Transferência
"(...) A PSICANÁLISE INVENTOU DE FACTO UMA NOVA FORMA DE AMOR CHAMADA TRANSFERÊNCIA."
JACQUES-ALAIN MILLER (Lacan Dot Com)
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Acabei de chegar de Serralves
Depois de sair da sessão do "curso" de hoje, ainda me demorei um pouco na noite, desde a Marechal Gomes da Costa - a tirar umas fotos às árvores friorentas e espectrais - até à garagem daqui! Que dia mais cheio!E que solidão.
Sim.Mas se o inferno é fogo, é um arder lento,que às vezes provoca prazer. Habitamos o paradoxo,até ao mais íntimo de nós.Sofrimento/prazer de estar só, sofrimento/prazer de estar acomnpanhado - e entre os dois,esta indecisão que é viver, este enigma que é olhar a sua foto sem a conhecer, isto é, de falar só para uma imagem.
Vim cá parar ao blogue e ia deixar aqui o meu comentário por causa das fotos aqui expostas, das quais gostei, sobretudo a da árvore e a do parque de estacionamento que transmite muito bem aquela ideia de solidão. Depois deparei-me com o seu comentário acerca da dualidade Sofrimento/Prazer em relação ao facto de se estar só ou acompanhado, e o viver ser o ponto intermédio daquela dualidade é exactamente aquilo que acontece, permanece-se nessa indecisão e os dias vão passando. E o que são os dias? Os dias não são mais do que aquilo que compõe a vida de cada um de nós e como ouvi recentemente numa música, os dias já estão contados, podem ser milhões, triliões, mas o que é que se vai fazer com todos esses dias? Viver talvez...
Eu, se tivesse tempo, ia pela noite fora a tirar fotos - nesse espaço onde entre um dia e outro, se tem a impressão de ter alguma liberdade, alguma suspensão das horas. Esta sensibilidade ao tempo vem em mim de longe: quando tiunha os meus 15 anos escrevi um poema (?) em que dizia: "é preciso parar todos os relógios./ precisamos pensar./" Era dedicado à minha professora de física/química, que provocava em mim estranha (e agradável) reacção.
Existem muitas formas de capturarmos momentos como aqueles que transmitem o silêncio e tranquilidade da noite, sendo a fotografia uma dessas formas, por sinal muito eficaz. No entanto há aqueles momentos que só o olhar foi capaz de armazenar no baú das recordações, que sabe bem abrir e vasculhar de vez em quando. É importante parar, mesmo que não se consiga parar todos os relógios, e aproveitar para viver o sossego.
Vanessa, ainda bem que você não usa óculos escuros nesta foto!
Fragmentos Repartidos (mas que nome!), claro que é bom parar...importa que os fragmentos não sejam de vidro, que podem cortar-nos, se sobre eles paramos... a não ser que estejam cuidadosamente repartidos na imaginação! Já não sei o que digo, estou cheio de sonoooooo...
7 comentários:
Bela exposição essa de Muñoz.
E quanto à solidão...como dizia Victor Hugo:
"Todo o inferno está contido nesta única palavra: solidão"
Sim.Mas se o inferno é fogo, é um arder lento,que às vezes provoca prazer. Habitamos o paradoxo,até ao mais íntimo de nós.Sofrimento/prazer de estar só, sofrimento/prazer de estar acomnpanhado - e entre os dois,esta indecisão que é viver, este enigma que é olhar a sua foto sem a conhecer, isto é, de falar só para uma imagem.
Vim cá parar ao blogue e ia deixar aqui o meu comentário por causa das fotos aqui expostas, das quais gostei, sobretudo a da árvore e a do parque de estacionamento que transmite muito bem aquela ideia de solidão.
Depois deparei-me com o seu comentário acerca da dualidade Sofrimento/Prazer em relação ao facto de se estar só ou acompanhado, e o viver ser o ponto intermédio daquela dualidade é exactamente aquilo que acontece, permanece-se nessa indecisão e os dias vão passando. E o que são os dias? Os dias não são mais do que aquilo que compõe a vida de cada um de nós e como ouvi recentemente numa música, os dias já estão contados, podem ser milhões, triliões, mas o que é que se vai fazer com todos esses dias? Viver talvez...
Eu, se tivesse tempo, ia pela noite fora a tirar fotos - nesse espaço onde entre um dia e outro, se tem a impressão de ter alguma liberdade, alguma suspensão das horas.
Esta sensibilidade ao tempo vem em mim de longe: quando tiunha os meus 15 anos escrevi um poema (?) em que dizia: "é preciso parar todos os relógios./ precisamos pensar./" Era dedicado à minha professora de física/química, que provocava em mim estranha (e agradável) reacção.
'O inferno são os outros' - disse Sartre. E é sobretudo por isso que se usam óculos escuros
Existem muitas formas de capturarmos momentos como aqueles que transmitem o silêncio e tranquilidade da noite, sendo a fotografia uma dessas formas, por sinal muito eficaz. No entanto há aqueles momentos que só o olhar foi capaz de armazenar no baú das recordações, que sabe bem abrir e vasculhar de vez em quando.
É importante parar, mesmo que não se consiga parar todos os relógios, e aproveitar para viver o sossego.
Cumprimentos.
Vanessa, ainda bem que você não usa óculos escuros nesta foto!
Fragmentos Repartidos (mas que nome!), claro que é bom parar...importa que os fragmentos não sejam de vidro, que podem cortar-nos, se sobre eles paramos... a não ser que estejam cuidadosamente repartidos na imaginação! Já não sei o que digo, estou cheio de sonoooooo...
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