perfeita
Juventude, alegria.
Ouvindo ao longe as baterias, os risos dos jovens
Indo para a praia.
São os condimentos das compotas, dizem
As avós.
Temos de ir buscar os peixes pelas guelras
Podem estragar-se sobre o molhe.
Sim, mas deixa-os luzir enquanto possível.
Longe. Pedem as margaridas.
E os iogurtes brilhando sobre as mesas,
As gelatinas da leitura tremendo ao de leve
Quando passos do passado vêm atravessar o soalho
Invisíveis, caminhando ainda com areia e peúgas.
É belo, dizem as jarras, podermos assim
Atravessar as paredes, as janelas, as cortinas,
E aparecermos do outro lado de nós mesmas
Impecáveis, limpas, lácteas como o corpo
Da leitura.
Ler. Dobrar as duas pernas sobre o sexo.
E ficar, ficar, ficar, docemente ficar.
Temos de ir buscar os molhos de ramos amarelos
Antes que sequem.
Os teus pés. A tua cabeça. Os teus cabelos.
A tua leitura, a possiblidade do verão
Passar sobre as espáduas e continuar num regato
Verde na sua alegria de atravessar a casa
E poder continuar por qualquer lado
E poder ser uma serpente viva, interminável,
Descrevendo as eternas curvas e contra-curvas da leitura.
É belo, dizem os boiões para as avós.
É belo estar na cozinha, dizem os tachos de cobre a brilhar.
Pois que brilhem o mais longamente possível
Que havemos antes de acabar de ir acabando
De ir buscar algo ao alpendre, levando o livro
Para a frente, e arpoar a leitura pelas guelras,
Trazer a sua frescura para as as superfícies de mármore,
O corpo lácteo para a cozinha,
Para o brilho dos boiões, o sabor das avós,
As sombras e os brilhos dos magníficos
Iogurtes.
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7
que?
Que quer a mulher?
Quer dançar
Puxando o ardor dos intestinos
Até ao peito
E nesse jeito alçar
Os músculos da canção
Expremer os frutos no ar
Que quer a mulher?
Um disparate que está
Em todos os bichos:
Esticar o véu que cobre
Os exageros, esse suor de pêlos
E bigodes e estrelas de fantasia
Nos sovacos.
Que transporta a mulher?
A lua curva, com uma ponta na vulva
E a outra no ânus;
E nesse incómodo caminha sempre
Esticando o corpo, julgando que este
Lhe pertence.
Que aperta a mulher?
O nosso olhar, que lhe dobra o pé
Esse pé terrível onde começa
A rendição.
A mulher é atravessada por uma cobra,
De alto a baixo.
E se a cobra dança, a mulher dança.
E se a cobra dorme, a mulher suplica.
A mulher quer ser libertada
De um suplício que há milênios se tenta
Saber qual é.
A mulher pousa sobre a poesia,
Sem que que se possa adivinhar
Qual o significado dessa frase,
Quanto mais do movimento!
A mulher posa, pousa, repousa
Sobre a sua ansiedade vertical
De fascinar, torturada desde os intestinos
Pelo frutos do momento.
A mulher está colada aos frutos.
A mulher estica os pássaros
Até à lingerie.
A mulher é uma gaiola em movimento
De pássaros presos.
Expele licra, lantejoulas, reflexos
Estica a paragem até à máxima altura
Do poste, da cobra que a come por dentro
Saindo ora do ânus, ora da boca, ora da vagina
A mulher é um cruzamento de elásticos,
De ligas, uma tessitura de exageros,
Nunca revelando o verdadeiro odor
Da sua intimidade, mesmo quando uma tocha lhe explora
As cavernas profundas do movimento.
A mulher é uma parede em que bate
A face enigmática da pergunta.
A mulher estica a pergunta
Demasiadamente, desalmadamente.
Num disparate de atavios,
Num despropósito de propósitos.
A mulher é anti-natural.
Abusando das simetrias.
Colocando-se à beira
De abismos, de cloacas, do focinho de bichos
Cheios de pêlos e de suor.
A mulher é atravessada verticalmente
Pela cobra, pela parede por onde trepam
As sombras desvairadas, o entornar das córneas.
A mulher quer ser sodomizada
Pelos cornos volantes
Da sua própria suspensão, da sua real
Indecisão.
Num esticar de licras.
Disparatado.
Suplicante.
De quê? Com mil diabos,
De quê?
homenagem a salvador dali
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8
ante ti, desfaleço
Pode-se cortar o fogo com uma faca
Sobretudo aqui
Em frente à tua face
Onde o fogo arde
Nas lâminas das facas há muito erguidas.
Pode-se cortar o fogo na vertical.
Como se esquarteja um rosto
Como se bate num touro de frente
Pode avançar-se para a faca com o fogo.
Pode ter-se os rostos todos alçados
Em fachadas de sangue. E sim, pode-se
Cortar esse sangue com os gumes do fogo,
Sobre a tua cara, sobre a tua face.
Pode-se cortar o corpo em dois.
E pôr uma metade sobre o templo
E outra ao pé do teu seio.
E o sol pode estar a pôr-se,
Ou a levantar-se, não interessa.
É o mesmo fogo.
O fogo que corta o dia, as facas que se erguem na vertical
Para passarem para o dia seguinte.
Pode-se tudo. Pode-se desfalecer
De tanto poder.
Perante as fachadas atónitas, os bustos batidos
Pode-se até morrer.
homenagem a herberto helder
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9
para depois do frio, para o frio que realmente há-de vir
Não compareceste.
Em três raios de luz te pedi.
Em três arcos levantados te pedi.
Em três reflexos te pedi.
Em três janelas rasgadas te pedi.
Em três incisões feitas na pele te pedi.
Em três aves puras que te expedi.
Em três cadeiras te sentei.
Em três cadeiras te alinhei.
Em três hinos, em três palcos,
Te celebrei.
E mesmo assim
Não compareceste.
Em três microfones te ouvi.
Em três órgãos te toquei.
Em três violinos te convoquei.
Em três estofos o meu corpo
Te aguardou, depois de ter arrancado
O meu coração do peito
E de ficar com ele a sangrar
Na mão levantada.
Três pedaços de estuque
Caíram do céu
Antes que soassem os três toques
Que anunciavam o começo
Do meu desfalecimento.
E não compareceste.
Mas a sala iluminou-se toda
Da tua ausência.
Uma, duas, três vezes.
Laudamus te.
Adoramus te.
Glorificamus te.
Na tua gloriosa ausência
Te saúdo, anjo desnudo
Da anunciação.
Até já como mulher te aguardei.
Até já como criança te aguardei.
Até já como servo te aguardei.
Até já como o animal do sacrifício te esperei.
E mesmo assim
Não compareceste.
Oh tu que trazes numa mão
A palma, o lírio,
E na outra o punhal da traição
Mesmo os meus lábios mortos,
Frios
Para a toda a eternidade te esperarão.
Manda entrar os músicos.
Quero acabar ao fim do dia
Rodeado de uma orquestra
De mil violinos, de mil vozes,
Acende cada um dos meus dedos;
Quero senti-los a derreterem-se
Como velas
Celebrando a tua suprema ausência
A traição da tua ausência no próprio momento
Em que mais uma vez
Não compareceste.
No chão liso me rojei
E fui arrastado pelo meu próprio sangue
Por vagas de sangue
Que desceram das três cadeiras
Que para ti
Há tantos anos
Amorosamente postei.
Apartado da segunda pessoa
Tentei os três acordes
Agarrei-me à corda sublime
Que devia ter retirado.
E segurando a minha culpa
Sobre o soalho, quando entraram as tubas,
Coincidindo com o fim do texto
Confundi-me com a luz
Dos três reflexos.
Concluído e inconcluso.
Frio.
Frio.
Frio. Tão frio.
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10
a não ser que
assisto às tuas metamorfoses
ao teu ballet
sempre com o mesmo espanto
e indecisão.
arabescos, que quereis de mim?
que pássaros clamam
por detrás das paredes
de onde me olhas,
que florestas, que desertos,
nascem do lado de lá
e se transmutam
constantemente?
há alguma fresta onde eu possa
introduzir a faca,
alguma pele de escamas
que eu possa amanhar,
para ver o que se esconde
debaixo deste cântico,
desta dança interminável?
passos hesitantes de nudez.
que está por dizer?
os teus pés. as tuas mãos.
que há por fazer?
que horizontes se podem abrir aqui,
que espaços para o meu corpo
avançar,
e te enterrar fundo a arma branca,
sim, o gesto único possível
capaz de parar esta música interminável
que vem de detrás das paredes,
este cântico incansável.
estamos talvez em damasco,
e um conjunto de sufis chamam
para a oração,
enquanto tu,
oh impúdica,
chamas para a partilha dos frutos
já tão saboreados e sempre,
sempre
capazes de me deixar aqui
sem saber o que fazer
a não ser aproximar-me
dos teus odores e sabores,
levantar-te as pernas bem alto
e como um bicho lamber-te
empurrado por essa terceira figura
que está sempre por detrás
das paredes, e não sei
se é um palmeiral,
se nele
frutificam as tâmaras,
ou se aí pousam os lacraus negros
que de noite nos cobrem
e embebedem no seu veneno
fatal.
paralisia, eis o que a tua proximidade
me traz, na sua litania de arabesco,
de ventre clamando à oração
da língua, do sexo, puxando-me
para dentro,
talvez para renascer do lado de lá
da parede, não sei se no céu
se no inferno.
maldita sejas, hei-de matar-te a frio,
depois de me entregar total
e incondicionalmente
à tua hábil sucção,
oh libidinosa,
sensual entre todas as mulheres,
ungida dos óleos que te saem
de todos os orifícios,
esticada para a frente da loucura,
como corrente de água
em que o corpo mergulha e
num prazer de fonte
se liquefaz totalmente,
ardendo em febre,
escorrendo pelo suor da tua
epiderme interior.
e sempre este apelo do cântico
em background,
chamando os fiéis,
deve ser em damasco,
deves ser uma dançarina
deve ser o teu ventre, oh portadora
do prazer sem limites
que ergue a realidade alto
como as palmeiras
e as fazes frutificar lá em cima
em tâmaras tensas de polpa e sumo.
devem ser esses os teus passos
hesitantes.
oh imagem indecifrável,
presença terrível e assustadora,
que me deixas a meio
desta indecisão,
a maior de todas,
a do músico que tem de atirar ao chão
todas as suas vestes, e pautas, e alaúdes,
e para ti avançar como se empunhasse
(ou empunhando mesmo)
o mortífero alfanje
que julga que estás pedindo
- a não ser que este encontro seja
um radical mal-entendido,
que ele não seja possível.
que por detrás das paredes
não esteja nada,
apenas efeitos de um delirante
músico velho,
agarrado ao braço do seu alaúde.
Vítor Oliveira Jorge
(2008)
1 comentário:
Alguém comentou em mail esta postagem, assim:
" Um muito bom conjunto de poemas! Gosto muito do 10! E o 7 é estranho...apesar de incidir no mesmo....
A tua poesia deixa-me muda. É uma espécie de violência que disparas numa determinada direcção. Ou é apenas uma violência.....sem ninguém por detrás."
Ya, caramba, acho que aqui há poesia. ao diabo a convencional modéstia.
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